COLUNA PARABÓLICA

Após audiência em Caroebe, pouco se soube sobre ações práticas dos Poderes

Coluna desta sexta-feira (17) ainda critica os políticos de Roraima que "não estão nem aí" para os órgãos de controle e a Justiça

Bom dia,

Já dissemos neste espaço: os políticos de Roraima não estão nem aí para os órgãos de fiscalização e muito menos se intimidam com a possibilidade de punição por parte da Justiça, seja ela a comum ou a eleitoral. Quem não lembra dos recentes episódios ocorridos na eleição suplementar do Alto Alegre, depois da cassação do prefeito anterior e de três cassações do mandato do governador pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), ambos por abuso de poder econômico e político. Mesmo assim, novos abusos foram cometidos. Sem falar na utilização desbraga de estrutura para ganhar votos. Tais abusos foram reconhecidos publicamente pela juíza que presidiu o pleito.

Para além de não temer as estruturas de Estado, pagas regiamente para evitar e punir os malfeitos, os políticos locais não estão preocupados minimamente com a opinião pública. Esse caso de denúncias indicando possível processo de grilhagem de terra na política e execução da regularização fundiária estadual, entremeada de mortes com participação de gente muito próxima ao centro do poder, é exemplar. Se houvesse real preocupação desses políticos em desfazer qualquer dúvida sobre a destinação correta e com lisura das terras públicas estaduais, o remédio seria dar transparência a todo o processo.

E isto não ocorre. Segundo estimativas do próprio Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) nos últimos anos, desde a transferência efetiva das glebas da União Federal para o Estado, o órgão expediu pouco mais de cinco mil títulos definitivos em áreas rurais, o restante corresponde a títulos definitivos em áreas urbanas. Assim, bastaria o Iteraima fazer divulgar em Portal de Transparência, ou mesmo pela imprensa e redes sociais, a relação completa dos títulos emitidos, com tamanho da área titulada e identificação dos beneficiários, incluindo os valores cobrados pela transferência.

Confirmado

Conforme demos em primeira mão no início desta semana, o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Álvaro Duarte, teve sua exoneração confirmada no Diário Oficial da segunda-feira, dia 13, publicado apenas ontem, dia 16. Embora não tenha sido publicado decreto de nomeação de seu substituto, nos bastidores fala-se em pressão do partido Republicanos para a posse de José Raimundo Rodrigues, o JR.

Indicação

Segundo fontes da Parabólica, embora a exoneração de Álvaro Duarte tenha sido de certa forma malvista por servidores do Detran e até por alguns políticos aliados do governador Antonio Denarium (Progressistas), assessores próximos garantem que o motivo da demissão não seria o fato da indicação do cargo ter sido feita pelo deputado Antonio Carlos Nicoletti (União Brasil), tanto que ele teria, ao menos em tese, mantido o espaço.

Terras

Nesta sexta-feira, 17, completa uma semana da realização da audiência pública sobre política fundiária promovida no Município de Caroebe pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Depois da divulgação da reunião, com relatos angustiantes de produtores de toda a região Sul de Roraima, pouco se soube acerca de ações de efeito prático por parte do Governo do Estado e do próprio Poder Legislativo. Até quando?!

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Para não dizer que não se ouviu mais falar no tema essa semana, o Governo do Estado soltou um vídeo institucional mencionando ter promovido o “maior programa de regularização fundiária do Brasil”, com mais de 20 mil títulos emitidos, mais de dois milhões de hectares titulados, proporcionando acesso a financiamento de produtores e segurança jurídica, ou seja, para o Executivo “tá dando certo”.

Orçamento

Durante a audiência sobre regularização de terras em Roraima, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), “cortou e aparou” aquele discurso padrão de deputados de que vão destinar emendas para o Iteraima investir em tecnologia. Segundo ele, o órgão estadual está é devolvendo dinheiro para a Secretaria de Infraestrutura (Seinf)

Jargão 1

Uma “moda” muito utilizada por políticos nos últimos pleitos é usar um jargão e se referir a adversários como sendo da “turma do mal”, como se o fato de apenas serem de outra sigla partidária, ideologia ou grupo, fizesse de homens e mulheres, alguns, de conduta ilibada, pessoas ruins, perversas ou mau caráter. Fonte da Parabólica comentou que, dia desses, esse mau costume gerou desconforto em um município de Roraima.

Jargão 2

Segundo os comentários, postados em um grupo de WhatsApp, um político com mandato usou o dito jargão para se referir à pré-candidata adversária do seu apoiado, durante um discurso no último final de semana e, com isso, foi alvo de uma avalanche de críticas de familiares, amigos e correligionários da ofendida. Pior ainda, nas últimas eleições, esse político foi publicamente apoiado pelo partido da pré-candidata.