Opinião

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MUSCULAÇÃO NA TERCEIRA IDADE: UM DOS MELHORES “REMÉDIOS”

Rafael Luciano de Mello*

A terceira idade, denominada também como a melhor idade, é uma fase cheia de diferenciais, não é mesmo?

Do mesmo modo que a infância, a adolescência e a idade adulta, são repletas de prós e contras, na terceira idade não seria diferente. Por exemplo, a experiência, a sabedoria e a resiliência, adquiridas ao longo dos anos, são comuns aos idosos e “invejáveis” aos mais novos. Quem nunca ouviu aquela máxima, “eu gostaria de ter 20 anos com a cabeça que tenho hoje”?

Por outro lado, esses “senhores” e “senhoras” estão em uma fase cheia de condições clínicas desfavoráveis. O envelhecimento altera as funções do organismo, fazendo com que o metabolismo fique mais lento, as células sofram alteração, tornando-os mais suscetíveis às doenças, com um declínio funcional ainda maior após os 60 anos.

Pois é, se fizermos uma breve reflexão a respeito da demografia mundial, e pensarmos que a taxa de natalidade está menor e a longevidade maior, fica fácil compreender que, em um futuro breve, teremos uma mudança demográfica significativa, e boa parte da população terá 60 anos ou mais.

Embora não seja possível retardar ou parar o envelhecimento, é possível minimizar os seus impactos com a implementação de hábitos saudáveis, como sono adequado, alimentação balanceada, estimulação do cognitivo e prática regular de atividades físicas.

Não é novidade os inúmeros benefícios adquiridos ao praticar atividade física. Embora qualquer quantidade ou tipo de atividade seja melhor do que nada, as recomendações elaboradas deveriam ser cumpridas para que todos tirassem o melhor proveito.

A caminhada, por exemplo, é uma atividade de baixo custo, fácil acesso e a mais praticada dentre os idosos, porém a transição fisiológica do envelhecimento pede algo além da caminhada. A tal da musculação, cientificamente conhecida como treinamento resistido, é um tipo de exercício físico recomendado desde crianças até os mais velhos, mas são exatamente os idosos quem mais se beneficiam com esta prática.

Pensemos de maneira breve em alguns pontos:

-Idosos tendem a ter menor proporção de fibras musculares relacionadas à força e à potência;

-Osteoporose é uma doença comum aos idosos, em especial, às mulheres;

-Idosos sofrem quedas numa taxa bem superior aos adultos. E o que é pior, quedas são as principais causas de morte relacionadas às lesões nesta faixa etária;

-Doenças como obesidade, diabetes e dislipidemia são mais frequentes na terceira idade;

-Ao praticar treinamento resistido, os idosos estimulam as fibras musculares “adormecidas”, aumentando a força e a potência, o que impactará diretamente na redução das quedas. Afinal, um idoso com maior potência terá uma marcha melhor e responderá mais prontamente quando tropeçar, por exemplo;

-A musculação estimula as células responsáveis pelo aumento da densidade mineral óssea, prevenindo a osteoporose;

-Durante e até 48 horas após o exercício, aumenta-se a captação da glicose pelo músculo, mesmo sem o uso de medicamentos.

Portanto, para usufruir do lado bom da terceira idade é preciso adotar hábitos saudáveis, inclusive praticar musculação regularmente. Com esse “remédio”, será possível prevenir ou reduzir os danos de doenças, como obesidade, diabetes e osteoporose, além de agir diretamente na redução das quedas e, consequentemente, na mortalidade.

*Especialista em Treinamento desportivo e prescrição do exercício físico e Gestão em esportes e fitness, professor da área de linguagens cultural e corporal nos cursos de Licenciatura e de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

MÚSICA E EDUCAÇÃO: ESSA DUPLA RESISTIU À PANDEMIA

Dinamara P. Machado*

Marcia Regina Mocelin**

Que momento ímpar está vivendo o nosso planeta! Passamos do momento do pânico, da busca pela vacina, do estranhamento com governantes, das incontáveis mortes e alguns até ousam relativar a covid-19. Basta abrir os jornais, ligar-se em qualquer dispositivo, que ainda circulam conceitos do “vírus, medo, morte, pandemia, hospital, respiradores, doenças crônicas”, convivemos com notícias que brasileiros não tão honrosos tiveram coragem de fraudar para levar vantagem em momento tão complexo. Diante do amplo espectro de novidades, e de alguns que já preveem ou desenharam o novo normal, devemos nos perguntar: para onde vamos? Por que isso tudo está acontecendo? Por que devo fazer isso ou aquilo? E depois disso tudo o que faremos? Como seremos? Para onde vamos? O que vamos fazer de diferente? Que lição ficou? Pois é!…, e agora, José? Lembrando o poeta!

O ato de ensinar, a escola, os professores, os gestores, a educação em suas múltiplas formas nos proporcionam reflexões das mais variadas sobre a multiplicidade e a pluralidade que podemos encontrar no momento de estabelecermos de que maneira vamos atingir os objetivos de ensino e aprendizagem. Dentre muitas disciplinas que concorrem para a formação humana, creio ser indubitável a importância que a educação musical e, portanto, cultural revelam ao nosso mundo, desde seus primórdios.

É a educação em sua essência que oportuniza ao indivíduo o acesso a música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação de maneira geral e plena do indivíduo acontece ao longo de sua vida, de duas formas. Uma destas é através da sociedade, da indústria cultural, do folclore, ou seja, assistematicamente, e a outra, por sua vez é diretamente contrária, sistemática e acontece através de instituições como a escola.

O grande papel da escola enquanto formadora de seres humanos é fazer com que ocorra a musicalização do indivíduo, mas, ressalte-se que essa função de musicalizar passa longe do papel de formar músicos profissionais ou mesmo alguma expertise na área. A função da escola é dar condições para que o indivíduo compreenda essa linguagem quando ouve ou até mesmo quando executa música. Musicalizar caminha no sentido de dar ao indivíduo as ferramentas necessárias para compreender e utilizar a linguagem musical.

Feche seus olhos por um instante. Imagine que não existisse música. Imaginou? Não conseguiu? Interessante como naturalizamos as coisas que estão no nosso dia a dia. Não dá para imaginar o mundo sem música, sem sons, sem harmonia, melodia, ritmo. É simplesmente impossível ser indiferente a música, ainda que aos ouvidos não pareça agradável, ou não se encha de significados, ainda assim não é possível ficar alheio.

Música é alegria ou dor, é lembrança ou presente, é movimento, mas não inércia. Lembrando o filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, em sua definição mais conhecida sobre o espírito em relação a música: “a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende”.

Música, acima de tudo, cumpre o papel de ser instrumento de aprendizagem na escola, mas também se revela uma linguagem universal. A música se comunica, se expande, transpõe qualquer barreira do desconhecido.

A música transcende!

A educação é a continuidade da esperança!

Com educação e música é possível resistir até numa pandemia.

*É Profa. Dra. (PhD), diretora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

**É Profa. Dra. Maestrina (PhD), presidente do Instituto Música e Arte.

EXPERIÊNCIAS NA VIDA

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Democracia é o regime que garante: não seremos governados nada melhor d
o que merecemos.” (Bernard Shaw)

Não sou político, nem pretendo ser. Mas nenhum político ama mais a política do que eu. Desde criança que convivi com grandes políticos em todos nos níveis, no Brasil. As experiências que vivi na minha adolescência, enriquecerem-me, com observações não tão inexperientes, que valeram a pena. Participei de reuniões do Café Filho. No início da década dos 50, em Natal-RN, quando ele se reparava para a vice-Presidência da República.

Não tenho nenhuma intenção de dirigir você nem quem quer que seja. Apenas falo de minhas preocupações com a queda a que vimos assistindo na qualidade da nossa política. Lamento muito quando ouço uma autoridade, seja política ou não, falando da democracia brasileira. Quando na verdade, ainda estamos numa caminhada que já deveria estar concluída.  

Ainda não somos um povo livre, dentro de uma democracia limitada. E o pior é que é limitada pelo desconhecimento do que realmente causa e mantém a democracia. E embora ainda haja quem discorde de mim, continuo afirmando que tudo está no imbróglio da nossa Educação. E enquanto não formo um povo realmente educado, politicamente, não seremos cidadãos. Cidadania não existe sem democracia. Simples pra dedéu.

Não somos uma ditadura. Nem mesmo no governo de Getúlio Vargas, tivemos uma ditadura de fato. Somos Brasileiros. E está na nossa índole, a liberdade. O problema é que ainda não conseguimos buscá-la onde ela realmente está. Já falei aqui, da fala de um grande Marechal, numa entrevista, em mil novecentos e sessenta e um: “Os militares não querem assumir o poder. O que acontece é que os senhores civis quando estão no poder bagunçam tudo. E quando os senhores levam o País à banca rota os militares assumem, e põem a casa em ordem. Aí os senhores civis assumem e bagunçam tudo novamente. No dia em que os militares assumirem o poder, vamos ter que ficar, pelo menos, trinta anos, para pôr a casa em ordem, de maneira que os senhores nunca mais consigam bagunçar.”

Tenho certeza de que os militares nunca mais assumirão o poder na política. Mas se isso vier a acontecer, não nos esqueçamos de que estamos lhes devendo nove anos do seu projeto de ocupação. Eles ficaram apenas vinte e um anos. Mas fique frio. De qualquer maneira evoluímos um pouco. Não corremos mais o risco. Mas, mesmo assim não nos esqueçamos de que não devemos negligenciar com a Educação. A mídia está nos mostrando que o mundo inteiro está navegando nessa piroga furada. O que nos aconselha que saiamos de detrás da porta. Pense nisso.

*Articulista

E-mail: afonso­­[email protected]

95-99121-1460