ENTENDA MELHOR O COMPORTAMENTO DE UM PSICOPATA
Genoveva Ribas Claro*
O transtorno da personalidade antissocial é caracterizado pela falta de consideração e violação dos direitos dos outros, partindo somente do seu próprio desejo. Esse comportamento inicia na infância, é mais evidenciado no começo da adolescência e continua na idade adulta.
Existem outros nomes relacionados a psicopatia, como personalidade amoral ou sociopata, ambos caracterizados por atos antissociais, que podem estar relacionados a atitudes criminais, mas não como sinônimo de criminalidade, pois pode se tratar de incapacidade de aceitar as normas sociais.
Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e ter tido uma história de algum desvio de conduta antes dos 15; crianças que tem o prazer de maltratar animais, seus colegas, não respeitar normas e regras estabelecidas, ter um perfil de mentir sobre sua conduta, são exemplos.
Esses indivíduos com Transtorno de Personalidade Antissocial, quando adultos, têm mais facilidade de se envolver na delinquência, destruir a propriedade alheia; sentem indiferença insensível pelos sentimentos alheios; atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais. Esse transtorno pode ser identificado pela incapacidade de manter relacionamentos, baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência, incapacidade de experimentar culpa e arrependimento. Tem dificuldade de aprender com a experiência, particularmente punição, sendo propenso a cometer novamente os atos delinquentes e propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento antissocial diante da sociedade.
Psicopatas não apresentam emoções ou compaixão, e por não serem afetados por ansiedades, conseguem usar sua inteligência de uma forma bem mais eficiente. Pesquisas apontam que os “circuitos” do cérebro de um psicopata são diferentes dos de uma pessoa normal, e que eles ativam menos, certas partes do cérebro relacionadas a julgamentos morais, e têm menos conexões entre o córtex pré-frontal que é responsável pelo sentimento de empatia e culpa, o que justifica a frieza deles.
Como identificar um psicopata em seu convívio?
Você pode identificar um psicopata pela falta de emoção ou por não ter empatia. Para um diagnóstico é preciso que o indivíduo apresente pelo menos mais três outras características, como:
-Desprezo pelas leis, praticando atos que inclusive são passíveis de detenção.
-Ser enganador, mentiroso e ludibriador, visando obtenção de vantagens, benefícios e ganhos pessoais.
-Agem impulsivamente, sem planejamento de seus atos.
-São imprudentes e não se preocupam com a segurança de outras pessoas.
-Ficam facilmente irritados e agressivos, se envolvem em brigas físicas ou discussões constantemente.
-Agem de forma irresponsável, como por exemplo, deixar o emprego sem garantia ou planos de outro, não pagar contas.
-Não sentem remorso, são indiferentes às situações que envolvem tristeza, ou maus tratos que causam aos outros.
Os sociopatas podem estar convivendo normalmente em nosso dia-a-dia, sem percebermos, é necessário uma observação e análise atenta de suas palavras e comportamentos.
Assim, devemos tomar sempre o cuidado com aquelas pessoas que inventam histórias e mentiras, seja para persuadir alguém, enganar, ou contar vantagens sobre si mesmos. São egocêntricos, mentem sobre qualidades com o objetivo de se supervalorizar.
*Mestre em Educação, psicóloga e professora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.
ESTA NÃO FOI A ELEIÇÃO DAS REDES SOCIAIS
Osmar Bria*
As eleições municipais de 2020 não foram as eleições das redes sociais, assim como previsto no artigo “O mito das redes sociais nas eleições 2020”, divulgado durante a pré-campanha. Imaginar que uma rede de relacionamento social iria, por si só, gerar votos era, no mínimo, previsível de não acontecer na realidade.
É claro que acreditar nisso era um conforto para a maioria dos candidatos, afinal, é mais barato e dá menos trabalho. O envolvimento gerado é virtual, ou seja, não garante necessariamente um relacionamento forte capaz de ser convertido em voto. Política é relacionamento; eleição é voto na urna.
As redes sociais sem dúvida são ótimas para gerar curiosidade e simpatia. Mesmo assim, é fundamental lembrar que grande parte dos eleitores detesta a política ou os próprios políticos. Por isso, para usar as redes sociais é necessário ter uma estratégia definida e conhecimento sobre o público que deseja alcançar. Não adianta acreditar que uma postagem vai atingir milhares de pessoas sozinha. Para isso são necessários vários fatores, e muitos deles não estão no controle do candidato.
O voto não é um produto atraente ao consumidor. Ele nasce da palavra compromisso. Em 90% dos casos, o voto nasce de um comprometimento assumido entre duas pessoas que confiam uma na outra, na maioria das vezes em favor de uma terceira. Assim vão se formando as “ondas eleitorais”, que podem ser chamadas de efeito de ressonância.
Durante a participação em campanhas de todas as partes do Brasil, foi possível acompanhar diferentes candidatos focados nas redes com trabalhos altamente técnicos e abrangentes, desde aqueles com pouca presença virtual até os de muito impacto com milhares de seguidores. O resultado foi que a maioria dos que apostaram nas redes como carro-chefe da sua candidatura acabaram sendo derrotados nas urnas.
O olho a olho e as redes individuais de relacionamento fizeram a diferença nessas eleições. Um líder que inspira a sua equipe, seus coordenadores, é justamente uma pessoa que cria a sensação de pertencimento nos seguidores. Assim, os objetivos entre ambas as partes ficam alinhados.
Por enquanto, vencer as eleições com as redes sociais ainda fica restrito para as grandes campanhas, onde as opções são menores. Os candidatos proporcionais, como deputados, vereadores e prefeituras até 50 mil habitantes, precisam investir no treinamento de equipe e em suas próprias características de liderança com inteligência emocional. Os resultados recentes das eleições municipais são uma prova disso.
*Autor dos livros “A Fórmula do Voto” e “Mulher, Emoção e Voto”. Realiza treinamentos com partidos e candidatos de todo o país.
VER E VIVER A POLÍTICA
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A política é a arte de governar um Estado e dirigir-lhe as reações com os outros Estados.” (Montesquieu)
Mas para dirigir um Estado é necessário conhecimento político. E o mais importante é que o conhecimento deve vir de quem elege o político. Ou entendemos isso ou continuaremos marionete de nossa própria ignorância. O político tem que ser competente. Mas o eleitor tem que ser igualmente competente. E isso só obteremos com educação. Senão iremos continuar nos pensamentos de d’Alembert: “A guerra é a arte de destruir os homens; a política é a arte de enganá-los.”
Já fui ridicularizado por aconselhar você a se olhar sempre no seu espelho interior. Faça isso sempre que se aborrecer. Só aí você vai descobrir que o aborrecimento é produto do desconhecimento. O que continuamos vendo e ouvindo, em críticas bizarras de eleitores despreparados, não tá no gibi. Quando na verdade, deveríamos nos educarmos para que possamos ser mais criteriosos e responsáveis pelos nossos políticos e, consequentemente, pela nossa política. E só quando entendermos isso seremos capaz de melhor
ar as ações nos Estados.
Vamos parar de gritar, e falar mais baixo e conscientemente. As eleições já passaram e continuamos os mesmos. Embora tenha havido uma pequeníssima mudança no comportamento do eleitor, ainda temos muito pra fazer. Então vamos fazer. Não sei se você percebeu a estranha mudança do eleitor, quanto à abstenção. Se não reparou, repare. Estamos mostrando, com a ausência às urnas, nosso direito ao voto facultativo. Ou passamos a ter o dever de votar ou continuaremos votando, não por dever, mas por obrigação. E numa democracia isso é uma aberração.
Temos dois anos pela frente, para nos prepararmos para as próximas eleições. Tempo muito curto para aprendermos a votar. Vamos batalhar mais por nossa educação. Vimos rolando no despenhadeiro da ignorância, há décadas e décadas. Ainda não calculamos o prejuízo que tivemos na nossa Educação, com a retirada, do currículo escolar, da Educação Moral e Cívica. E isso aconteceu numa época em que um intelectual paulista foi à televisão, numa campanha para mudar a letra do Hino Nacional Brasileiro. Cinquenta anos já se passaram e continuamos os mesmos de então.
Não fique amuado. Apenas reflita sobre isso, e faça sua parte para melhor o nosso caminho para um futuro melhor e mais digno. Olhe-se no seu espelho interior e veja se se vê como um participante da luta cívica. Só no seu espelho interior você se vê no que você é, e não no que você parece ser, ou pensa que é. Somos o que pensamos, mas nem sempre, o que pensamos que somos. Pense nisso.
*Articulista
E-mail: [email protected]
95-99121-1460