Opinião

ARTIGOS 11147

CRISTIANISMO, SOCIALISMO E CAPITALISMO

Wender de Souza Ciricio*

Estabelecer o que é certo e o que é errado sempre foi debate de todas sociedades que tentam se ajustar por meio de condutas morais e éticas com o fim de gerar harmonia, respeito, responsabilidade e ambiente saudável entre os que vivem nesse contexto de coletividade. Nunca foi e nunca será fácil alcançar um padrão de equidade e equilíbrio. Cada parcela da sociedade luta sempre pelo que lhe é conveniente e por aquilo que acredita ser certo e errado e muito das vezes, essa fé sobre o que é certo e errado, choca com outra parcela da sociedade que pensa e vê o certo e errado por outro viés ou por outro ângulo.

Particularmente acredito nos princípios de conduta ética e moral apontado por um livro escrito num período de 1500 anos, sem contradições, denominado como Bíblia ou Escritura sagrada. Esse livro estabelece um jeito peculiar de viver que condena o ódio, a amargura, a discriminação, a mentira, o engano, a hipocrisia e discursa sobre a entrega ao próximo no sentido de servir, abençoar e se doar com doses extraordinária de altruísmo e empatia. É o livro mais vendido entre todos os demais livros do mundo inteiro, lido e valorizado sobretudo pelos que declaram fé e compromisso com Deus, o Deus anunciado pelos cristãos.

Contudo não podemos deixar escapulir e ouvir os gritos desses mesmos que leem e acreditam na Bíblia como verdade única, infalível e veraz mas que apostam mais em sistemas ideológicos e políticos do que na essência e missão que a Bíblia determina para os que nela creem. Muitos cristãos tem sido alvo do ódio e do rancor mais por posturas antagônicas do que por defender e dilacerar o amor ao próximo como parte de um padrão descrito dentro das Escrituras.

Mesmo que discorde perceba o que vou apontar. Primeiro relembre que quando Jesus Cristo veio a esse mundo seu discurso não era contra o opressor Império Romano que dominava Israel e boa parte do mundo. Jesus tinha uma causa e essa causa se chamava eternidade para sempre ao lado de Deus. Apóstolos e demais cristãos foram no mesmo rumo e mesma pegada.

Muitos cristãos de hoje estão apostando em políticos, sobretudo de direita, para que pecados gritantes não consuma a sociedade brasileira. Pois é, não é isso que a Bíblia informa. A fé tem um foco, Deus. Esses mesmos cristãos encontram demônios em todos discursos que não casem com seus políticos de estimação xingando de esquerda e socialistas. De fato dessa corrente socialista ouve-se muitos discursos que frontalmente ferem os princípios da Bíblia. Mas esquecem os cristãos que muitos dos discursos da direita capitalista também ferem a Bíblia.

Capitalismo fere a Bíblia? Tenho que rir ou chorar? Chore. O próprio capitalismo se sedimentou matando índios na América, escravizando africanos, inventando “teorias científicas” para dominar África e Ásia no séc. XIX, matando horrores na I e II guerras mundiais e manipulando as pessoas a fim de fazerem crer que a felicidade está nos bens de consumo. Se há, por parte dos cristãos, tanta preocupação com os pecados do socialismo corra em dobro dos sutis pecados induzidos pelo capitalismo. Quanto você cristão tem deixado de ajudar um vendedor de picolé de 70 anos que trabalha num sol escaldante ou tem ignorado uma senhora que mexe em seu lixo porque o capitalismo te disse que manter seu carro confortável e seu celular de três mil reais vale mais do que abençoar o outro como a Bíblia determina? Ganância, insensibilidade, avareza, egoísmo, gula, maledicência deixou de ser pecado? Vamos consertar nossas contradições e confiar mais em Deus e menos em sistemas políticos e econômicos.

*Teólogo, historiador, professor e psicopedagogo

SOMOS OBRIGADOS A NOS VACINAR

Ana Lúcia Amorim Boaventura*

A Lei 6.259/75, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, criou o Programa Nacional de Imunizações. Desde então, algumas vacinas são obrigatórias, conforme prevê a referida lei e o Decreto 78.231/76 que a regulamenta. De acordo com essas normas, as vacinas obrigatórias são aquelas definidas pelo Ministério da Saúde que elabora, de acordo com o comportamento epidemiológico das doenças em todo território nacional ou por regiões do país, lista bienal atualizada das vacinas. Segundo o art. 29 da Lei 6.259/75 “é dever de todo cidadão submeter-se e os menores dos quais tenha a guarda ou responsabilidade, à vacinação obrigatória”, ficando dispensado somente aquele que apresentar atestado médico de contraindicação da aplicação da vacina.

Mas, nem todas as vacinas são obrigatórias e o Estado não pode usar de força para coagir os indivíduos a se vacinarem. Do mesmo modo que o voto é obrigatório, ninguém vai até a sua casa e o arrasta para as urnas. Fake News com esse teor tem circulado nas redes sociais fazendo um desserviço à população, com viés decadente da velha política que se aproveita da falta de informação e do medo do coronavírus.

O que é já é feito no Brasil, em caso de descumprimento do calendário vacinal obrigatório, é a privação de certos direitos como o salário-família, matrículas em creches, pré-escolas, ensinos fundamental e médio e universidades, de acordo com a faixa etária do aluno, alistamento militar e recebimento de benefícios sociais concedidos pelo Governo. Porém, ocorre que as vacinas obrigatórias devem ser gratuitas e serem fornecidas com observância aos princípios da eficiência e da segurança por serem tipo de serviço público.

Especificamente no caso das vacinas contra o coronavírus, não sabemos se o Estado terá condições de fornecê-las gratuitamente. Caso não o faça, não poderá exigir a obrigatoriedade. Ponto nevrálgico das discussões internacionais sobre essas vacinas é sua eficácia e segurança. O Estado não pode colocar em risco a população, prestando um serviço público que coloque em risco a saúde e a vida dos usuários; nem ao menos ineficaz, tanto em relação à prestação do serviço em si, quanto aos resultados obtidos.

Em meio a tanta falta de credibilidade, jogo de interesses e oportunismo em torno dessa doença, fica extremamente complicado tomarmos uma decisão segura sobre a vacina. Como se já não bastasse ter que lidarmos com as consequências devastadoras da pandemia, que mais parece a Caixa de Pandora, tendo na vacina sua última esperança incerta de frear todas as mazelas do caos que vivemos desde março.

*Advogada especialista em Direito Médico e da Saúde, professora da faculdade de Medicina da PUC-GOIÁS.

ARTISTAS DA VIDA

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte.” (Gandhi)

Todos nós somos responsáveis pela arte que construímos com nossas vidas. E somos todos artistas. E o mais importante é que não ignoremos nossa capacidade de produzir o melhor. O aprimoramento está na caminhada do dia a dia. Quando sabemos que o melhor que produzimos hoje pode ser melhorado amanhã. porque se não melhorar é porque não progredimos. E o progresso faz parte da vida.

Esteja se preparando, sempre, para a próxima tarefa. E o método mais prático e racional é fazer, sempre, o melhor que você puder fazer no momento. Cada um de nós está trabalhando, artisticamente, na obra da vida. O resultado vai depender da dedicação ao trabalho. Não importa o que você faz. O que importe e interessa é como você faz o que faz. Esteja sempre de bem com a vida. Não perca nem desperdice seu precioso tempo com o que não lhe interessa. E coloque nesse rol o que pode estar lhe interessando e que não valha a pena. Algo que não possa lhe trazer sucesso na vida.

Procure a felic
idade em você mesmo ou mesma. E a felicidade está dentro de cada um de nós. Nós é que a desperdiçamos, por não darmos atenção ao racional. “O reino de Deus está dentro de nós.” Um pensamento bíblico a que não damos atenção. E é a falta de atenção que nos leva aos campos minados. E atravessar um campo minado é simples. É só você procurar pisar sobre as pegadas dos que já o atravessaram. E podemos, e devemos, fazer isso no dia a dia, aprendendo com os erros, nossos e dos outros. E você nunca vai aprender com um erro, aborrecendo-se com ele. O mais racional é tirar de letra. Afaste o negativismo do seu caminho. Nada é mais pernicioso do que o pessimismo. Ele é o esteio do negativo que não nos leva a lugar nenhum.

Reflita sobre esse pensamento maravilhoso do Charlie Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Porque é assim que vivemos a vida. Vivendo cada momento, independentemente de ele nos fazer rir ou chorar. Não há como evitar os trancos. O importante é que saibamos superá-los. E todos nós podemos fazer isso. Mesmo sabendo que é muito difícil. Mas não nos esqueçamos de que é difícil, mas é muito simples. É só você se conhecer e se reconhecer, no ser de origem racional. Porque todos nós o somos. O que nos incomoda é não entendermos isso. E enquanto não entendermos continuaremos lutando em guerras histriônicas. E a pior delas é a guerra íntima. Livre-se dela. Você pode. É só acreditar que pode. Pense nisso.

*Articulista

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