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SE ASSUSTE, PESSOA

Linoberg Almeida*     

8 de março chegou e não vão faltar mensagens cheias de afeto celebrando com bombons, flores e pix nosso respeito à força e determinação femininas. Não vão faltar discursos, matérias sobre a busca por igualdade de direitos, avanços e retrocessos no combate às violências e a conquista de espaços com certa isonomia incerta no mercado de trabalho. Mas, e você, o que tem feito para além de embrulhar sonhos para presente?

Dê um rolê antes de me taxar de pessimista. Ano vai, ano vem e as mulheres são as primeiras a sentir na pele os efeitos da braba crise econômica, social e civilizatória que atravessamos. Quando o desemprego bate à porta, são elas as que antes deixam a força de trabalho. Mais que desemprego, estar na inatividade significa que mulheres deixaram o mercado de trabalho por que não conseguiram trabalhar.

É nos ombros delas que o mundo pesa. As preocupações com a renda, com o que vai comer hoje, com as questões de saúde física e mental, com a higiene e limpeza, com o ensino remoto que fez da mesa da cozinha sala de aula contínua… As desigualdades de gênero se aprofundam e aquelas que sustentam, cozinham, lavam, comem por último, acabam por comer menos, dormir menos e sofrer mais.

A vida não tá boa como não estava para nossas bisas e avós que se viram sozinhas quando eles se foram em busca do ganha-pão e de outras paragens. Mulheres que cuidam dos seus e dos filhos outros como se fossem seus são invisíveis e ao mesmo tempo indispensáveis nas vidas de muita gente. Mulheres que vão ter seus filhos e não têm pré-natal digno, nem parto adequado onde falta quase tudo. A humanidade é desumana, mas ainda temos chance.

E no “depois a gente vê”, a saúde fica para depois com tantas prioridades a cumprir. O preventivo, a mama, a boca, a alma, a menopausa, a autoestima ficam para depois, e quando a conta chega nem o serviço de saúde básica mais próximo de casa dá conta, pois é um faz de conta eleitoreiro que não age pelo bem estar e sim pelo medicar. Domar com remédios o corpo feminino ao invés de sensibilizar sobre as possibilidades de uma vida saudável é o que tem por aí.

Tolerância, liberdade, respeito e diálogo são valores bem melhor semeados por mulheres. Para renascermos mais humanos, feitos de amor da cabeça aos pés, precisamos olhar melhor aquelas que trabalham três horas por semana a mais do que os homens, fazem das tripas coração e ainda são estupradas, esganadas, espancadas, mutiladas, negligenciadas, violadas pelos que dizem amar e pelas instituições que dizem cuidar.

No dia de hoje, raça, força, cor, suor, voz se sobrepõem às leis, pois somente uma mudança de atitude concreta coletiva consegue proporcionar autonomia plena às mulheres. E, num dia internacional, que as mulheres de dentro de casa, nossas vizinhas, amigas, mães, irmãs possam ser sujeitas vivas e ativas de suas vidas, todas vivas. Quintana já disse que o melhor do susto é esperar por ele. Eu e minha estranha mania de ter fé na vida…

*Sociólogo, professor da UFRR

QUANDO UMA MULHER É EMPODERADA?

Por Sérgio Giacomelli*

Divisão de átomos, limpador de para-brisa, genética microbiana, cromossomos X e Y, bote salva-vidas. O que todas essas invenções têm em comum? Foram descobertas feitas por mulheres. É verdade que o empoderamento feminino é uma palavra moderna, mas é inegável que a ousadia, o estímulo e a habilidade feminina sempre estiveram ativamente entre os domínios ditos como masculinos.

Mas quando é que a mulher é empoderada?! Quando está psicologicamente fortalecida! A mulher que não permite ser subjugada, que tem a autoestima inabalável, tem tudo para conquistar seus sonhos sem temor às diferenças de gêneros. Da forma que vejo, esses ensinamentos precisam vir do berço, da escola, da sociedade e, também, da literatura como agente transformador. Os livros sempre foram e serão essenciais para construção gradual desta mudança social, que aos poucos quebra paradigmas preestabelecidos em sociedades tradicionais.

De uma forma mais ampla, a literatura de ficção que traz personagens femininas fortes, como é o caso do romance D’Angelo – O Viajante de Conca, inspira um simbolismo à imaginação de leitoras que passam a se espelhar na personagem, em seu modo de expressar suas emoções na construção de uma mulher forte que busca a equidade de gênero, mesmo em outras épocas como em 1949 – ano em que se passa a obra.

No outro lado do prisma, quando decidi escrever um romance de época em um universo totalmente dominado pelas mulheres, sabia das dificuldades, mas foi espelhando-me nessa quebra de padrões que tornei meu objetivo uma realidade. É fato que ainda ouço pessoas impressionadas com isso, mas os desafios nos movem para fora da zona de conforto e é lá que estão as oportunidades.

Deixo aqui minha homenagem às mulheres e o anseio para que todas tenham a certeza que são fortes, que acreditem em seus potenciais. Desejo que todas possam se espelhar nas personagens fortes da minha obra, que sejam uma Valentine confiante; uma Giovanna dona de si e decidida ou uma Isabella em busca de seus sonhos e que todas possam conquistar sua própria felicidade. E, é claro, uma homenagem singular às minhas leitoras que tornam o meu trabalho especial e minha obra mágica.

*Escritor, engenheiro eletricista, nascido em São Miguel do Oeste/SC, passou a infância e a juventude entre a cidade e o campo. Viveu muitos anos em Ribeirão Preto/SP e na capital paulista, hoje segue a vida profissional em Belo Horizonte/MG. Apaixonado por pesquisas, é descendente de italianos e coloca essas particularidades no romance de época D’Angelo – O Viajante de Conca.

É QUESTÃO DE FÉ

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Se a pessoa não tiver fé em si, nunca terá fé em mais ninguém nem em coisa alguma. A fé em si é um imperativo absoluto para que se possa ter uma vida feliz, harmoniosa e digna.” (Samuel Dodson)

O mais importante para o progresso do ser humano é a fé que ele tem em si mesmo. Porque quando não acreditamos em nós mesmos não somos capazes para acreditar em mais nada. É quando a fé que temos fora de nós mesmos, é vã. Na verdade, não precisamos sair por aí procurando o que temos dentro de nós mesmos. “O reino de Deus está dentro de nós.” Se você for um religioso das antigas, já leu este texto na bíblia.   Hoje ele não está mais nela. Mas isso também não faz parte do nosso papo de hoje.

Você nunca chegará a lugar nenhum, se não acreditar em você, na sua capacidade de vencer. E isso é pura fé em você mesmo ou mesma. Levante e mantenha sua cabeça sempre erguida. Não permita que nada, nem ninguém faça você sofrer. Ninguém tem esse poder sobre você. Se você se quedar, não será pelo poder de quem o derrubou, mas pela sua incompetência. Nunca se sinta inferior a quem quer que seja.

Acredite em você, acreditando no poder que você tem, em sua mente. Alie-se ao seu subconsciente. Ele é o maior poder que alguém pode ter em si mesmo. É através do seu subconsciente que você realiza os seus sonhos. Mas aprenda a conversar com seu subconsciente. Nunca lhe peça nada. Apenas lhe diga o que você quer. E muito cuidado na conversa silenciosa. O recado deve ser em silêncio, dado pelos pensamentos e não por palavras. Logo, tenha cuidado para nunca dizer ao seu subconsciente o que você não quer, mas o que você realmente quer.

É simples pra dedéu. Mas é muito difícil. Requer muita fé. E a fé não tem tamanho. Ela é única. Ou você a tem ou não tem. Todo o poder de que você necessita para vencer, está em você. O problema é que ainda n
ão progredimos suficientemente para acreditar nisso. E por isso estamos sempre dando de cara com o fracasso. As curas e os milagres você mesmo os faz. Você nunca será curado se não acreditar na cura. E a cura espiritual é o milagre. E este está na racionalidade.

Somos todos de origem racional. Viemos todos do mesmo universo, o Universo Racional. Chegamos aqui porque quisemos vir. Ficamos porque quisemos ficar. Mas, iniciamos um processo de adaptação, num universo ainda em princípio de formação. E foi aí que nos tornamos seres humanos em progresso a regresso. E como temos o livre arbítrio, e o Universo Racional não tem unidade de tempo, nosso regresso vai depender de cada um de nós. E por isso temos o poder da fé em nós, em nossa mente.  Pense nisso.

*Articulista – Email: [email protected] – Telefone: 95 99121-1460