TELEMEDICINA
Marlene de Andrade*
“…aproveitem ao máximo todas as oportunidades…” (Colossenses 4:5)
A telemedicina, teletriagem médica, teleorientação médica e teleconsulta são úteis para serem implementadas dentro da rotina da medicina durante essa pandemia. E como é que iríamos fazer se não existisse essa possibilidade?
Não podemos usar essa prática em se tratando de medicina de urgência, porém ainda assim, a telemedicina pode ajudar salvar muitas vidas como, por exemplo, em um caso de apendicite aguda. É óbvio que o paciente terá que ir urgentemente para um hospital. Todavia, ele liga para um médico da confiança dele por telemedicina, se queixando de dor à altura do umbigo, febre baixa e que vem tomando remédios para dor sem obter resultados positivos, visto que, a dor apenas mudou de lugar. “Opa, opa, como é que é?” Pergunta o médico. E o paciente responde: “agora a dor está concentrada na minha virilha direita.” Na hora, o médico logo pensa na possibilidade de uma apendicite e pela telelemedicina faz teleorientações.
Digamos que esse paciente reside em uma cidade que possui hospital geral, mas ele está com medo de ir àquela unidade hospitalar e se contaminar pelo vírus corona, dessa forma, o médico o orienta correr, sim, imediatamente para o hospital da cidade. E aí, aquela consulta por telemedicina resolveu? É gritante que sim, pois o paciente sabendo do perigo do qual estava correndo, tratou logo de deixar o medo da Covid-19 de lado e partir para a unidade hospitalar e, quando chegou lá, o médico que o atendeu suspeitou que o mesmo realmente estava com apendicite aguda e o encaminhou imediatamente à sala de cirurgia.
Nesse contexto, cabe então uma pergunta: será que a telemedicina adiantou e foi uma ferramenta útil àquele paciente? É notório que sim! Muita gente morre por não correr a tempo para um hospital porque prefere seguir conselhos leigos.
Então, há que ficar esclarecido que, durante a pandemia, se o médico de confiança do paciente reside em outra cidade, ou em outro estado, a telemedicina é um instrumento importantíssimo. Incontestavelmente, ela não substitui a medicina presencial, mas é uma alternativa muito importante para teleorientar o paciente, e por isso, devemos dar graças a Deus de termos, nos tempos atuais, uma tecnologia avançada, a qual proporciona a nós, médicos, a possibilidade de orientar, mesmo à distância, os pacientes. Mas que fique bem esclarecido: a Medicina presencial é a ideal para ser usada por profissionais da área médica.
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho – ANAMT/AMB/CFM – Técnica de Segurança do Trabalho – SENAI/IEL – CRM-RR 339 RQE-431
PRIVATIZAÇÕES À VISTA?
Pollyanna Rodrigues Gondin*
Mesmo antes das eleições presidenciais no Brasil, o debate sobre a importância da privatização das estatais já era um tema bastante explorado. Entretanto, na última semana, essa temática ganhou novamente destaque na mídia diante da intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobrás. Desde então, a população brasileira vem se perguntando quais os impactos que, essa intervenção, pode causar? E de fato, o país inicia um processo de privatização das suas estatais?
Primeiro, vamos entender, resumidamente, a polêmica por trás da ação na Petrobrás e depois, passaremos para uma análise dos seus possíveis impactos e do processo de privatização. Diante do anúncio, promovido pela estatal, sobre a nova alta do preço do diesel e da gasolina promovidos pela valorização do petróleo, Jair Bolsonaro, anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o cargo de presidente da empresa em substituição a Roberto Castello Branco. Essa ação foi vista de modo negativo pela população e também pelo mercado.
Em termos financeiros, a Petrobrás perdeu cerca de R$28 bilhões em valor de mercado no dia 19 de fevereiro e R$74 bilhões no dia 22 de fevereiro. Esses valores são expressivos e no montante as perdas já ultrapassam R$102 bilhões. Soma-se a isso, as perdas no mercado de ações, em que os papéis preferenciais da empresa, caíram 21,5% e as ações ordinárias, 20,5%.
As perdas no mercado financeiro, decorrentes da intervenção na estatal, sinalizaram como essa intervenção foi vista de modo negativo pelo mercado global. Para muitos especialistas, haverá efeitos de longo prazo na percepção do investidor, ressaltando, inclusive, os impactos contraproducentes com a perda de investimento externo.
Infelizmente já vivemos um momento de grandes incertezas e instabilidade econômica no nosso país. Decorrentes apenas da pandemia? Não, a crise sanitária só intensificou o que já era esperado no início do ano de 2020: um baixo crescimento econômico, inflação, desvalorização do real, alta do desemprego, dentre outros. Assim, com uma expectativa ruim em relação ao Brasil, a intervenção na estatal, sem seguir o protocolo dos trâmites legais, só agravou o cenário de incertezas do investidor estrangeiro no que se refere ao ambiente de negócios do Brasil.
E quais são os possíveis impactos da não entrada de capital estrangeiro ou até mesmo, da fuga desse capital do nosso país? Os impactos podem ser sentidos em diversas esferas, uma vez que, já apresentamos uma retração econômica, alto desemprego, etc. Mas podemos ressaltar aqui a queda dos investimentos, sejam eles produtivos ou não, e também, uma possível desvalorização cambial em decorrência dessa fuga de divisas, o que acaba encarecendo a moeda estrangeira frente ao real. E como impacto dessa desvalorização, um encarecimento das importações, o que afeta o consumidor diretamente e indiretamente através do encarecimento dos produtos e os produtores, que veem o preço dos seus insumos de produção aumentarem. Para além disso, as perdas no mercado financeiro da Petrobrás, podem culminar em declínio de valor das refinarias de petróleo da empresa, o que pode acometer o valor de venda dessas refinarias ou até mesmo causar o desinteresse por parte de potenciais compradores.
Devemos considerar que a estratégia do presidente em intervir politicamente em uma das maiores estatais brasileiras, ignorando os trâmites legais necessários, pode gerar imensos prejuízos no longo prazo. Mas, e as privatizações, devem avançar? Já existe uma lista com nomes de grandes estatais que devem passar pelo processo de desestatização, dentre essas é possível citar o Correio e a Eletrobras. Essas privatizações podem ser benéficas para a população em geral? Depende da forma como as mesmas serão conduzidas para não onerar o consumidor final. Para além disso, nunca é interessante deixar setores estratégicos nas mãos do setor privado, pois isso pode causar um enfraquecimento e um desmonte público.
*Economista e professora da Escola de Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.
DESPERTAR NO AMOR
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“O amor está em todos os lugares e eu sou amorosa e digna de amor.” (Louise L. Hay)
A Louise Hay tem uma história muito bonita e exemplar. Iniciada já nos trancos pelo que passou, na vida, desde a infância, e como se tornou uma mulher orientadora exemplar. E toda a construção foi construída com amor. Exemplo de como não há como progredir sem amar. Mesmo porque o amor só constrói. É, sem exagerar, estarrecedor ouvir alguém dizer que alguém matou alguém, por amor. Não sei como alguém ainda pode acreditar nesse absurdo. O amor é imensurável. Não há amor pequeno nem amor exagerado. O que há, quando se passa dos limites, é descontrole que tanto pode ser sentimental como mental.
O descontrole sentimental pode levar você ao descontrole no seu mod
o de amar. Já o descontrole mental leva você ao ciúme e este pode levar você ao crime. E você cai na esparrela de dizer que matou por amor. E o pior é que ainda há ingênuos que acreditam nisso. Mas vamos curar o assunto e nos preocuparmos mais com o amor. Porque ele não pode ser confundido com a paixão que não é mais do que o desejo confundido com amor.
Ame cada momento de sua vida. Só quando amamos é que somos amados. Mas mantenha sua mente sadia em relação ao amor. Quando somos mentalmente sadios amamos com racionalidade. Amemos o mundo em que vivemos. Se ele merece, ou não, não é culpa dele, mas dos que não o amam. E se você estiver vendo seu mundo como um mundo que não deve ser amado, cuidado. Você pode estar caindo na esparrela de confundir o amor. Porque ele é inconfundível.
Só quando entendemos a humanidade, é que a amamos de fato. E comecemos a amar a humanidade respeitando-a no nível da igualdade. E só quando respeitamos as igualdades é que reconhecemos o valor nas outras pessoas. E é o ponto em que não nos sentimos superiores nem inferiores. É quando percebemos que realmente somos todos iguais nas diferenças. E é aí que nos tornamos amorosos e dignos de amor.
É simples pra dedéu, mas é complicado distinguir o amor do desejo. São coisas diferentes e que as confundimos frequentemente. Quando o amor estiver tornando você numa pessoa infeliz, cuidado. Você precisa ir ao médico que está no seu subconsciente. Vá até o seu espelho interior e mire-se como se você fosse seu médico. Consulte-se e descubra onde você está falhando. Porque não há infelicidade onde o amor impera. Mas primeiro você precisa se amar. E você só conseguirá isso com respeito a você mesmo ou mesma. Respire fundo, erga sua cabeça e dirija seus pensamentos para o seu consciente. Fale um pouco com seu subconsciente. Vai valer a pena. Pense nisso.
*Articulista – Email: [email protected] – Telefone: 95 99121-1460