COM OU SEM COVID PESSOAS CONTINUAM SENDO PESSOAS
Wender de Souza Ciricio*
Há mais de um ano, todos os dias, ouvimos e lemos sobre as vítimas desse vírus letal que assombrosamente mata e destrói milhares de pessoas. São muitas almas que estão indo numa velocidade sem precedentes. Nos tornamos reféns de uma doença que parece ser superior em tudo, superior a ciência, superior a economia, a política e maior do que os espaços que temos para tentar lutar contra a mesma. Estamos de mãos amarradas, tentando de todas as formas diluir esse vírus e dele nos livrarmos. Esse vírus é valente demais, sutil e literalmente avassalador. E com mãos amarradas quase tudo parece difícil, inviável, estreito e insuficiente. Tomamos remédios imunizantes, fazemos chás, ouvimos dicas vindas de quem está dentro do ambiente científico e de quem também não está. Estamos ansiosos para saber quem está certo para então podermos nos debruçar em algo seguro, consistente e libertador.
Outro agravante, sério e seríssimo, é o perigo que corremos de diminuir o peso da morte, de banalizar e olhar para o cadáver como “mais um”. Perceber somente as estatísticas e friamente esquecer que por trás dos números existem pessoas que se foram. Não caia nessa, não se consuma pela indiferença. O mundo está perdendo pessoas e pessoas, seja de uma estrutura pobre ou rica, tem nome, tem história, tem valor e tem significado.
Hoje foi o Nilson, sim o Nilson. Talvez nem sequer você tenha ouvido falar do Nilson, que pena, não sabe o que perdeu. A covid o colocou no caixão, mas não conseguiu tirá-lo de nossos corações. Ele foi marcante enquanto esteve conosco. Ele foi um cidadão que não subiu em palco diante de multidões, não foi ator de cinema e nunca virou pop star, mas foi o Nilson, simplesmente inigualável, simplesmente sensacional, único e singular. Deus faz assim, o singular, o insubstituível. Esse rapaz foi único e nunca haverá outro igual, ninguém vai substituí-lo, ninguém vai ter o mesmo sorriso que ele tinha, ninguém vai ter o ímpeto que ele possuía, ninguém vai ser o Nilson. Hoje ele se foi, mas suas marcas ficam, hoje ele está com Deus, e Deus permitiu dar um pouco dele para nós até percebermos que ele é Nilson, único e apenas.
Dias atrás foi o Douglas e algumas horas depois seu filho Obede. Outro dia foi o Naldo, meses atrás o Adailson. Em Goiás foi a Célida. São pessoas e pessoas fazem falta, precisamos delas, mas elas não estão mais aqui. Isso machuca. Quais, próximo de sua esfera, partiram? Quantos não concluíram suas histórias, não puderam mais sonhar, pensar, planejar e respirar. Morreram sem dar um último “olá” ou “bom dia”? Triste, medonho e lamentável. Os que se foram não são números, não são apenas parte de um enredo televiso, são seres humanos.
Estamos vivendo a semeadura da tristeza. Não tem como se esconder desse ambiente emocional. A tristeza está nas nuvens, nos hospitais, nos lares e nas entranhas de nossos corpos. O problema dos lockdowns não é meramente as perdas financeiras, mas é saber que tentamos nos esconder da morte, correr do pânico e vivenciar esse mundo tenebroso. Talvez os bares abertos, as baladas o frenesi nas ruas lotadas de pessoas nos ajude esquecer da morte, da covid, da dor e da solidão. Pode até ser que esse faz de conta traga menos peso, faça as pessoas sorrirem, disfarçar o medo, pensar que tudo está bem e está normal, mas não está. O que está se tornando normal é a morte e o pior a indiferença e frieza diante dela. Não se consuma com a morte, chore por quem se foi e nunca esqueça que quem se foi é alguém é pessoa.
*Psicopedagogo, historiador e teólogo – Email: [email protected]
ESSA ESCOLA TAMBÉM É SUA
Carlos Dorlass*
Em que as escolas gastam tempo e dinheiro em excesso?
As escolas gastam uma boa quantidade de tempo e dinheiro preparando-se para um projeto futuro com métodos antiquados. Continuam a investir nas últimas tecnologias e sistemas, mas como todos sabemos, a tecnologia é apenas um facilitador. São os professores que operam o equipamento e que nos dão vantagem em relação as outras escolas, e isso demonstra que é preciso ajudar esses profissionais a se desenvolverem.
Olhe todas as pesquisas e dados apresentados nos últimos seis anos: os resultados são preocupantes. Verificamos que aproximadamente 35% dos estudantes que entraram na escola não foram até o fim. Embora a maioria deixasse a escola por questões de aprendizagem, o pior de tudo: os grandes talentos são os primeiros a sair. Considerando que são necessários milhões de reais para captar um aluno e mais dezenas de milhares em custos adicionais em treinamento de equipes, estrutura física e contratações, o preço desse desgaste para a escola é desconcertante. E isso é apenas o começo, uma vez que os que saíram e foram acolhidos em outras instituições fazem publicidade negativa para os outros, tornando mais difícil captar novos estudantes.
Os alunos que deixam uma instituição, na realidade deixam os seus professores e gestores.
O que fazemos? O que todos os líderes têm em comum é o desafio de obter o máximo da sua equipe, e isso depende de três variáveis: as necessidades dos líderes, o clima organizacional e a competência potencial da equipe.
Os gestores devem liberar os seus colaboradores para desenvolver os seus talentos ao máximo. No entanto, a maioria dos obstáculos que limitam o potencial das pessoas é provocada pelo gestor e está enraizada nos próprios medos, nas necessidades do ego e em hábitos improdutivos. Quando os gestores examinam profundamente os seus pensamentos e sentimentos para entender a si mesmos, pode acontecer uma verdadeira transformação.
O nosso trabalho como gestores é transformar os professores em especialistas em educação e precisamos moldá-los para se tornarem profissionais plenamente capazes de servir a escola. Devemos aproveitar o potencial que nunca foi reconhecido por gestores que nos antecederam e que tinham uma outra formação.
Os gestores atuais devem estar dispostos a colocar o desempenho do Colégio adiante do seu ego, o que para algumas pessoas pode ser mais difícil do que para outras. Quanto mais se abre mão do controle, mais comando temos.
O lema do seu Colégio deve ser: O que eu quero do Colégio?
E lembre-se que: A escola também é sua? E se a escola é minha, preciso elaborar um planejamento claro, conciso, coerente e consistente.
Comece: O que quero? Por que eu quero? Como o farei?
Queremos oferecer o melhor ensino para a nossa comunidade. Porque desejamos garantir que essa geração e as futuras, sejam capazes de atender a necessidades de si e dos outros.
Faremos uma aliança robusta com todos os departamentos e segmentos e iremos planejar cada etapa e elaborar a trilha para alcançar a meta.
Vamos tentar?
*Diretor Geral do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP).
O SONHO É O CAMINHO
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Você pode dizer que sou um sonhador, mas não estou sozinho nisso. Espero que um dia você se junte a nós, e o mundo será como se fosse um só.” (John Lennon)
Nunca menospreze o sonhador. Sem sonhos não se realiza. O importante é que não nos afastemos dos nossos sonhos. Sonhe sempre. Você estará sempre realizando um sonho. Não importa se seu sonho é grande sou pequeno. Só somos felizes quando realizamos nossos sonhos. As grandes fortunas materiais nem sempre significam riqueza. Você pode ser uma pessoa rica espiritualmente.
Seja e sinta-se sempre uma pessoa feliz. Alguém já nos disse que “Nada, nem ninguém, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim
.” Vamos lá. Procure viver seu dia, hoje, abraçado à felicidade. Não desperdice seu precioso tempo com pensamentos, notícias, ou acontecimentos desagradáveis. Eles não levam você a lugar nenhum, a não ser ao fundo do poço. Sonhe sempre com a felicidade. E mais do que isso, prepare-se para ter sempre o melhor em você mesmo ou mesma, para que seja feliz. O universo é rico, e toda a riqueza está à sua disposição. Cabe a você saber o que é mais importante para a sua riqueza. Não há como não se sentir rico quando se é feliz. E a felicidade está no amor.
Não estou me sentindo um presidiário. Se a pandemia não me deixa sair de casa, fico em casa. E o que você faz quando é obrigado a ficar em casa? Eu ajudo a dona Salete a lavar a louça, varrer a casa, limpar o quintal e muito mais. Mas não vá ficar pensando que ela está me explorando. Nada disso. Ela só fica olhando pra ver se eu sei fazer. Aí, quando começo a suar, ela alerta: que tal um banho? Aí eu sorrio, agradeço pelo aviso, e corro pro banheiro.
Agora me faça um favor: não faça qualquer coisa pra ela saber que estou lhe contando isso. Aí sim, vou me sentir infeliz. Ainda bem que ela não liga pros meus papos. E se você está rindo ou sentindo dó de mim, corta essa. Faça alguma coisa dentro de casa pra não permitir que o covid-19 seja mais forte do que você. Simples pra dedéu. Junte-se ao grupo dos mais fortes. Mas para isso é preciso que você seja forte. E ser forte nem sempre é ter mais força. A vida é uma competição. E competir não é disputar. Na competição você vence quando faz o melhor, não importa o que você faz. O Swami Vivecananda disse: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, e sim pela maneira de ele executá-la.”
Firme-se na competição, e não na disputa. E você está sempre competindo com você mesmo ou mesma. E por isso faça sempre o melhor, melhor do que o melhor que você já fez melhor. Pense nisso.
*Articulista – Email: [email protected] – Telefone: 95-99121-1460