Ele se chama José Vilela, tem 74 anos e, sem qualquer dúvida, um expoente na arte de escrever. Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas, ele é natural de Guiratinga (MT), mas mora em Boa Vista há mais de três décadas, onde trabalhou na imprensa local e assessorias de comunicação, inclusive escrevia artigos para a Folha de Boa Vista no início da década de 1990. Mato-grossense de nascimento, mas que se declara um roraimense de coração.
Escritor tão voraz quanto perspicaz, as aventuras de Vilela no campo da literatura podem ser mensuradas em números: são 22 livros impressos e 18 livros digitais (e-books) atualmente publicados na plataforma da Amazon.com. É um fenômeno e, como ele próprio se descreve, um apaixonado por leitura, livros, livrarias, bibliotecas e rodas de conversa sobre literatura.
A sua mais recente obra digital acabou de ser lançada e precisa ser conhecida: “Doze autores suicidas a caminho do céu”. Conforme ele descreve, trata-se de um livro “tarja vermelha”, para adultos. “Não é obra para ser lida por adolescentes volúveis e imprudentes em piqueniques no bosque ou em alto mar, fazendo uso de álcool ou de drogas, posto que nesse livro o leitor vai entrar em contato com o filósofo Sócrates e 12 autores que se suicidaram em busca da paz perdida, em períodos críticos de suas vidas”, escreveu o autor.
Vilela desfila em terreno minado, muitas vezes evitado em debates e em notícias, que ele descreve como períodos críticos de sofrimento insuportável e de muita desilusão e desesperança; períodos críticos de dores, que nem a medicina, nem a religião, nem a família e nem os amigos nada podiam fazer por eles, por isso optaram pelo “remédio fatal”.
“Assim sendo, eles tomaram o controle de suas vidas, pegaram o caminho das flores, e partiram para o abraço dos anjos no mundo espiritual. Ou seja, partiram para o abraço da Energia Cósmica muito acima do Pico da Neblina (Brasil), do Monte Everest (Ásia) e do Monte Olimpo (Marte)”, prossegue Vilela. “Nesse livro o leitor conhecerá de perto, sem mimimi, a vida, a obra, a morte, e as aventuras e desventuras de 12 escritores oriundos de vários países…”, incluindo o artista indígena Jaider Esbell.
Esses autores são apresentados em ordem cronológica, conforme o ano do falecimento: Camilo Castelo Branco (1890), Vincent van Gogh (1890), Raul Pompeia (1895), Francisca Júlia (1920), Hermes Fontes (1930), Virginia Woolf (1941), Ernest Hemingway (1961), Alejandra Pizarnik (1972), Torquato Neto (1972), Ana Cristina Cesar (1983), Pedro Nava (1984) e Jaider Esbell (2021).
José Vilela avisa logo: “Sem floreio e sem bajulação, nesse livro o leitor vai entrar em contato com segredos que nenhuma resenha ou contracapa de livros revela sobre certos escritores. Ao contrário, eu revelo verdades que a ficção e a publicidade promocional escondem sobre a vida de alguns ‘mitos’ da literatura nacional e estrangeira”.
Eclético na arte de produzir, o autor já escreveu romances, contos, fábulas, história, biografias e autobiografia. Atualmente, ele tem quatro obras à disposição dos leitores roraimenses na Banca Playboy: Oficina de autobiografias: produzida para Sollasi; Quarentena da gratidão: o que aprendi com o isolamento social; Minha neta me salvou; e Moama.
O escritor tem os seguintes e-books publicados na Amazon: 1. A chave do impossível, 2. Cadê você, Kédia?, 3. Desafogos na pandemia do coronavírus, 4. Dom Chicote, 5. Eu sou Meu Mestre, 6. Indígenas em luta pela vida, 7. Minha neta me salvou, 8. Moama: um conto indígena, 9. O retorno de Moama, 10. Oficina de autobiografia, 11. O profeta da irreverência, 12. Os agricolinos, 13. Rapadura é doce, mas não é mole, 14. Uma antologia pessoal, 15. Uma autobiografia literária, 16. O Tamanduá-bandeira e o Martim-pescador, 17. O Tamanduá-bandeira e o Jacaré, 18. Doze autores suicidas a caminho do céu.
Não há desculpa para não ler José Vilela. Há leitura para todos os gostos – e até desgostos. Tem profeta. Tem bicho gente, e gente bicho. Tem macaco. Tamanduá. Tem Mestre de si mesmo. Indígenas lutando por seus direitos. Tem até Kanaimé. E agora tem gente dos mais altos atributos da escrita a caminho do céu…
*Colunista