Bom dia,
Hoje é terça-feira (19.04). Passado o prazo para que os partidos encaminhem à Justiça eleitoral a lista final de seus filiados a tendência é que campanha eleitoral – que já está em curso faz algum tempo-, seja intensificada. Por enquanto, tanto a eleição para a Presidência da República como para o governo estadual apresentam um cenário de polarização. Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT) aparecem em todas as pesquisas de intenção de votos bem distantes dos demais pré-candidatos, no que parece ser um cenário difícil de ser mudado, apesar da tentativa de alguns presidentes de partidos continuarem acenando com a formação de outra candidatura que possa fazer frente aos dois. Em Roraima, embora não existam pesquisas confiáveis, a impressão geral é de que o governo do estado vai ter uma disputa entre o atual governador Antônio Denárium (PP) e a ex-prefeita de Boa Vista Teresa Surita (MDB); e aqui parece ainda mais distante o aparecimento de uma candidatura alternativa.
E neste cenário é preciso que os candidatos – a não ser que casos fortuitos importantes possam ocorrer eles são candidatos de fato-, comecem apresentar propostas de governo para que os eleitores comecem suas avaliações. Em nível nacional tanto Bolsonaro quanto Lula já ensaiam dizer o que pretendem fazer caso eleitos. O atual presidente acena continuar governando a partir de princípios liberais, com o possível rigor no controle das contas públicas; privatização de empresas e serviços públicos essenciais; liberdade de mídias sociais; e obras de infraestrutura em parceria com a iniciativa privada. Lula da Silva vai em sentido contrário, ao pregar controle de mídias sociais; reestatização de empresas privatizadas; reabertura da demarcação de terras indígenas, por expansão das atuais ou de novas áreas; apoio aos movimentos sociais de sem terras na área rural e urbana; e por enquanto não fala em rigor na política fiscal. São, portanto, propostas bem distintas.
E como vai a disputa até aqui? Aparentemente, os dois candidatos são ideologicamente do mesmo espectro político, o que vai diferenciá-los junto ao eleitorado é a forma como prometerão resolver questões candentes que ainda amarram Roraima no atraso e no subdesenvolvimento econômico. Amarras que vão desde questões institucionais especialmente graves num estado com dupla fronteira internacional, com um território cuja superfície tem 46% dentro de reservas indígenas, que somados à superfície dentro de reservas institucionais e legais ultrapassam 65% da superfície total. Roraima é também carente de base infraestruturais, desde a rodoviária até a energética, passando pela precariedade dos serviços de internet ofertados para os negócios e para a população. É preciso que os candidatos comecem a dizer como enfrentarão esses desafios.
DIA DO ÍNDIO
E o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu Roraima para comemorar o Dia do Índio. Dois ministros, o da Saúde Marcelo Queiroga e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Cristiane Britto, estarão no estado hoje para o lançamento de dois programas nacionais voltados para os indígenas brasileiros. Queiroga vai ao Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, para visitar os programas de saúde indígena e prometer fortalecê-los. Já Cristiane Britto, a quem está subordinada a Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a Roraima para lançar oficialmente um programa de proteção às crianças e adolescentes Yanomami. Os dois representantes do governo de Jair Bolsonaro vêm a Roraima depois de pressões de indígenas que ameaçaram ocupar a sede da Funai em Boa Vista; e também de denúncias que chegaram ao cenário internacional dando conta de assassinato de índios e estupro de crianças Yanomami por garimpeiros.
REDUÇÃO
Não vai demorar. Os governadores e prefeitos começarão a reclamar, e exigir compensação pelo governo federal por conta da decisão do presidente Jair Bolsonaro de reduzir em mais 25% a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para quase todos os produtos. Só com esta redução, a arrecadação do imposto vai ser reduzida em cerca de R$ 20 bilhões. Acontece que o IPI, junto com o Imposto de Renda (IR), forma o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), em percentual que alcança 46% da arrecadação líquida dos dois impostos. Em outras palavras, metade da redução do IPI vai ser bancada por estados e municípios; e isso não vai agradar a governadores e prefeitos.
ERA ESPERADO
A publicação de uma Carta Aberta assinada pelo empresário Antônio Parima, anunciando que não apoiará a reeleição do governador Antônio Denárium (PP) já era esperada. O empresário teria decidido fazer agora depois que circulou por redes sociais uma foto onde aparece o ogovernador no estabelecimento comercial de Parina, onde destacava a parceria entre os dois. Segundo o próprio empresário faz tempo, vem se afastando politicamente do governador, inclusive, na última eleição para a Prefeitura Municipal de Boa Vista apoiou abertamente a candidatura do atual prefeito Arthur Henrique, em detrimento à candidata Sheridan de Oliveira (PSDB), apoiada por Denárium. O empresário anunciou, pela Folha, que vai apoiar Teresa Surita (MDB) para o governo estadual.