AFONSO RODRIGUES

As dúvidas sempre traem

“Nossas dúvidas são traidoras. E sempre nos faz perder o bem que sempre poderíamos ganhar, por medo de tentar” (William Shakespeare)

Duvidar é um hábito no ser humano. Se você olhar bem nos olhos de quem está falando, verá que a dúvida está querendo entrar no assunto. E isso faz a confusão que acaba afastando a crença. Já sabemos que somos todos inclinados a acreditar mais na mentira do que na verdade. Acho que já lhe contei a história do marujo que assustou a esposa com uma notícia inacreditável para ela. Foi assim. Ele era da Marinha e fazia anos que esperava por uma promoção que nunca chegava. E por isso ele parou de fala do assunto com a esposa. Até que um dia ele foi promovido a Sargento. Quando chegou à casa, à tarde, a mulher estava lavando louça, na pia. Ele entrou muito feliz contando com o susto que iria pregar na mulher, com o acontecimento esperado há tantos anos. Ele ficou andando para cá e para lá, e pigarreando. Até que a mulher se encabulou e falou severa:

– Vai… desembucha! Que novidade você tem pra me contar? Se é que tem alguma!

Ele parou, pôs a mão na parede, cruzou as pernas e falou pausadamente:

– Mulher… largue tudo isso aí e vá se arrumar, ficar bem lindinha, porque hoje você vai dormir com um Sargento da Marinha!

A mulher assustou-se, deixou o prato cair na pia e perguntou assustada:

– Mas, ele vem aqui? Ou eu vou ter que ir lá?!

Não se sabe quantas verdades o marujo já contara para a mulher e ela nunca acreditou. Mas agora acreditou, mas fazendo confusão com as velhas verdades e mentiras do passado. O que tornou a assunto negativo, mas hilário.

Nem sempre conseguimos viver sem uma mentira aqui e outra acolá. Mas, apenas mentirinhas, muitas vezes nos casais. O negócio mesmo é levar a vida mais a sério e não confundir uma brincadeira mentirosa com uma mentira prejudicial. A brincadeira é agradável, desde que saibamos brincar sem prejudicar. Tenho uma brincadeirinha bem gostosa pra lhe contar, mas não tenho mais espaço aqui. E por isso vou deixar a brincadeira para amanhã, prometo. E chega de papo furado, por hoje, e vamos apertar as mãos e nos afastar do assunto. Vamos viver o dia, hoje, como ele deve ser vivido e nos encontraremos amanhã. Seu dia hoje pode ser muito feliz, agradável, independentemente do desagradável no calor abrasador. Mas ele também faz parte da vida. Porque chegamos aqui há vinte e uma eternidades, e ainda não nos adaptamos às mudanças climáticas. E elas fazem parte do desenvolvimento terrestre e dos dilúvios. Então vamos nos adaptar. Tenha um bom dia e viva-o com intensidade e sem dúvidas. Pense nisso.

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