Bom dia,

Hoje é sexta-feira (19.11). E os presidenciáveis começam a mostrar ideias para serem discutidas no próximo ano eleitoral. Sérgio Moro (Podemos), o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, anunciou que o economista Afonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, será o comandante da economia na eventualidade de sua eleição à Presidência da República. Experiente e com boa formação acadêmica – é professor da conceituada Fundação Getúlio Vargas-, Pastore tem ideias bem claras sobre os problemas brasileiros, a começar pela consciência de que tanto a economia, quanto a sociedade brasileira; não suportam mais conviver com o quadro de miséria que tomou conta do país, revelado especialmente pelas sequelas deixadas pela pandemia da Covid19.

Pastore diz que não é difícil reduzir o quadro de pobreza da população brasileira, o que torna complicado essa tarefa é ter de enfrentar o corporativismo e os grupos de pressão de tem se apropriado do governo brasileiro, em todos os níveis, e de forma avassaladora. Cita por exemplo, que para aumentar os gastos com os pobres no Brasil é preciso acabar com os privilégios – os salários no setor público no país são instrumentos de concentração de renda-; acabar com subsídios a grandes grupos econômicos – no Brasil, dinheiro público financia empreendimentos de conglomerados financeiros privados-; e bilhões de reais servem para alimentar os dutos da corrupção através de emendas de parlamentares aos orçamentos públicos brasileiros.

Pastore diz ainda que aumentar os gastos sociais para reduzir a miséria no Brasil pode ser feito sem que haja necessidade de expandir os gastos totais do governo, como manda a norma constitucional de teto das despesas do governo federal. Defensor da economia de mercado, o economista defende políticas públicas muito próximas a social democracia, bem parecidas com aquelas que animaram o surgimento do PSDB, que nos últimos anos foi literalmente abandonada. É claro, não é fácil mudar tão radicalmente as políticas públicas do Brasil, afinal, existe um poderoso Supremo Tribunal Federal (STF) no meio do caminho, e uma futura composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que obriga um tipo de governança na base do toma lá, dá cá.

De qualquer forma são as primeiras ideias que se coloca em discussão para as próximas eleições presidenciais de 2022. Até agora, os dois principais pré-candidatos Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula da Silva (PT) ainda não definiram claramente o que pretendem fazer se conquistarem o comando do Palácio do Planalto a partir de janeiro de 2023, resumindo seus respectivos discursos a ataques recíprocos, quase sempre grosseiros.

NA FRANÇA

Lula foi se aconselhar com a esquerda europeia e bater fotos para mandar para o Brasil como forma de demonstrar prestígio internacional. Ele esteve também afagando e recebendo afagos do banqueiro Emmanuel Macron, chefe de um Estado que não tem conseguido evitar o aumento da miséria na França, e que tem por esporte tentar intervir na política ambiental brasileira. Ou seja, o petista foi dizer que caso volte à presidência continuará a render respeito aos ditames da política ambiental internacional. Pelo menos indica aos brasileiros e as brasileiras algo diferente de Bolsonaro.

IMPORTANTE

O resultado da pesquisa sobre o grau de satisfação da população com o desempenho dos prefeitos e prefeitas dos 15 municípios roraimenses, feita pelo Inope e divulgada com exclusividade pela Folha, mostra que eles podem ser importantes cabos eleitorais nas próximas eleições, especialmente para o governo estadual. Por enquanto, segundo o que foi divulgado pela imprensa e pelos próprios alcaides, 12 deles tendem a apoiar a reeleição do atual governador Antônio Denárium (PP) e três estariam fechados com a candidatura da ex-prefeita Teresa Surtia (MDB). Resta saber se essa disposição vai ser mantida até o pleito e se eles serão capazes de transferir efetivamente os votos.

RÁPIDAS

 ### A polêmica que se instalou sobre as provas do ENEM revela mais uma vez o conflito entre o governo de Jair Bolsonaro e o aparelhamento da estrutura burocrática do Estado brasileiro. ### E a BR-174, será que aguenta mais tempo trafegável com essa manutenção tão precária? Com a palavra o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT). ### E amanhã, sábado, teremos mais um feriado nalguns municípios brasileiros, inclusive, aqui em Boa Vista. É mole? ### O governo federal terá de buscar alternativas para financiar o novo programa Auxílio Brasil. Tudo indica que a PEC dos Precatórios, do jeito que foi aprovado pela Câmara dos Deputados ela não passa no Senado Federal. ### Será que até segunda-feira saberemos o futuro partidário do presidente da República, Jair Bolsonaro? ### Hoje quase ninguém mais lembra, mas é o Dia da Bandeira. ### Até segunda-feira.