Bom dia,

Hoje é terça-feira (16.11). Um simples acompanhamento pela imprensa, por redes sociais e por notícias de bastidores, mostra que a campanha eleitoral de 2022 já começou explicitamente. Noutro dia, um grupo de idosos de municípios do Sul de Roraima teria sido levado para visitar a Serra do Tepequém, com transporte, hospedagem e comida pagos por uma pré-candidata. E vai ser assim, segundo experientes observadores da política local, o cenário de abuso de poder econômico e político explicito, nas eleições que se aproximam. Ficou gravada na história das eleições roraimense a frase de um delegado da Polícia Federal, que disse ao final do pleito de 2014: “Em Roraima não se disputa votos, compra-se votos”.

E parece que a indiferença e cumplicidade das autoridades em relação aos crimes eleitorais que se pratica a cada pleito em Roraima interessa a muita gente. Ao final das eleições forma-se um contencioso de denúncias que transformam o resultado das urnas pendentes de decisões da Justiça Eleitoral, estabelecendo uma espécie de terceiro turno, uma verdadeira indústria que dá bastante dinheiro a muita gente. São decisões que começam na Primeira Instância; vão para julgamento na Segunda Instância (Tribunal Regional Eleitoral; chegam em grau de recursos ao Superior Tribunal Eleitoral (STE); na maioria das vezes vão bater no Supremo Tribunal Federal (STF). Fica desencadeada uma corrente com elos de recursos e reformas de decisões, que geram uma montanha de dinheiro.

É muita grana, que é claro, vem em sua maior parte de esquemas de corrupção. Que muitas vezes se prolonga por todo o mandato dos eleitos através do abuso de poder político e econômico. São muitos raros os exemplos de políticos cassados em qualquer das instâncias do Judiciário e que sejam efetivamente afastados do mandato para o qual foram eleitos criminosamente. O mais comum é a tal condenação, com direito a se manter no cargo, mediante recursos na mesma Instância e em outra superior, até o final do mandato. Uma vergonha irrigada a muita grana, que não é enfrentada no Brasil. Até quando?

CONVERSAÇÕES

Na entrevista que concedeu no último domingo (14.11) ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 100.3, a embaixadora da Venezuela no Brasil, que representa o governo interino de Juan Guaidó, disse que as conversações entre oposição e governo daquele vizinho país estão suspensas. Essa tentativa de entendimento estava ocorrendo no México, sob a mediação do governo de Noruega, tendo como intermediários representantes da Rússia (apoiadores da ditadura de Nicolás Maduro) e da Holanda (que reconhece como presidente interino Juan Guaidó). As rodadas de entendimento foram suspensas unilateralmente por Nicolás Maduro depois que seu operador financeiro internacional foi extraditado para os Estados Unidos, desde Cabo Verde.

PONTO CENTRAL

O ponto central da negociação entre Maduro e a oposição venezuelana, é aparentemente muito claro. Maduro quer que os países que reconhecem Juan Guaidó como presidente interino liderem os fundos financeiros depositados em bancos europeus e norte-americanos para que seu governo/ditadura os movimente. Já a oposição exige que antes disso sejam realizadas eleições livres na Venezuela, sob supervisão internacional, para que o povo venezuelano possa escolher soberanamente seus dirigentes. A exigência de eleições livres, com a libertação de todos os presos políticos e fim das perseguições, é condição que Maduro até agora resiste, apesar de já estar sendo investigado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, por crimes contra a humanidade.

TRÊS

O ato de filiação ao PTB do pastor Isamar Ramalho, presidente da Assembleia de Deus em Roraima, foi aproveitado para o lançamento de sua candidatura ao governo de Roraima em 2022. Antes, quando ainda estava filiado ao Podemos, correligionários de Isamar, devidamente estimulados por ele aproveitaram a presença do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) num culto para gritar o nome do pastor como futuro governador de Roraima. Se for mesmo para valer o lançamento da candidatura de Isamar ao governo estadual em 2022, o cenário de escolha fica ampliado para três nomes possíveis escolhas: Antônio Denárium (PP), Teresa Surtia (MDB) e o do próprio Isamar Ramalho (PTB).

SEM ALTERAÇÃO

Fontes da Parabólica garantem que a entrada, ou não, de Jair Bolsonaro no PL – o que é cada vez mais improvável-, não altera a decisão da ex-prefeita Teresa Surita de ter o deputado federal Édio Lopes, que preside o partido em Roraima, como seu companheiro de chapa para disputar o governo estadual em 2022. Correligionários da ex-prefeita disseram a Coluna que ela não condiciona sua campanha ao cenário nacional. A tendência, segundo o que se fala nos bastidores da pré-campanha eleitoral é que os candidatos a presidentes da República não se envolvam na eleição de Roraima. 

LASTIMÁVEL

São cada vez mais frequentes as solicitações de leitores da Folha para que façamos uma reportagem sobre as lastimáveis condições da BR-174. Segundo usuários, o tráfego naquela que é a única ligação rodoviária entre Roraima e o resto do país estão cada dia mais difícil e perigoso. Apesar do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) informar a existência de firmas dando manutenção em todo o trecho em território roraimense, o certo é que a situação piora a cada dia. E devido o trafego de muitos caminhões e carretas a desgaste da pista de rolamento da BR-176 resta acelerado. Será que a situação pode aguardar aquela liberação de R$ 200 milhões prometida para o próximo ano pelo ministro da Infraestrutura vai chegar a tempo de evitar o colapso?      

        

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