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AUGUSTO CARDOSO – UM MESTRE DA PINTURA

Um artista talentoso que foi capaz de contar uma história, uma lenda e até um grito de contestação quando na defesa do meio-ambiente ou em uma justa causa política. Augusto Cardoso produziu centenas de pinturas, aquarelas e reposição com avivamento de obras suas antigas, como é o caso do Quadro que adorna o Salão principal de eventos do Palácio Senador Hélio Campos (Palácio do Governo). Há de se mencionar também que ele realizou 64 exposições, tendo 1.600 obras comercializadas.

Personagem da nossa História

O essencial é invisível aos olhos. É nesta assertiva que a maioria dos quadros pintados por Augusto Cardoso está além da nossa percepção. São obras de artes, verdadeiras obras-primas a nos encantar pela beleza e estética harmoniosas, traçada com seus mágicos pincéis. Um artista talentoso que foi capaz de contar uma história, uma lenda e até um grito de contestação quando na defesa do meio-ambiente ou em uma justa causa política.

            Augusto Cardoso produziu centenas de pinturas, aquarelas e reposição com avivamento de obras suas antigas, como é o caso do Quadro que adorna o Salão principal de eventos do Palácio Senador Hélio Campos (Palácio do Governo). Há de se mencionar também que ele realizou 64 exposições, tendo 1.600 obras comercializadas.

            Os seus trabalhos artísticos estão expostos em museus e embaixadas no Brasil, Venezuela, Itália, Argentina, Holanda, Japão, França, Bélgica, Uruguai, Canadá, Áustria e Estados Unidos. E, uma de suas obras faz parte do acervo do Museu do Papa, no Vaticano, que é a tela de São Francisco, em uma paisagem regional. A maioria de suas obras retrata motivos e adereços da Amazônia e, em particular, da riqueza natural das belas paisagens de Roraima.

            Entretanto, por vezes há um segmento artístico que o Cardoso tendeu a fixar nas telas, as chamadas pinturas abstratas e desenhos em silhuetas – mas, em todas, há uma mensagem embutida nas pinturas. É, como disse o pintor italiano Leonardo Da Vinci: “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível e traduz o intraduzível”.

            Augusto Cardoso teve como mestre-inspirador o seu próprio pai, um também autodidata pintor. Até aos 11 anos de idade, o Cardoso observava os trabalhos, aprendia a copiar, reproduzir e ampliar desenhos. Os movimentos se tornaram automáticos, mas o pai como mestre rígido, sempre exigia mais. Aprendeu com o pai que, para pintar, é preciso antes de tudo desenhar – que é a base da pintura.

Cardoso foi um artista nacional e internacionalmente reconhecido. Na expressão da palavra: um “Orgulho de Roraima”. Quem vê suas pinturas, não imagina o trabalho preparatório que havia para ele expor seus quadros. Antes de pintar, ele buscava conhecer o tema. Fazia os primeiros rabiscos, equilibrava o desenho e só depois vinha a pintura. Em alguns dos seus quadros, nota-se uma tendência para a pintura de temas místicos, a exemplo do que produziu em 18 quadros, inspirando-se na Era de Aquário (signo que regeu o ano de 2016).

Em 1989, Cardoso foi nomeado Conselheiro Estadual de Cultura do Estado de Roraima. Entre 1995 e 1996 foi destaque na revista Amazônia Nossa. Ilustrou o Livro Fatos e Lendas dos Mistérios da Amazônia e foi destaque no Livro de Talentos da Listel, com a Obra Macunaíma. Recebeu o Diploma de Reconhecimento do Rotary Club Boa Vista-RR; Honra ao Mérito e Notoriedade Cultural do Estado de Roraima; e foi Destaque em 2002 pelo quadro “Tríptico de São Francisco”, obra com 18 m² (metros quadrados).

Suas obras estão em permanente exposição na “Galeria de Arte Di Cardoso”, em Boa Vista, e Galeria Palácio das Artes, em Manaus (AM). Destacam-se ainda a Via Sacra (15 peças) na Matriz de Nossa Senhora do Carmo e “São Francisco do Lavrado”, que compõem o Acervo do Museu do Vaticano.

Em Boa Vista, o destaque é a obra: “Macunaima criando Roraima”, pintada por Augusto Cardoso em 1995, atendendo uma encomenda da então primeira-dama Suely Campos). Esta obra está exposta até hoje no Salão Nobre do Palácio do Governo do Estado de Roraima. E, em 2015, após vinte anos, a obra foi restaurada pelo próprio autor. A tela foi confeccionada por um artesão chinês no Rio de Janeiro. A pintura têm três metros de comprimento por dois de altura. E, para pintá-la, o Augusto Cardoso utilizou a técnica de óleo sobre tela. A moldura, o quadro, tem também três metros de comprimento por dois de altura, e é feita em madeira de cedro amargo, pesando 25 quilos e foi talhada por um artista de Paritins (no Amazonas), a partir de esboços feitos por Cardoso, que usou a técnica de óleo sobre tela.

Ao apresentar o quadro, exposto à primeira vez, o Augusto disse ser a “apoteose de Macunaima no céu, dando ordens às ninfas para que elas utilizassem os elementos da Natureza (terra, água, fogo e ar) para criar Roraima”. Ele acrescentou: “Na minha visão, Macunaima é um deus macuxi. E é um grande orgulho saber que essa obra contribuiu para desmitificar o mito negativo criado a partir da obra do escritor Mário de Andrade, retratando Macunaima como um herói sem caráter. Hoje podemos observar, nas salas de aula, o respeito com que o lendário Macunaima é reconhecido como um símbolo de Roraima”.

Sobre a carreira, o artista, em entrevista, ao Jornal Folha de Boa Vista, disse ter uma missão: “Eu estou na Terra com uma obrigação: eternizar paisagens, mitos e lendas do nosso estado. Acho que estou no caminho certo. Ter um estado desse que é bom de se viver, pesquisar e produzir obras como essa, é indescritível. A arte enobrece e nos faz chegar perto de Deus. Eu me sinto obrigado a fazer um inventário das belezas que Deus criou”.

Em 2011, Augusto Cardoso foi nomeado membro da Academia Amazonense de Arte e Ciência, ocupando a cadeira nº 34. Elegeu como patrono seu pai, Licínio Cardoso (in memoriam).

Em setembro de 2017, o Augusto Cardoso expôs 45 de suas obras na Galeria de artes Luiz Canará, instalada no Anfiteatro do Parque Anauá. A exposição permaneceu durante dois meses e atraiu um grande público amante da arte do desenho e da pintura.

Augusto Cardoso faleceu no dia 22 de julho de 2020, aos 63 anos de idade, vítima da Covid-19 em Boa Vista. Ele estava internado na UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR).

Mesmo após a sua morte, a genialidade do artista se perpetua em cada obra, que pode ser conferida na “Galeria Art Cardoso” (na residência da família, à Rua Rodrigo Pires de Figueiredo, nº 84, bairro Calungá) e nas exposições públicas.

Ontem, dia 20 de fevereiro de 2024, a Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, reabriu os trabalhos legislativos, expondo no salão nobre, uma mostra especial do artístico plástico Augusto Cardoso. No total, 16 obras de arte fazem parte da exposição, entre elas, uma obra inacabada que Cardoso trabalhou até dois dias antes de ir para o hospital, devido a Covid que havia contraído.

Criações do artista plástico Augusto Cardoso estão sendo apreciadas no “Espaço Cultural Maria Luiza Vieira Campos”, na entrada da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).  Esta exposição está sendo coordenada pela “marchand” Edicilda Cardoso, viúva do artista plástico, que o conheceu em 1982 e há mais de 40 anos cuida do acervo. A palavra “Marchand” é de origem francesa, e designa o profissional direcionado a apresentar as obras de arte a potenciais compradores. Eles atuam como intermediários na mostra e na venda.

Como já disse, a mostra faz parte da programação de abertura do Ano Legislativo da Assembleia Legislativa.  O superintendente dos Programas Especiais, Pablo Sérgio Bezerra, anunciou que o ano de 2024 será pautado por muitas atividades culturais por parte da Assembleia Legislativa, e que no retorno dos trabalhos legislativos será com as obras de um artista de renome internacional.

Pablo Sérgio, destacou que: “Augusto Cardoso sempre levou a imagem de Roraima de forma positiva para o Brasil e para o mundo, mostrando a popularidade na sua produção artística em relação à arte sacra e à arte regional, retratando bem nossas paisagens regionais. É uma homenagem póstuma e também a oportunidade de parte da população roraimense, que desconhece o trabalho deste importante artista. serão três dias de visitação, de 20 a 22”.

Nesta mostra, pode-se apreciar obras com a temática Monte Roraima, Serra Grande, Pedra Pintada, uma tríade de pontos turísticos, Buritizal, Leda e o Cisne, São Jorge, Guardiã do Ouro Inca, Demarcação, Guerreiro de Taipa, Pandemia 2020 (obra inacabada) e Canaimé, feita em nanquim sobre papel.

FONTES: Texto do autor Francisco Cândido, quando da entrevista com o próprio Augusto Cardoso, em 06/02/2019. E, Fotos de Neto Figueredo e Fernando Oliveira (Secom/Gov-RR).Também:(http://www.folhabv.com.br/noticia/Obra–Macunaima-criando-Roraima–e-restaurada-apos-20-anos/11274./ Bem como, parte do Texto transcrito do site: https://roraimaemfoco.com/mostra-especial-do-artista-plastico-augusto-cardoso-esta-aberta-a-visitacao-na-ale-rr/.