Jessé Souza
Baratas e transformacao 10 02 2015 608
Baratas e transformação – Jessé Souza* Os cavaleiros do apocalipse que pregam o fim da imprensa, mediante o avanço da tecnologia e massificação da internet, não levam em consideração um fato imprescindível: por dominarem a arte de escrever, os jornalistas sobrevivem a qualquer bombardeio atômico das revoluções tecnológicas. Quem sabe escrever se torna “barata” sobrevivente a guerras nucleares tecnológicas. A imprensa sempre achará um novo caminho, pois a ela cabe escrever a história, separar as mentiras pregadas na internet das verdades dos fatos e manter a escrita sempre recriada a cada transformação a qual o mundo seja submetido. Quem sabe escrever tem uma larga vantagem nesse mundo de quem não quer mais pensar por conta própria. As redações de vestibulares estão aí para comprovar esse fato irrefutável. Quem está chegando ao jornalismo precisa se atentar que qualquer um pode escrever. Bem ou mal, qualquer profissional medíocre produz um texto qualquer. Mas somente vão sobreviver a esta guerra tecnológica aqueles que escrevem bem, que apresentam conteúdo, que não se contentam com a preguiça mental. As redes sociais possibilitaram abrir mais espaços para as pessoas escreverem. E tem sido um desastre. Muitas pessoas precisam de um tradutor para que se entenda o que elas querem expressar. É muita coisa ruim sendo produzida aos milhares e milhões. Isso significa que aqueles que sabem escrever saem com larga vantagem nesse novo mundo. Não tem outra forma ou fórmula mágica para se aprender a escrever bem. Tem que ler muito, tem que saber ler antes de tudo. Só escreve bem quem ler bem. Hoje estão produzindo jornalistas que mal conseguem produzir dez linhas de textos e acham que aquilo está bom porque “a internet só exige isso”. Não está bom, jamais. Porque a sobrevivência da imprensa é justamente se diferenciar do que está sendo produzido mal e porcamente na internet. É o escrever bem que vai diferenciar quem já saiu da infância para se tornar homem ou mulher adulto. As tecnologias vão avançar ainda mais, porém nenhuma novidade vai substituir à escrita, ainda que as caretinhas e mãozinhas das redes sociais pululem nas redes sociais para expressar sentimentos. Quem quiser sobreviver nesse mundo de transformações precisa aprender a ler e a escrever bem. Porque, senão, será apenas mais um profissional nivelado por baixo, ameaçado por um mundo que pede a interpretação dos fatos por meio de uma boa escrita. Então, se você quer ser um profissional de imprensa, sua sobrevivência depende de escrever com um conteúdo acima da média do que vem sendo produzido na internet aos borbotões. Só as “baratas” sobreviverão à explosão nuclear midiática. *Jornalista [email protected]