Minha rua fala

Barbeiros César e Tércio

Você sabe o que é "Afeitar"? O verbo “Afeitar” tem o significado de: Barbear, fazer a barba. Por conseguinte, é o ato de barbear-se ou fazer (cortar) a barba de outrem. Mas, não é somente a barba por fazer, é também o corte do cabelo, a pintura capilar, o arquear das sobrancelhas, o esmero na maquiagem e a criatividade do profissional nos afeitos que enfeitam e emolduram o rosto de quem está sendo atendido por um “Barbeiro” (voltado ao corte masculino) ou por um “Cabeleireiro” (especializado em corte de cabelos femininos).

Profissionais da arte de afeitar

Você sabe o que é “Afeitar”? O verbo “Afeitar” tem o significado de: Barbear, fazer a barba. Por conseguinte, é o ato de barbear-se ou fazer (cortar) a barba de outrem. Mas, não é somente a barba por fazer, é também o corte do cabelo, a pintura capilar, o arquear das sobrancelhas, o esmero na maquiagem e a criatividade do profissional nos afeitos que enfeitam e emolduram o rosto de quem está sendo atendido por um “Barbeiro” (voltado ao corte masculino) ou por um “Cabeleireiro” (especializado em corte de cabelos femininos).

Hoje, homenageamos dois mestres da arte de afeitar: César (José César de Souza) e Tércio (Ferreira Lima). Amigos durante mais de 30 anos, em tempo igual trabalhando juntos, cortando cabelos e “fazendo” barbas.

O César nasceu na cidade de Jaguaruana, no interior do Ceará, no dia 24/05/1934. Era filho de uma família agricultora (Cosme Ferreira de Souza e Judite Fidelis de Souza). Aprendeu o “ofício” de cortar cabelo e fazer barbas ainda na adolescência. Saiu do interior e foi prá capital, Fortaleza, e de lá veio de Navio para Manaus, no Amazonas.

Na viagem, até para ajudar a pagar a passagem, cortava o cabelo dos embarcadiços em uma cadeira improvisada no convés do navio.

De Manaus veio para Boa Vista, também em barco, em 1964. Alugou uma pequena sala ao lado do “Moura Bar” (onde está hoje a Lanchonete Aracati), na Avenida Jaime Brasil. Nesta época, Cezar teve dois parceiros na barbearia, os dois Raimundo o branco e o preto.

Tempos depois o César mudou a barbearia para a Rua Sebastião Diniz e , por fim, em 1981, comprou um terreno na esquina das Ruas Alfredo Cruz com General Penha Brasil (atrás da antiga Secretaria da Segurança Pública), onde construiu a residência e montou sua Barbearia. Ali, na parte da frente da casa, instalou duas cadeiras, uma para ele e a outra para o seu novo companheiro de trabalho, o barbeiro Tércio Ferreira Lima.

A “Barbearia do César” foi durante várias décadas a mais importante e procurada pelos boa-vistenses, inclusive por várias autoridades e políticos da época, que cortavam o cabelo nesta barbearia. Quando ele não estava na barbearia, era comum ver o César pilotando sua pequena motocicleta “setentinha”, tipo lambreta, Placa: NAJ 9150, na cor vermelha e branca, pelas ruas nos comércios ou mesmo visitando um amigo ou atendendo um cliente enfermo que não podia se deslocar até a sua barbearia.

O barbeiro José Cesar de Souza faleceu no dia 30/01/2012, aos 77 anos de idade.

O César era casado com a senhora Nevyr (dona Nevir) Santiago Gonçalves. O casal teve os filhos: Sissi Iardlei Santiago de Souza, José Cesar de Souza Filho, Junior César Santiago de Souza, Júlio César Santiago de Souza, Emille Santiago de Souza, e Rosber Mota, Rosa Gonçalves e Madaleine Santiago Gonçalves. Deles descendem 14 netos e 3 bisnetos.

A esposa, e viúva, dona Nevyr, foi funcionária federal, iniciando suas atividades profissionais em 1970 na Secretaria da Saúde, depois cedida para o Palácio do Governo e, por último, transferida para a cidade de João Pessoa, na Paraíba, redistribuída para o Ministério da Fazenda, naquela cidade, onde aposentou-se e anos depois retornou para junto dos filhos aqui em Boa Vista.

TÉRCIO (Ferreira Lima): – Barbeiro e Professor (das disciplinas de História e Geografia), formado na Universidade Federal de Roraima – UFRR-, e ministrou aulas em várias Escolas, dentre elas: 13 de Setembro, Monteiro Lobato, Costa e Silva e na Escola de Formação de Professores.

Tércio nasceu no dia 12/04/1930, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Serviu ao Exército e foi lá que aprendeu a cortar cabelos e disto fez sua profissão inicial. Anos depois, já em 1957, foi para Manaus, no Amazonas, onde passou a trabalhar na Secretaria da Saúde. Foi nesta época que ele conheceu o senhor Santos, um português, que o convidou para vir para Boa Vista e, ao chegar, foi logo convidado para trabalhar na “Barbearia do César”.

O atendimento se dava pelos três: César, Santos e Tércio, numa sala de um prédio na Rua Sebastião Diniz. E, assim, esta parceria, principalmente com o amigo César, durou mais de 30 anos. Durante o dia, trabalhava como “Barbeiro”, e à noite estudava na Universidade e, posteriormente, já formado (em 1992), passou a dar aulas de História e Geografia no ensino fundamental, nas escolas estaduais Costa e Silva (no período noturno) e 13 de Setembro (no ano de 1979).

Tércio casou-se em Manaus com a senhora Olívia, e desta união nasceu o filho: Robson Crusoé Ferreira Lima, que o acompanhou quando ele veio para Boa Vista.

No ano de 1990, o Tércio reencontrou uma amiga da época de quando ainda era adolescente (Nazaré Dantas Girão), e logo reataram a amizade. A união durou mais de 20 anos, até o falecimento do Tércio no dia 14/02/2013. O casal não teve filhos.

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