Bom dia,
Hoje é quarta-feira (29.09). O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) já deixou Brasília rumo a Boa Vista. Pouco antes de partir ele fez pose para uma fotografia com alguns parlamentares federais do estado e logo mais estará desembarcando na Base Aérea de Boa Vista. A viagem faz parte das comemorações relativas aos 1.000 dias de seu governo e incluiu inaugurações de obras e outros atos administrativos que beneficiam os estados e regiões visitados. Ontem, Bolsonaro esteve numa cidade da Bahia com a presença de populares para recebê-lo.
Em Roraima, o presidente inaugura uma usina térmica movida a gás, Jaguatirica 2; e assina documentos transferindo terras da União para o estado e alguns municípios. A grande surpresa pode ficar por conta da assinatura da Ordem de Serviço para o início da obra do Linhão de Tucuruí, segundo fontes do Palácio do Planalto, não foi previamente anunciada para evitar eventual manobra dos que ainda resistem – apesar da expressa concordância dos índios Wamiri-Atroari-, à sua realização. A não inclusão dessa pauta na viagem presidencial deverá, com certeza, deixar muita gente frustrada.
Outra aparente lacuna na agenda da visita presidencial é o problema dos imigrantes venezuelanos a Roraima, que chegam às centenas diariamente ao estado. É preciso que alguém lembre Bolsonaro de que apesar dos esforços da Operação Acolhida, que tem acolhido e transferindo para outros estados um parte dos migrantes que chegam, o problema social trazido por essa migração descontrolada incomoda e traz desassossego para a população local. De qualquer forma, a vinda do presidente da República a Roraima tem de ser saudada como positiva.
EXPURGO
Depois de expulsar os deputados estaduais Marcelo Cabral e Jorge Everton por apoiarem o candidato Otaci Nascimento (Solidariedade) contra o candidato do partido Arthur Henrique na eleição municipal do ano passado, a direção regional do MDB não parece disposta a parar com o expurgo daqueles filiados que não seguem as decisões partidárias. Agora, parece que é a vez do prefeito Jairo, de Iracema, que foi convidado a deixar a legenda por não declarar apoio à possivel candidatura da ex-prefeita Teresa Surita ao governo do estado em 2022, apesar de jurar fidelidade a Romero Jucá, que preside o MDB estadual.
AO LARGO
Aliás, segundo fontes da Parabólica, existe gente na ilharga de Bolsonaro defendendo que o presidente, que espera contar com o apoio de parcela do MDB, passe ao largo da eleição para o governo de Roraima no próximo ano. A lógica e o pragmatismo político sustentam a tese do distanciamento de Bolsonaro das eleições de Roraima no próximo ano. Como ele próprio declarou, faz poucos dias, Roraima tem a menor densidade eleitoral do país e o apoio da ala bolsonarista do MDB é muito mais importante nalguns estados para sua reeleição. E esperar para conferir.
SURFANDO
O ex-senador Romero Jucá (MDB) fez circular em suas redes sociais um pronunciamento onde saúda o presidente da República e sua visita de hoje a Roraima. O ex-senador agradece a Bolsonaro pela inauguração da usina termoelétrica Jaguatirica 2 e pela assinatura da Ordem de Serviço para o início das obras de construção do Linhão de Tucuruí. “Ele está querendo surfar nas ondas do governo Bolsonaro aqui em Roraima. Teve mais de duas décadas para resolver o problema energético de Roraima e coordenou, como líder do governo, o desmonte do antigo sistema, que resultou na venda da Boa Vista Energia e do patrimônio bilionário da Central Energética de Roraima (CERR) por cinquenta mil reais, valor menor que o preço de um carro popular no Brasil”, disse a Parabólica um desafeto político do ex-senador.
TERCEIRA VIA
Bolsonaristas que não concordam com o cenário hoje existente para a disputa do governo do estado, e da vaga ao Senado Federal, articulam a formação de uma chapa majoritária para concorrer na eleição de 2022. A ideia é buscar nomes fora do círculo político tradicional e já tem até o nome de um magistrado para disputar o Senado Federal, faltando definir o nome do candidato ou candidata ao governo. O problema é o tempo, que anda curto demais.