Hoje é quinta-feira (29.09). Faltam três dias para a votação que vai definir o futuro do país e do estado pelos próximos quatro anos, com consequência que seguramente vão além desse prazo. Para nós roraimenses a escolha do governador/governadora do estado assume uma importância altíssima, uma vez que dependendo do resultado da eleição presidencial poderemos ter de enfrentar quatro anos de enorme dificuldade com relação ao desenvolvimento econômico e social. Não há duvida que nos últimos dez anos por força dos efeitos da Área de Livre Comércio de Boa Vista; da migração de venezuelanos; da reativação da atividade garimpeira; do crescimento vertiginoso do comércio com a Venezuela; e pela evolução do plantio de grãos que cresce velozmente no estado, o crescimento médio da economia roraimense tem sido persistentemente maior que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Esse crescimento não será sustentável na medida de crises em qualquer desses fatores dinâmicos listados acima. Não temos a mínima condição de interferir no resultado da eleição presidencial, infelizmente, mas a escolha do novo presidente da República pode trazer reais dificuldades para continuarmos crescer. Os dois candidatos que estão pontuando nas pesquisas de intenção de votos têm visão muito diferentes sobre Roraima, e evidentemente sobre seus problemas e soluções. Dependendo de quem venha ocupar o Palácio do Planalto a partir de janeiro de 2023, teremos oportunidade de avançar no processo de crescimento econômico estadual, mas seguramente não se pode descartar a possibilidade de crise profunda que pode ser instalada na trajetória de Roraima.
É nesse sentido que assume especial importância a eleição para deputados/deputadas federais e para a única vaga em disputa para representar o estado no Senado Federal. Os eleitores e as eleitoras roraimenses terão poucas horas restantes para escolher os melhores nomes para nos representar em Brasília e nunca foi tão necessário escolher políticos que tenham independência para negociar ou barrar iniciativas do governo federal que venha de encontro ao nosso sonho de desenvolvimento. Temos como nunca, a necessidade de escolher parlamentares federais altivos e com envergadura política para exigir do governo federal o respeito que temos de ter como unidade da Federação brasileira, mesmo que tenhamos o menor contingente populacional do país.
O difícil é fazer essa escolha num ambiente de tanto abuso de poder econômico e político que sempre marca as disputas eleitorais em Roraima, e nestas eleições não é diferente. Talvez que nunca tenha sido tão manifesto e explicito o derrame de dinheiro legal e ilegal como nestas eleições. Parece que a consciência da população está longe de perceber que o dinheiro que irriga a campanha dos mais endinheirados é de origem suja e os eleitos por força dele vão querer mais que compensar o que gastaram. Assim, podemos ter de continuar com uma representar parlamentar que prioriza a aprovação de emendas ao orçamento da União porque é dali que vem a compensação dos gastos efetuados para conseguir vencer o pleito. Uma tristeza!
SACOU
O gerente do Banco do Brasil, que recebeu a determinação do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública Luiz Alberto de Morais Júnior para estornar para a conta do governo estadual os R$ 22,6 milhões de reais pagos informou ao magistrado que não poderia cumprir a ordem porque R$ 19 milhões já tinham sido sacados da conta. No mesmo comunicado o dirigente do Banco do Brasil perguntou ao juiz se deveria estornar o saldo restante de três milhões. A Parabólica não conseguir a informação da decisão do magistrado. Ao saber do imbróglio, um empresário leitor da Parabólica mandou uma nota, via whats, com os seguintes termos: “É interessante, quando um correntista quer sacar, por exemplo, 10 mil reais, as agências exigem um comunicado com prazo de no mínimo 24 horas. Será que 19 milhões de saque não exige essa previsão?”.
ENGAJAMENTO
Nunca se viu neste país um engajamento tão explícito da imprensa brasileira numa campanha eleitoral. Ontem, quarta-feira, foi pulicada uma notícia, presumivelmente com base em dados do próprio governo, com a informação de que neste mês de setembro o número de focos de incêndio na Amazônia nunca foi tão grande. No comentário sobre a notícia, um dirigente de uma organização não governamental, das muitas de atuam na região, disse que os incêndios aumentaram na Amazônia porque “os grileiros correligionários de Bolsonaro” estavam aproveitando os últimos dias do governo para queimar a floresta. No mesmo comentário, publicado deslavadamente pela imprensa, o comentarista disse que Jair Bolsonaro (PL) perderia a eleição para Lula da Silva (PT). É mole?
RÁPIDAS
Correligionários de Teresa Surita (MD), e ela própria, têm reclamado da presença ostensiva de viaturas da Polícia Militar em todos os lugares de reuniões de campanha da candidata. ### A queda de quase todo o vão de uma ponte nas proximidades de Manaus, na rodovia federal BR-319, com a morte de mais de uma dezena de pessoas, parece indicar erros no projeto ou na execução daquela obra. E se for o caso, pode ir atrás que tem corrupção no meio. ### O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já reservou o Ginásio Hélio Campos, no bairro Canarinho; e o Ginásio da Vila Olímpica, no Joguei Clube, para manter em prisão temporária eventuais eleitores que forem flagrados cometendo crimes eleitorais. É bom lembrar a imunidade contra a prisão de eleitores não atinge os flagranteados. ### Até amanhã.