EXPERIÊNCIA 1

Uma pessoa – não revelamos o sexo para dificultar tentativas de identificação-, que participou das últimas eleições aqui em Roraima disse de sua experiência. “Eu já participei de outras campanhas, mas nunca vi tanto derramamento de dinheiro. A situação mudou para pior. Parece que não há mais espaço para a discussão de ideias, tudo se resume saber do quanto vai custar cada voto, e engana-se quem pensa que o pedido vem só dos pobres da periferia. A classe média também faz o mesmo quando recebe um candidato”.  Segundo disse ainda a pessoa, a compra de votos é tão generalizada que não é fácil punir os compradores, mesmo que todos, inclusive os órgãos de fiscalização, saibam quem foram os maiores. Muito triste e desalentador ouvir isso.

EXPERIÊNCIA 2

Entrevistado no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, de ontem (domingo), o cientista político e professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Roberto Ramos disse praticamente as mesmas coisas sobre a eleição passada. Ex-reitor da UFRR, Roberto Ramos, considerado um dos melhores administradores da nossa universidade federal, ele teve um pouco menos de 600 votos obtidos numa campanha de formiguinha, quase plantando ideias num deserto. Ele contou ter sido abordado por uma senhora durante visita a uma feira livre que lhe disse mais ou menos o seguinte: “Eu simpatizo com o senhor e posso informar meu endereço para que possa mandar pagar a ‘boca de urna’. Se eu receber o pagamento pode contar com meu voto.”. É mole?

DESOLADOR

O professor Roberto Ramos diz não ter a expectativa de que ocorram mudanças para melhor no comportamento do eleitorado, que ele diz não ser apenas o local, pelo menos no curto e médio prazo. Isso seria possível através de um processo educacional que tivesse centrado no ensino da cidadania para que as pessoas desde crianças aprendesse o valor da democracia e do voto, o que necessitaria de um tempo bastante longo. Como os políticos não querem isso é bom não alimentar a esperança. Resta esperar que a pedagogia do sofrimento possa acender uma chama de mudança para o futuro.

QUEBRA

Ainda segundo o professor Roberto Ramos, desde a redemocratização nenhum dos presidentes que se candidatou à reeleição perdeu o pleito. Por outro lado, nenhum dos candidatos que foram para o segundo turno com um número de votos menos que o adversário conseguiu reverter os números do primeiro turno. Agora uma dessas tradições vai ser quebrada: Jair Bolsonaro (PL) é candidato à reeleição, enquanto Lula da Silva (PT) teve mais voto que o adversário no primeiro turno. É nessa tradição que os correligionários de ambos estão confiantes.        

INDUSTRIALIZAÇÃO

Também entrevistado no programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3, de ontem (domingo), o secretário estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação, o economista Emerson Baú, disse que é perfeitamente possível que o agronegócio continue apresentando o mesmo ritmo de crescimento dos últimos anos, mas é necessário que seja exitoso o início de industrialização tanto do soja quando do milho para garantir a demanda de nossa produção. Emerson acredita nisso, e neste caso acha possível que a área plantada com grãos em Roraima chegue aos 400.000ha no final da nova gestão do governador Antônio Denarium.

SAÍDA

Apesar de continuar trabalhando com todo entusiasmado à frente da Secretaria Estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), o economista Emerson Baú poderá deixar a equipe de auxiliares do governador Antônio Denárium (PP) até o final do ano. Fontes da Parabólica garantem que ele é nome bastante forte para ocupar o cargo de diretor técnico de SEBRAE-RR, na eleição prevista para o início de dezembro próximo. Quando indagado sobre essa possibilidade, o atual secretário da Seadi desconversa, mas onde há fumaça, diz o adágio popular, há fogo. O tempo é o senhor da razão.

ESPECULAÇÃO

Na hipótese da ida do economista Emerson Baú para a diretoria técnica do SEBRAE-RR corre nos bastidores políticos locais a possibilidade do empresário Aluízio Nascimento (Republicanos) – que foi candidato a deputado federal na última eleição-, volte ao comando da Secretaria Estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi). Nascimento é muito ligado ao governador Antônio Denárium e vem do agronegócio local no qual milita há muito tempo como produtor. É dele a ideia do governo partir para a mecanização da agricultura familiar através da compra e distribuição de tratores com todos os implementos necessários, já em execução pelo atual governo.