Hoje é Dia do Funcionário Público e antevéspera da votação em segundo turno da eleição presidencial. Nalguns estados – doze ao todo-, os eleitores e as eleitoras também vão escolher os governadores. Ao render nossas homenagens aos trabalhadores e às trabalhadoras que constituem uma das corporações mais importantes do país, não podemos deixar de escrever sobre a eleição presidencial do próximo domingo. O resultado desse pleito vai definir o que nosso país pode ser nos próximos anos, e quem sabe nas próximas décadas; se seremos um país moderno, inserido com competitividade e altivez frente às demais nações num mundo cada dia mais globalizado, ou se aprofundaremos nossa condição de nação refratária aos interesses dos países que tentam subjugar os povos pobres do mundo Para manter seus próprios privilégios.

O Brasil tem condições diferenciadas que o colocam como um dos países de maior possibilidade de desenvolvimento no futuro próximo. Do ponto de vista energético, por exemplo, nossa possibilidade de geração de energia elétrica alimentada por fontes renováveis é uma das maiores dentre os demais países, especialmente quando comparada com os europeus. Em pouco tempo, podemos ampliar a capacidade instalada de geração de energia limpa, o que é requisito fundamental para produzir bens através de uma indústria compatível com os novos tempos de sustentabilidade e menos poluição. Os brasileiros só precisam retornar a trajetória de crescimento industrial do século passado quando fomos exemplo para o mundo.

Em termos de crescimento puxado pela agricultura é também o Brasil um país que se coloca como estratégico na produção de alimentos para todo o planeta. Temos terras que podem ser colocadas para produzir – basta enfrentar as pressões de grupos internos e externos que querem impedir que isso aconteça-; temos uma das tecnologias mais avançadas dentre todas do mundo inteiro para produzir cada vez mais na mesma área plantada; e temos empresários que se destacam como os mais eficientes entre os de qualquer outro país. Precisamos corrigir alguma deficiência de infraestrutura básica – de transporte em todas as modalidades e de serviços-; de suprimento de matérias-primas e insumos dentro do próprio país; e de aperfeiçoamento de mão-de-obra, que já tem nível quase razoável. Precisamos, é claro de paz no campo, e sem dúvida somos uma possibilidade concreta de manter a segurança alimentar de boa parte da população mundial.

O Brasil pode, inclusive, mostrar ao mundo que é possível produzir na Amazônia sem devastar a região, ao contrário, é perfeitamente viável transformá-la no maior polo exportador de madeira legalizada de todo o planeta. E não é difícil fazer isso acontecer, basta iniciar um vigoroso programa de reflorestamento, com espécies comerciais e nativas, nas imensas áreas já degradadas que existem em toda a região. Temos muita pesquisa que já identificaram quais são essas espécies, faltam apenas financiamento e vontade política. E coragem para enfrentar os criminosos do desmatamento ilegal e a pressão de ambientalistas radicais que fazem o jogo de interesse dos países mais desenvolvidos – especialmente europeus e dos Estados Unidos da América (EUA)-, que querem impedir a exploração racional dos recursos amazônicos, com essa balela de que sua utilização deve ser compartilhada com toda a humanidade.

Enfim, o Brasil está pronto para vencer as amarras que prenderam em crise moral e econômica nosso desempenho das últimas décadas. Faltam algumas reformas ainda incompletas, embora algumas já tenham avançado nos últimos quatro anos. É claro essa retomada de crescimento deve vir acompanhada de maior justiça social, expressa em menor concentração de renda/privilégios e mais emprego para todo o conjunto da população. Nesse sentido, estamos fechando o ano com a menor taxa de desemprego dos últimos dez anos e com perspectivas de crescimento econômico com taxa que se coloca entre as maiores dentre todos os países.

É preciso, no entanto, que os eleitores e as eleitoras saibam fugir das promessas fáceis quando forem às urnas. Ninguém tem condições concretas para ladrilhar com pedrinhas de brilhantes as ruas e avenidas para ver a população passear. Existem inúmeros problemas a ser vencidos.

Dito isso tudo, vamos às urnas!