Noutro dia, um leitor da Parabólica mandou mensagem, via Whatsapp, para lamentar ter lido a notícia de que o Brasil ocupa o quarto lugar dentre os países mais corruptos do mundo. Ontem, um ouvinte da Rádio Folha FM 100.3 ligou para a emissora para reclamar da presença na equipe de transição do governo leito do último pleito de muita gente, que num passado não muito distante foi presa, ou teve que usar tornozeleira eletrônica condenada por corrupção. O ouvinte dizia estar envergonhado do país em que vive, e perguntou se era normal uma população tratar da corrupção com tanta indiferença, e até aceitação.
Na verdade, os números da criminalidade no Brasil são alarmantes; e a prática da desonestidade na relação entre as pessoas, e entre elas e as instituições públicas e privadas entre nós assusta pela naturalidade com que são aceitas as condutas de se apropriar do alheio sem a reação coletiva contra isso. Esse estado de coisa é tão generalizado entre os brasileiros e as brasileiras que quando alguém procede ao contrário – por exemplo, quando encontra algum dinheiro que não é seu e o devolve a seu legítimo dono-, a atitude vira notícia nacional como fosse a comemoração de algo absolutamente incomum entre nós. E se isso é comum na vida pessoal e social da média da população comum, quando se trata da apropriação indevida da coisa pública então, nem se fala.
O que se passa atualmente no Brasil com a cúpula de varios poderes, a título de exemplo, não seria sustentável em qualquer país democrático do Planeta. Acusações de vida nababesca; com mordomias inaceitáveis pagas com o dinheiro do contribuinte; com decisões flagrantemente inconstitucionais; ativismo político declarado; e uma arrogância ofensiva e criminosa, têm sido denúncias diárias veiculadas na imprensa minimamente independente, que ainda resta no país. Centenas de milhares de brasileiros e de brasileiras estão nas ruas, faz quase trinta dias protestando contra essa cúpula e as instituições políticas da República – entre elas o próprio Judiciário, e especialmente o Legislativo-, fazem de conta que nada existe, e que pelo cansaço esses movimentos vão ser esvaziados.
Depois, tudo vai para debaixo do enorme tapete de imoralidade, assim como foram os escândalos revelados pela Operação Lava Jato, esquecidos e subestimados na última eleição. Aquela operação, que pareceu abrir uma janela para a construção de um novo país, fundado em mais ética e moralidade com a coisa pública foi solenemente ignorado pela maioria dos eleitores e das eleitoras tupiniquins. Assim, falaram as urnas, e agora só uma parcela da população chora o leite derramado. Simples assim.
PROPINAS
Fontes da Parabólica dizem que para atrair empresários brasileiros para investirem em Lethen, as autoridades da República Cooperativista da Guiana precisam combater a nefasta prática de pagamento de propinas para agentes da burocracia daquele país. Essas fontes dizem que ali, tudo está muito parecido com o que acontece na República Bolivariana da Venezuela, sendo comum o pedido de pagamento para se conseguir alguma coisa da autoridade local. É bom que essa preocupação ocorra, afinal a Guiana pode ser o país de maior crescimento econômico das Américas em função da indústria petrolífera nascente no país. Mas, crescimento econômico sustentável só existe com segurança jurídica dos negócios.
ESTRADA
Mesmo que o novo presidente do Brasil, Lula da Silva (PT) venha reatar as relações diplomáticas com a Venezuela tão logo assuma o governo, é bem possível que as relações comerciais entre os dois países não sejam tão intensas como no passado. Segundo informações dadas por fontes da Coluna, situação de trafegabilidade da estrada que liga Santa Elena do Uairén ao 88 – região de garimpos de lá-, é precaríssima. “Não tem mais asfalto, são buracos imensos que impedem o tráfego, sobretudo de carros pequenos”, diz a fonte.
VALENDO
Produtores agropecuários já estão encaminhando pedidos de licenciamento ambiental junto à Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Femhar) para que possam explorar suas propriedades em até 50% das áreas florestadas, conforme emenda da ex-senadora Ângela Portela aprovada, e incorporada ao Código Florestal brasileiro. Tudo que era necessário para ser feito – aprovação do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), e atingimento de pelos menos 65% da superfície do estado dentro de áreas protegidas de domínio público-, está em conformidade com as exigências da legislação federal.