O presidente Lula (PT) disse ontem (quarta-feira) que recebeu nas últimas eleições autorização para mudar a política econômica do país. Entre essas mudanças ao que parece está a política monetária, o que nas mais modernas economias do mundo está a cargo de um banco central com autonomia operacional, cuja tarefa principal é a de cuidar da saúde da moeda nacional. Por conta dessa autonomia, as ações desses bancos centrais estão intimamente ligadas à ciência econômica, isenta das paixões partidárias e conveniências de eventuais governos, afinal a moeda é instituição de Estado e sua credibilidade é fundamental ao funcionamento da economia.
O presidente parece ter decidido mudar essa autonomia e até teria liberado seus ministros e correligionários a fazerem uma campanha contra a atual diretoria do Banco Central do Brasil, que é presidida pelo economista Roberto Campos Neto, considerado pela comunidade internacional do mundo civilizado como um dos melhores do mundo, tanto que sua gestão tem sido elogiada e copiada por muitos países, e apresentou resultados muito melhores que a maioria dos outros países. A decisão do governo é tamanha que a ministra da Ciência e Tecnologia, vejam só, noutro dia conclamou a população para ir as ruas e exigir da redução da taxa de juros.
Ninguém pode tirar a legitimidade do atual presidente de definir as políticas econômicas e sociais do Brasil. De qualquer forma, existem limites na outorga que os brasileiros e as brasileiras concederam através do voto ao atual presidente, mas entre estas, seguramente não está a de negar princípios elementares da ciência econômica.
MARGEM
A campanha nas redes sociais, claramente incitada por adversários políticos, para ligar o nome do deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos) ao trágico caso dos Yanomami, não foi capaz de mudar a larga margem de votos em seu favor, no Senado, ontem, quando foi votada a indicação para ministro do Tribunal de Contas da União. Foram 72 votos sim, dois contrários e apenas uma abstenção.
EVOLUÍDO
Até mesmo o ex-senador Romero Jucá (MDB), adversário histórico do pai de Jhonatan, o senador Mecias de Jesus (Republicanos), admitiu a vitória e nas suas redes sociais parabenizou o futuro ministro, afirmando que o fato é importante para Roraima. “Esse é um cargo que pode ajudar muito nosso estado e a Amazônia. Espero que ele desempenhe as suas funções com competência e desejo felicidades”, escreveu.
SENADO
Ontem começaram a surgir, em meio a seguidores fieis do ex-presidente Jair Bolsonaro, algumas teorias sobre uma possível mudança de domicílio eleitoral do mesmo para Roraima. O objetivo seria disputar uma vaga ao Senado Federal em 2026. À primeira vista pode até parecer brincadeira, mas sabemos que não seria uma excepcionalidade no Brasil, e é de se imaginar que a possibilidade embarace os planos de muita gente. Nunca esquecer que José Sarney foi eleito e virou cacique político do Amapá por vários anos depois que deixou a presidência da República. Mais lá atrás Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek forma eleitos senadores por mais de um estado quando deixaram o governo.
LENTIDÃO
Vendo uma portaria publicada no último dia 2, pelo Ministério Público do Estado, sobre a prorrogação por mais um ano de uma apuração sobre a situação de abandono da escola estadual Henrique Dias, no município de São Joao da Baliza, na região Sul de Roraima, dá para sentir o ritmo lento no andamento de algumas ações de interesse da coletividade. O procedimento já tramita há quase um ano.
OUTRO
Mais um exemplo da mesma situação descrita acima é o inquérito civil que apura a utilização indevida e dano a um veículo da Secretaria Municipal de Saúde também de São João pelo secretário da pasta, que não era habilitado e estava em suposto estado de embriaguez. Também essa investigação foi prorrogada por mais um ano, por estar pendente de diligências.
APURAÇÃO
Esses dias também foram instaurados novos procedimentos para apurar a falta de transporte escolar para alunos de uma escola em Baliza e acompanhamento de informações apontadas no monitoramento da auditoria operacional de avaliação dos serviços de atenção básica prestados nas unidades de saúde daquele município.
ALTERNATIVAS
Um acordo de cooperação técnica assinado recentemente entre o Governo do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública de Roraima, vai implementar um modelo de gestão em alternativas penais. O objetivo, entre outros, é e desencarceramento e a restauração de danos e laços sociais. Entre os casos beneficiados com a nova política, estão situações relacionadas à violência contra mulheres.
REPRESENTANTE
O ex-deputado Evangelista Siqueira, pelo visto, vem representando a Assembleia Legislativa de Roraima na discussão de temáticas locais junto ao Governo Federal. Essa semana foi publicada resolução informando sua ida a Brasília, para tratar de assunto daquele Parlamento, mesmo período em que ele apareceu em postagens de redes sociais durante reunião da bancada federal com o ministro-chefe de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
CARGOS
Continua um suspense em torno da indicação do Governo Federal para alguns cargos cá em Roraima. Logo após a eleição, em outubro passado, alguns membros do Partido dos Trabalhadores em Roraima comentavam sobre o interesse direto na ocupação de postos estratégicos para os projetos da nova gestão, como o Incra, Ibama e as próprias coordenações dos DSEIs Leste e Yanomami. Até então, nada de martelo batido.