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CENÁRIO

É desolador o cenário presenciado por quem passa aos domingos nas proximidades da Rodoviária Internacional de Boa Vista, durante a estação chuvosa, onde dezenas de pessoas se espremem nas marquises de lojas para tentar se proteger das intempéries do tempo. O tema foi novamente lembrado durante o programa Agenda da Semana de ontem, na rádio Folha, com pedido de providências por parte das instituições, sobretudo federais.

GARIMPO 1

Jailson Mesquita, coordenador do Movimento Garimpo é Legal, foi um dos entrevistados de ontem do programa Agenda da Semana, e afirmou que as mortes ocorridas na Terra Yanomami precisam ser mais bem explicadas para a sociedade brasileira, devido ao que chamou de divergências nas informações. Outro ponto levantado por ele diz respeito ao suposto armamento de indígenas, fato revelado nas notícias relatadas essa semana. Quem levou e entregou as armas aos indígenas? E por quais razões?

GARIMPO 2

O líder garimpeiro pediu a apreensão imediata das armas supostamente em posse de indígenas e reclamou de omissão por parte da classe política. Jailson Mesquita disse entender que o garimpo é uma atividade “legal” prevista na Constituição Federal, e adiantou que a associação pretende protocolar uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatando o descumprimento do Estatuto do Garimpeiro.

ARRANJO SOCIAL

Mesquita disse ainda que o garimpo – inclusive em áreas proibidas-, como a Terra Indígena, explodiu em meados de 2016, quando a imigração desenfreada atingiu de morte a economia roraimense, fazendo com que as pessoas tivessem que produzir esse “arranjo social”. “Essa questão precisa ser resolvida por meio de ações políticas, e com respeito ao que diz a lei”, completou a liderança.

COORDENAÇÃO

Sobre a operação realizada por órgãos de segurança federal na expulsão dos garimpeiros da área Yanomami, Mesquita lembrou da não existência de uma coordenação que identifique os responsáveis pela sua realização. “Parece proposital para evitar que sejam responsabilizados os eventuais responsáveis pelos eventuais abusos contra os direitos humanos dos homens e mulheres, que podem estar errados ao garimpar em terras indígenas, mas são seres humanos”, disse.     

CONVOCAÇÃO

O senador Hiran Gonçalves (PP) participou do Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3 para frisar que a Comissão Especial que trata da questão do garimpo em Roraima convocou, sim, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, que na semana passada esteve em Roraima tecendo um rosário de críticas públicas ao governador Antonio Denárium (PP). Ele adiantou que a ministra deverá ser comparece à comissão até o próximo dia 20.

TENTATIVA

Fontes da Parabólica dizem que a assessoria parlamentar da ministra Sônia Guajajara tem procurado o senador Hiran Gonçalves na tentativa de mudar o sentido de convocação dela para prestar esclarecimento junto a Comissão Externa do Senado Federal. Os assessores da ministra querem transformar de convocação em convite o comparecimento de Guajajara à comissão. Se o senador concordar a ministra pode deixar de ir ao Senado Federal ou marcar para depois sua presença.

FATOS E FAKES 1

Hiran Gonçalves aproveitou a oportunidade para falar da importância de esclarecer o que, em meio a tudo que vem sendo divulgado, é fato e o que é Fake, ou seja, falso. Conforme ele, os parlamentares, inclusive ele, são favoráveis a ações de desenvolvimento do Estado, não necessariamente por meio do garimpo ou exploração mineral. “É preciso discutir sem o viés ideológico”, advertiu.

FATOS E FAKES 2

O senador disse que é preciso investigar os verdadeiros responsáveis pelas mortes noticiadas essa semana, segundo ele, sob pena de acontecer o mesmo que houve na época do massacre de Haximu, que é noticiado internacionalmente até hoje, mas que, não seria fato, ainda conforme o parlamentar, que chegou a atuar como médico legista nos idos da década de 90. Para ele, a narrativa tinha como objetivo fortalecer a demarcação do Raposa/Serra do Sol.

TCE

O advogado Manoel Leocádio concedeu entrevista à Rádio Folha FM 110.3, esclarecendo seu pedido de impugnação à candidatura da primeira-dama, Simone Denárium, ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele elencou algumas exigências do edital que impediriam legalmente o prosseguimento da candidatura, destacando questões como idoneidade moral, reputação ilibada e notório conhecimento. Por falar nisso, o presidente da Comissão Externa da ALE, criada para coordenar o processo de eleição do novo/nova conselheiro do TCE, Sodado Sampaio (Republicanos), suspendeu “sine die” os prazos para a sabatina e a votação em plenário.   

SEGURANÇA

O novo secretário estadual de Segurança Pública, André Fernandes, também convidado do Agenda da Semana, fez um anúncio que muito interessa à população de Roraima. Conforme ele, a pasta deve receber até o final do ano R$ 30 milhões em recursos federais para composição do Fundo da Segurança Pública, que atualmente tem um saldo financeiro de R$ 61 milhões. Os recursos poderão ser utilizados na compra de novas viaturas, armamento, coletes balísticos, munição, construção de novas delegacias e valorização dos profissionais do setor.

SEM RESPOSTA

André Fernandes recebeu ainda um questionamento de ouvintes da Rádio Folha 100.3, sobre informação veiculada cá na Parabólica, sobre o uso de policiais civis e militares como segurança particular por um empresário que é ex-secretário de Estado, mas não deu uma resposta direta e objetiva. Na opinião dele, é preciso que cada caso seja analisado de forma individualizada, ao citar um caso pessoal em que sua família foi ameaçada.

HABITAÇÃO

O Governo do Estado abriu, na semana passada, um crédito suplementar por anulação de Empenho em favor da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), no valor de R$ 1.050.000, para apoio de atividades do Setor Habitacional e ainda a construção e melhoria de unidades habitacionais. A boa notícia vem junto com a publicação da Lei Estadual 1.823, do último dia 28, que institui o Programa Estadual de Habitação.