Bom dia,
Um artigo publicado recentemente pelo jornal Folha de São Paulo e assinado pelo doutor em Ciências Sociais, Nicolás José Isola, retrata a profunda crise pela qual passa o sistema de saúde privado Brasil afora, fato que não nos é indiferente mesmo em Roraima.
A reflexão também cai como uma luva para a situação que possivelmente devamos presenciar em breve, caso se torne realidade a privatização do setor, por meio da terceirização da gestão do Hospital Geral de Roraima. Ele comenta que o sistema de saúde de um país é uma engrenagem complexa e delicada que precisa ser cuidada. Aponta que no Brasil, esses mecanismos estão cada vez mais descalibrados “numa tensão que é um risco para a sociedade”.
Nicolás destrincha a quase falência do setor privado, com ênfase nas operadoras de planos de saúde, que experimentam pelo menos três trimestres consecutivos de prejuízos operacionais. Resumindo: o sistema privado atravessa uma crise aguda que se ainda não foi percebida pela maioria da sociedade do nosso país, é sentida pelos profissionais da saúde, da enfermagem e da medicina. E, se a coisa continuar a degringolar, toda essa demanda de saúde tende a sobrecarregar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS). Diante disso, o que a população de Roraima deve esperar?
O governo do estado mantém-se mudo sobre o tema, como se o silêncio fosse mais uma “estratégia” para conter o grito dos insatisfeitos. Contudo, a médio e longo prazo esse constrangimento pela qual passam a grande maioria das famílias roraimenses ao precisar do serviço de saúde pública, pode ajudar a degringolar um cenário político que já não aparenta ser dos mais favoráveis.
LÁ
Aliás, por falar em saúde pública o governo de Rondônia parece ter aderido essa história de tercerizar a saúde pública. Lá, ontem (quinta-feira), o governador Marcos Rocha participou do leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) escolher um consórcio que ficará responsável pela construção de um pronto socorro – a obra já está em andamento-, e operação da unidade por 30 anos. O governo de Rondônia vai dispender quase R$ 29 milhões para manter a Parceria Pública Privada (PPP). O consórcio ficará responsável pelas despesas com a Bata Branca (Médicos) e Bata Cinza (Setores Operacionais).
DESRESPEITO
Ainda sobre a questão da saúde por aqui. Uma conhecida operadora de Planos de Saúde, com atuação em Roraima parece estar nos estertores do funcionamento. Alegando falta de pagamento, laboratórios de análises e consultórios médicos se negam a atender os segurados desse plano de saúde forçando-os a cair no atendimento privado, cujo preço todos sabemos está nas alturas. Outo esquema montado é dizer que estão sem vagas para atender os segurados, marcando a consulta para três meses à frente. Se o segurado resolver pagar a consulta, ela é marcada para o dia seguinte. É mole?
ALIMENTAÇÃO
E já que da Saúde falamos, a Justiça Estadual deferiu pedido da Meio-Dia Refeições Industriais para suspender os efeitos da punição administrativa aplicada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) à empresa. A sanção impedia temporariamente a Meio-Dia de participar de licitações e ainda impedia de contratar com a secretaria por dois anos, ou seja, agora o caminho está livre.
EDUCAÇÃO
Contrariando o que afirma a deputada Aurelina Medeiros (PP), de que os cofres públicos estariam vazios, o governo publicou decreto de suplementação por excesso de arrecadação para a Educação de recursos de convênios, da ordem de R$ 6.907.043,25. Com o dinheiro, conforme publicação em Diário Oficial do Estado (DOE) devem ser construídas unidades educacionais de ensino fundamental indígena e ainda de apoio pedagógico.
GASOLINA
A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor determinou a instauração de um inquérito civil contra um posto de gasolina local que estaria, supostamente, violando a bomba medidora para apontar uma quantidade de combustível em volume diferente do que seria realmente dispensado no tanque dos veículos. A possível violação de direitos do consumidor deve ser investigada mais a fundo. Parabéns ao promotor, ao mesmo tempo restar perguntar por onde anda o órgão estadual responsável por fiscalizar a exatidão dessas medidas.
TIROTEIO
Enquanto Lula da Silva (PT) e o ditador Nicolas Maduro jantam em Brasília e trocam elogios , em Pacaraima uma multidão de venezuelanos expulsa de seu país pelo desemprego, perseguição e fome fugia em desespero, ontem, de um tiroteio no principal avenida da cidade. A troca de tiros foi da Polícia Militar de Roraima e passageiros de um veículo venezuelano que não obedeceu à ordem de parar feita pelos policiais. Embora Lula diga que as coisas estão melhores na terra de seu companheiro/ditador, é cada dia maior o fluxo de imigrantes que chegam ao Brasil através de Pacaraima.