Jessé Souza
Cabeca do grande monstro 08 10 2014 126
Jessé Souza* Com suas raras exceções, não houve renovação expressiva na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa. Boa parte dos parlamentares que não conseguiram sua reeleição será substituída por outros que já fazem parte do cenário político servindo aos sucessivos governos ou envolvidos com alguma trama que rege as decisões governamentais. Sendo assim, não se pode esperar muita coisa de quem já vive viciado nos esquemas políticos e sendo serviçal dos caciques da política local. Existirá uma ou outra andorinha que conseguiu escapar da gaiola eleitoral e que tentará fazer verão nos legislativos federal e estadual. É fato que algumas respostas foram dadas pelo eleitor, mas logo os grandes operadores poderão se refazer e voltar a dominar o cenário político, caso os eleitores desapontados ou vencidos por se acharem fala solitária deixarem de atuar, seja com suas presenças nas redes sociais ou pelas indignações em seu espaço social. A eleição do ex-vereador Telmário Mota (PDT) para o Senado é um desses aspectos que merece uma reflexão, pois sua votação representou um estrondoso NÃO a dois candidatos que batalhavam pela manutenção desta realidade sombria em que o Estado se encontra, com rombos milionários e falcatruas em um dos setores mais urgentes: a saúde pública. Isso significa que o povo está atento a essa movimentação que existe no Estado em favor da manutenção dos esquemas, com verdadeiras quadrilhas instaladas para dilapidar os cofres públicos e assim manter alguns políticos mais ricos do que estão e alimentar os seus projetos eleitorais a cada dois anos. Mas o fato é que os mantenedores dos esquemas vão continuar no comando dos legislativos. São eles que ajudam os grupos e também se beneficiam das falcatruas executadas em várias frentes, como na saúde e educação, nas obras de esgoto e na construção de delegacias, por exemplo. Daí a necessidade de não baixar a guarda para, ao menos, reduzir o poder de quem dominga esta terra. O povo de Roraima não pode permitir que o poder do Estado esteja concentrado em única mão ou nas mãos de um único grupo. O povo já pagou um preço alto nos corredores dos hospitais e nas escolas caindo aos pedaços, sem contar com a insegurança que acossa a população roraimense a qualquer hora dia. A prepotência de quem se acha dono de Roraima precisa ser freada para que o reinado que levou o Estado ao buraco tenha um fim o mais breve possível. Se os operadores dos esquemas conseguiram voltar, então é necessário que se golpeie a cabeça do grande monstro. Se não for feito isto, para que mudemos de trilha de forma urgente, seremos empurrados de vez para o abismo que nos aguarda logo à frente já em 2015. *Jornalista [email protected]