JESSÉ SOUZA

Com os olhares direcionados à política, obras de complexo turístico estão abandonadas

Obra de construção do Pórtico da Vila do Tepequém deveria ter sido concluída em junho passado, mas sequer foi iniciada

Enquanto vêm à tona revelações estarrecedoras no âmago da política local e da polícia, as quais colocam em xeque a condução do Estado, outras situações vão passando ao largo do crivo da opinião pública. Uma deles é a paralisação de obras contratadas pelo governo, a exemplo do que está ocorrendo na Serra do Tepequém, principal ponto turístico de Roraima localizado no Município do Amajari.

As três obras do complexo turístico que está sendo erguido na localizada encontram-se paralisadas ou sequer iniciadas, sem qualquer explicação. O total de investimento anunciado em janeiro deste ano, pelo governo estadual, é de R$ 11.376.241,34, com prazo de execução das obras de seis meses, já vencido em junho passado, o que aponta a necessidade de uma resposta por parte das autoridades.

A construção do Centro de Atendimento ao Turista (CAT), dentro do espaço da praça de Tepequém, há meses foi paralisada. A empresa começou erguer a estrutura, mas o serviço não avançou, com os funcionários ficando de braços cruzados por falta de material e sem o pagamento do salário. Alguns trabalhadores já começaram a pedir as contas por estarem sem dinheiro para se manter.

As duas outras obras do complexo turístico sequer foram iniciadas, a do Mirante da Cachoeira do Paiva e a do Pórtico de Entrada da Vila do Paiva. Inclusive a placa da obra do Pórtico fica bem visível logo na entrada de Tepequém, o que é impossível não perceber as informações. O início da obra informado na placa é 21.10.2023 e o término previsto para 21.04.2024, portanto com a conclusão da obra atrasada.

A obra do Mirante também não foi iniciada nem sequer há materiais de construção para indicar que poderá ter um início. Como chegou o inverno, é improvável que essas obras do Pórtico e do Mirante iniciem até o agosto, quando as chuvas começam a parar, na transição para o período de seca.  E não é de se duvidar que surja repentinamente um pedido de aditivo sob a alegação de defasagem de valores.

A única obra do complexo que andou significativamente foi o da pavimentação da estrada que dá acesso à Cachoeira do Paiva, mas que recentemente foi paralisada por causa das chuvas, com a empresa deslocando máquinas e operários para a estrada da Vila do Trairão, onde há a obra de pavimentação também paralisada. Por lá, as máquinas ajudam a tirar veículos do atoleiro enquanto o asfaltamento não é reiniciado.

Longe do burburinho das revelações na política e dos bastidores da polícia, é preciso que os órgãos de controle tomem providências enérgicas com relação às obras paralisadas, a fim de evitar prejuízos maiores aos cofres públicos e amenizar os transtornos à população local e aos milhares de turistas que transitam por Tepequém, que é uma vitrine e, mesmo assim, não recebe a atenção devida.

*Colunista

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