Começando pela aldeiaExiste um velho conselho de que é preciso primeiro conquistar a nossa aldeia para depois pensar em conquistar o mundo. Ele está mais atual do que nunca, apesar da avalanche que se tornou a internet com suas redes sociais que invadem nossas telas e entranha em nossas realidades.
Embora a tendência seja achar que a globalização, com a grande teia, esteja nos devorando, não é bem assim. É fato que a internet transformou a realidade, mas ninguém vai conquistar o mundo se não conhecer bem a realidade local, o lugar onde se vive, a nossa aldeia.
A tendência da velha e grande mídia (eles chamam de mídia tradicional) é saber como lidar com essa instantaneidade provocada pela internet e a necessidade de as pessoas quererem tudo muito rápido. Porém, depois da avalanche, as pessoas querem compreender o que sobrou, o que ficou, o que era factóide e o que é fato.
E assim é no mundo todo. Embora a gente possa acessar o Google e saber tudo sobre Roraima, por exemplo, nem tudo que está ali é verídico, tem consistência ou apresenta detalhes essenciais. Só quem vive e mora aqui é que pode produzir conteúdos de qualidade, porque conhece, porque vive e compartilha de tudo o que aqui está.
Logo, se a pessoa conquistar sua aldeia, ou seja, estiver conectada com a realidade local, ela passa a ser um referencial na internet, podendo galgar outros espaços que a instantaneidade e a fugacidade das redes sociais jamais suprirão. E assim também é dentro de sua realidade: se você conhece a realidade do seu bairro, você passa a ser referência não apenas no lugar onde está sua casa, mas na cidade onde vive.
O que quero dizer com isso é que devemos, sim, pensar em sermos globais, por meio da internet, mas sem deixar de sermos locais. A grande mídia ainda não se encontrou nesta imensa teia, pois tudo está em rápida transformação, mas a única certeza que ela tem é a de que precisa, mais que nunca, dos locais que estejam conectados com suas realidades regionais.
Somos nós, os locais, que conhecemos nossas necessidades, nossos projetos e nossos sonhos. E são estas pessoas conectadas com o local que vão sobreviver à avalanche da rapidez e da urgência. Podemos viajar o mundo por meio da internet, até mesmo aderir a qualquer modinha passageira, mas sem esquecer a nossa aldeia.
Lembremos que tudo que sai na mídia ou nas redes sociais tem um víeis ampliado ou mesmo distorcido, até valorizado pelo pitoresco ou pela frivolidade. Mas tudo passa e o que sobra é a realidade onde estamos fincados os nossos pés. Então, vamos conquistar nossa aldeia antes de pensar em conquistar o mundo… Ou: arrume sua casa antes de querer mudar o seu bairro, sua cidade, seu Estado… Depois o mundo virá!
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