Bom dia,

Hoje é sexta-feira (04.09). E já se vai a primeira semana de setembro, que foi marcada entre outras notícias, pelo anúncio do novo Salário Mínimo; pela entrega feita pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) ao congresso Nacional de um anteprojeto de reforma administrativa; e pela continuidade do processo de desmonte da operação Lava Jato. Do ponto de vista essencialmente político, a primeira semana de setembro fluiu com os brasileiros e brasileiras assistindo a longa e interminável novela da apuração sobre o eventual crime de “rachadinha”, de que é acusado o senador  Flávio Bolsonaro (Republicanos) e pelo monumental crise moral e financeira do estado do Rio de Janeiro, que já foi a capital política e cultural do Brasil.

E o Salário Mínimo, hein? O anúncio feito pelo governo -que é revelado com o envio da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 ao Congresso Nacional-, de que o piso legal de salário a ser pago no país não terá reajuste para o próximo ano -sairá de R$ 1.045 para R$ 1.067,00-, desagradou aos trabalhadores, a políticos e a dirigentes sindicais. Realmente, um acréscimo de apenas 22 reais no Salário Mínimo não repõe quase nada da corrosão da capacidade de compra de quem recebe este piso salarial no Brasil. Aqui em Roraima, isso é percebido com muita clareza, bastando observar o custo dos gêneros alimentícios que compõem a cesta básica.

Vivemos sob a tentativa de um governo que se declara liberal, e como tal, não foi nenhuma surpresa saber que a equipe econômica jamais proporia reajuste real do Salário Mínimo, frente a recordes de queda no Produto Interno Bruto (PIB) do país. De outro lado, o pagamento de pensões e aposentadorias; de funcionários públicos de estados e municípios; e de trabalhadores das pequenas e micros empresas -que não conseguem repassar aumentos de custos para seus preços-, seguram o aumento do piso legal de salário no Brasil. É preciso refletir sobre isso, afinal, a princípio, aumentar a massa de salários no país, especialmente nos extratos mais inferiores da pirâmide salarial, faz bem para a economia como um todo em tempo de crise. Mas, esta é uma história bem mais difícil de contar neste espaço.

DOLARIZAÇÃO

Na Venezuela, segundo especialistas ouvidos pela Coluna, cerca de 70% a 80% das transações econômicas estão sendo feitas com a utilização do dólar estadunidense. Com a brutal inflação que se abate sobre aquele país, e auxílio da valorização daquela moeda, o dólar norte-americano, em relação ao real brasileiro, está ficando cada dia mais difícil que os migrantes venezuelanos que trabalham aqui em Roraima consigam sustentar suas famílias, que continuam vivendo no país sequestrado por Maduro e seus comparsas. Quando vão trocar os reais que recebem por aqui, por dólar para ser enviados à Venezuela, o poder de compra das famílias de lá desaba.

OPÇÃO

“Está ficando cada vez mais difícil ganhar dinheiro aqui em Roraima, e mandar o que sobra para as nossas famílias. Compramos com mil reais, um pouco mais de 150 dólares para mandar por algum portador que cobra, evidentemente, uma taxa para prestar o serviço. Lá, com os preços dolarizados não dá para comprar o suficiente para sobreviver. Está chegando a um ponto que teremos que trazer nossas famílias para o Brasil. É bom lembrar que se mandarmos bolívares depositados em bancos de Santa Elena, nossa família não recebe moeda lá, apenas crédito para comprar com cartão, o que fica muito pior”, disse um migrante ouvido pela Coluna.

VISTORIA

Técnicos do Programa Calha Norte, do Ministério da Defesa, chegam neste fim semana a Roraima para vistoriar 50 obras em 11 municípios roraimenses. A equipe também visita Pelotões Especiais de Fronteira do Exército nas localidades de Bonfim, Normandia e Uiramutã, Nessas obras foram empregados mais de R$140 milhões, dos quais R$ 90 milhões somente na capital Boa Vista. Os recursos são provenientes de emendas parlamentares, destinadas ao atendimento de projetos de infraestrutura básica e à aquisição de equipamentos em municípios de fronteira, inclusive, aqui em Boa Vista.

FILIAÇÃO

A história foi a Parabólica contada pelo próprio Mozarildo Cavalcanti. O ex-senador roraimense assinou a ficha de filiação ao PTB numa solenidade realizada na Executiva Nacional do partido em Brasília. As fichas foram enviadas a Roraima para serem entregues no cartório eleitoral local, e por isso faz alguns meses que o ex-senador vem reivindicando ser o candidato do partido à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) na eleição de novembro próximo. Pois bem, agora Mozarildo Cavalcanti descobriu que sua ficha nunca foi entregue à justiça eleitoral, logo, ele não está filiado ao PTB, e por isso não pode ser o candidato do partido a dirigir a PMBV. É mole?

VAI LONGE

Um motorista de 23 anos foi autuado na noite dessa quarta-feira (2) sob suspeita de crime ambiental após ser flagrado com uma carga de madeira serrada ilegal, no valor de R$ 13 mil. A autuação ocorreu na BR-316, em Valença do Piauí. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a carga partiu de São Luiz do Anauá, em Roraima, com destino a São José de Piranhas, na Paraíba. Caramba, como chegou lá passando por tantas barreiras da PRF e dos estados?