Bom dia, “Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos” – Ayaan Hirsi Ali FINALMENTE Depois das notas publicadas aqui, na Parabólica, finalmente a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) conseguiu realizar ontem uma sessão plenária depois de voltar do recesso parlamentar. O assunto que dominou a pauta do dia foi exatamente o tema tratado na Coluna, sobre a falta de deputados às sessões, embora eles venham recebendo integralmente seus salários. AUSÊNCIA O deputado estadual Dhiego Coelho (PSL), por exemplo, fez uso da palavra e entregou a lista de frequência das últimas sessões à jornalista da Folha, Élissan Paula, editora de Política, com a finalidade de mostrar que nesse período ele teria apenas uma falta injustificada. PARTICIPAÇÃO A deputada Aurelina Medeiros (PSDB), ao tratar da questão, disse que a ausência não pode ser medida apenas pela assinatura na folha de frequência, mas pela efetiva participação dos parlamentares nos trabalhos da ALE, inclusive nas comissões. Não disse a quem era endereçado o comentário.   PRESENÇA Sobre a relação dos mais presentes às sessões da Assembleia, a Coluna recebeu alguns telefonemas pedindo que fosse feito um reparo. Além daqueles três parlamentares referidos nas notas de ontem, a informação que chegou dá conta de que o deputado Coronel Chagas (PRTB) também é um dos parlamentares sempre presente às sessões legislativas. SEMPRE As folhas de frequências encaminhadas por Dhiego Coelho à Parabólica confirmam que o deputado Rodrigo Jucá (PMDB) é, de fato, um dos mais faltosos aos trabalhos naquela Casa legislativa. O parlamentar peemedebista, que é candidato a vice-governador, não compareceu nem justificou ausência a nenhuma das sessões convocadas. NA ESCOLA Um comentário de deputado Flamarion Portela (PTC) chamou a atenção dos presentes à sessão de ontem da ALE. Ele disse que, em uma escola, os alunos que faltarem a 25% das aulas estão sumariamente reprovados. Na Assembleia, pelo que se depreende até aqui, ninguém sofreu qualquer penalidade por “gazetear” sessões.   CONTRATAÇÕES Uma empresa prestadora de serviço, talvez a que detém o maior contrato entre todas as existentes em Roraima, acaba de contratar 300 novos trabalhadores. Embora a conta deva ser cobrada e paga com dinheiro público, denúncias que chegam à Parabólica dizem que esses recém-contratados, na verdade, serão espalhados por Boa Vista para pedir votos para um candidato a deputado estadual. BÔNUS Essa mesma fonte denunciou ainda que a direção da referida empresa tem reunido grupos de funcionários, na presença desse candidato, prometendo bônus de R$100,00 para cada trabalhador, caso esse privilegiado seja eleito em 05 de outubro. É mole? JUSTIFICATIVA Aos poucos, a prefeita Teresa Surita (PMDB) vem se sentindo obrigada a justificar o atraso na entrega dos fardamentos escolares para as escolas municipais, compra esta que custou R$9 milhões aos cofres públicos. Antes de o assunto ganhar repercussão, ela fingia que não lia as postagens dos internautas ou as deletava. Depois, passou a responder genericamente que os kits já haviam chegado e que os chips estavam sendo cadastrados. ADMITINDO Agora, depois que a denúncia saltou da imprensa local para a mídia nacional, Teresa já começou a admitir erros. Na mais recente postagem em seu perfil no Facebook, ao responder a postagem de um internauta, ela pediu desculpas pelo atraso e alegou que a Prefeitura teve “que colocar internet em todas as secretarias” e que “isso demora porque cada uniforme tem um código único”. A previsão dada por ela para os kits serem entregues é “até o final de setembro”. PLANEJAMENTO Embora a prefeita tente evitar falar em erros, ficou claro que não houve planejamento por parte dela nem do então secretário municipal de Educação, Rodrigo Jucá (PMDB), que disputa como vice na chapa a reeleição ao Governo do Estado. Se a farda é “inteligente”, ou seja, com chip, seria mais que óbvio que primeiro teria de ser instalada internet em toda rede pública. Adquirir o fardamento sem antes cuidar da informatização das escolas seria como “botar o carro na frente dos bois”. CARRUAGEM Pelo andar dessa carruagem municipal, será muito difícil essa “farda inteligente” funcionar como deveria para justificar o gasto de R$9 milhões, pois as escolas municipais estão longe de estarem informatizadas. Nas postagens feitas no perfil da prefeita, há inclusive servidores afirmando que há escolas onde há duas torres de internet somente “de enfeite” e salas de informática sem computadores, as quais acabaram sendo transformadas em “salas de vídeo”. Isso sem contar com relatos de fossas estouradas nas escolas. PLANO Na saraivada que Teresa está pegando dos internautas, outro tema recorrente é o Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores municipais, cuja promessa para a categoria é que estaria pronto em agosto, o que não foi cumprido. Para se defender, a prefeita afirma que ela estaria fazendo o que não foi feito em sete anos, ou seja, jogou a responsabilidade para seu antecessor, o então prefeito Iradilson Sampaio. MEMÓRIA Porém, os servidores refrescaram a memória da prefeita. Uma servidora afirmou que a espera da categoria não se reduz a apenas sete anos, e sim a 10 anos, quando Teresa Surita era a prefeita de Boa Vista. Ou seja, essa dívida com a categoria remonta suas primeiras administrações, e a culpa pela demora na entrega do PCCR não pode ser jogada para o prefeito anterior, o qual, aliás, era vice de Teresa.