Conto da carochinhaQuando alguém fala em “desenvolvimento do Estado de Roraima” fica parecendo que a pessoa está conversando sobre estórias de duendes e fadas. Mas não é sem motivo, pois os maus políticos já nos enganaram tanto que fica difícil discutir usando tal jargão, o qual tanto serviu para aplicar vários golpes e engodos ao longo dos tempos, desde Território Federal.
Foram tantas as enganações, que fica difícil elencar qual a mais espetacular ou a que mais prejudicou o Estado no sentido de ter surrupiado dinheiro dos cofres públicos. Porém, a mais ousada, com toda certeza, foi a do chinês que chegou aqui, mostrando-se endinheirado, cooptando políticos e até professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
A promessa era montar indústria têxtil para exportar roupas de frios para os Estados Unidos e Europa, usando mão de obra de costureiras desempregadas que iriam ser incentivadas, ganhando até bicicleta para chegar ao local de trabalho. Tudo mentira. Era só um golpe eleitoral, cuja história todos sabem o final.
Houve também um duplo engodo, que era o plantio das acácias que iria alimentar uma super fábrica de celulose. Iriam ser gerados tantos empregos, conforme a promessa, que iríamos ficar rindo a toa, com dinheiro circulando, pais de famílias felizes e gente se profissionalizando em não-sei-o-quê-mesmo (nem lembro mais).
Muito antes de tudo isso, houve o golpe das fábricas de sapatos. Iríamos nos transformar em uma “cidade de sapateiros” (trabalhadores das indústrias) e de “gente calçada” com sapatos bonitos e baratos. Os sapateiros informais ficaram com medo de perder o emprego. Tudo enganação.
A fábrica de plástico também seguiu o mesmo roteiro de promessa espetacular. Houve inclusive galpão instalado, no bairro Caranã, que hoje se transformou em “cemitério de carros” do governo. Tão bonito quanto a propaganda foi o tamanho da falência desse suposto projeto.
Outro engodo foi o projeto de plantio de cana de açúcar para produção de etanol. Os pés de cana chegaram a ser plantados, como ocorreu com as acácias, mas serviram tão somente de fachada para um discurso que ficou longe de ser real. As acácias estão aí, morrendo na beira das estradas, mas acho que as canas de açúcar nem existem mais.
Foram tantas as enganações que fica difícil acreditar em mais “promessas de desenvolvimento”. Agora o governo está com esse papo de projeto de plantio de batata doce para produção de etanol. Eu posso até acreditar em duendes e fadas, pois esses nunca me fizeram mal algum, mas em projetos mirabolantes, que vão arrancar grana dos cofres públicos, não dá para ficar acreditando assim, como se fosse estória de carochinha.