COVID 19: O DESAFIO CONTINUA
Rafael Parente Ferreira Dias
Professor de Filosofia da UERR
Iniciamos 2022 com uma triste constatação: a pandemia não acabou! A OMS, desde 2020, já alertava sobre o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas. Além dos efeitos nocivos do próprio vírus no sistema nervoso dos indivíduos, o distanciamento social, a perda de entes queridos, as restrições de mobilidade, a crise financeira e o medo de um futuro incerto, contribuem para produzir efeitos negativos no bem-estar psicoemocional da sociedade.
Talvez, um dos grandes desafios que temos pela frente seja a superação da extasiante rotina produzida pelo confinamento familiar. Devemos lembrar que o home office transformou-se em uma opção viável para muitos trabalhadores ao redor do mundo. Neste formato, o convívio familiar intensifica-se em máximo grau, gerando muitos conflitos, discussões e até mesmo agressões físicas. O feminicídio, que durante a pandemia teve uma alta significativa, especialmente no Estado de Roraima, é um dos resultados negativos decorrentes desse excesso de convivência.
A violência doméstica tem muitas causas, mas durante a pandemia devemos redobrar a atenção. A situação de vulnerabilidade econômica expôs muitas mulheres a situações de pobreza, gerando uma incômoda dependência de seus agressores. Não apenas as mulheres, mas também crianças, idosos, adolescentes, todos estão sujeitos aos tristes resultados produzidos pela pandemia.
Acreditamos que diante de um cenário tão desafiador, a Filosofia poderia contribuir, dentro dos seus limites, propondo uma revisão da nossa própria forma de pensar. Para tanto, utilizaremos os preceitos básicos da filosofia budista relacionados ao domínio da mente.
Uma situação de violência familiar, por exemplo, poderia ser evitada, se o agressor possuísse alguns ensinamentos básicos a respeito do funcionamento da própria mente. Servindo-se de tais conhecimentos, é possível neutralizar uma ação agressiva.
Aprofundando essa questão, podemos dizer que a agressividade, por exemplo, não permanece por muito tempo na mente, logo se dissipa, é um desafio temporário. Devemos olhar os pensamentos como um fenômeno separado de nós mesmos, isto é, como algo que não faz parte da nossa real natureza, desta forma a agressividade perde força, não encontra alimento.
Em outras palavras, a consciência, quando exercitada na arte da meditação ou com técnicas simples de autoanálise, é capaz de neutralizar os efeitos perniciosos dos maus pensamentos. Quando o fluxo do pensar negativo cessa, então surge uma paz, uma harmonia interior capaz de solucionar os problemas diários de uma forma não agressiva.
O ponto crucial deste método é o foco na calma e na passividade, atributos que, conforme a filosofia budista, existem potencialmente em todos os indivíduos e que, com técnicas apropriadas, são despertadas para o benefício de todos os seres. Portanto, não alimentando os pensamentos negativos, é possível ressignificar os nossos antigos hábitos, deixamos a violência de lado, pois percebemos que, através do autodomínio, somos capazes de solucionar os conflitos de um modo mais lúcido e compassivo.
No contexto desafiador enfrentado pela população mundial, nunca foi tão necessário exercer o domínio de si, o olhar atento e cuidadoso para a nossa saúde mental; estamos sendo convidados a rever os nossos conceitos, a reelaborar a nossa forma de convívio social, não apenas com os nossos familiares, senão com toda a humanidade.
Mude o rumo
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Adote a atitude de meditar em suas bênçãos em lugar de suas dificuldades, especialmente aquelas que não aconteceram, mas que você prevê com preocupação”. (Norman Vincent Peale)
Já sabemos que todo o nosso poder está em nossas mentes. Então vamos ser mais cautelosos em nossos pensamentos. Sem fingir, procure não ver o mal. E para isso você tem que mudar seu rumo, na construção de sua história. Porque quem vai escrever sua história é você. E que história você quer deixar para o futuro? Tudo vai depender de sua capacidade de pensar. Pare de ficar se preocupando com coisas que não valham? Mude seu rumo e tome a vereda do futuro.
Já lhe falei de alguns auxiliares que tive na minha vida profissional. Uns foram obedientes à sua mente e seguiram o rumo desejado dentro do desejado. Já lhe falei daquele auxiliar que tive, quando trabalhávamos no Rio de Janeiro, numa grande empresa de São Paulo. Era um auxiliar exemplar no trabalho. Mas mantinha a mania de sempre falar, quando conversávamos, ele sempre dizia: “Seu Afonso, o homem pra ser safo tem que ser safado”.
Dez anos depois que nos afastamos do trabalho e eu já estava em Boa Vista, certo dia, assistindo à televisão, a Salete gritou para mim: “Sinho… vem rápido. Olha quem está na televisão, vem rápido”. Quando cheguei pasmei, mas não tive dúvida de que aquilo poderia acontecer, um dia. Ele estava sorridente, na tela. Acabara de ser preso como o quarto maior traficante de drogas, da Rocinha. Não vou citar seu nome, porque ele se tornou tão conhecido na televisão, que você já sabe de quem estou falando. Era seu rumo, e ele nunca deu a mínima importância para a orientação que eu lhe dava quando ele citava sua frase famosa.
Se você é uma das pessoas que costumam passar o dia todo pensando em coisas negativas, mude o rumo de seus pensamentos. Porque se você continuar alimentando-os, eles farão de você o que você não quer ser, mas está pedindo a ele. Pare de ficar pensando em coisas negativas. Tudo que acontece na sua vida faz parte da vida. Indica que você está na vereda que escolheu. Mude de caminho e siga em direção ao futuro que você deseja e quer. Não tire de deus pensamentos, esta verdade: “O Reino de Deus está dentro de nós”.
Estamos iniciando uma semana que está nos levando a um novo mês. Então vamos vivê-lo como ele deve ser vivido: com amor para que sejamos amados. Construa sua vida enquanto você viver. Porque é com o fruto de sua evolução atual que você voltará para o futuro que você irá viver no seu retorno. Não se esqueça de que a vida é um eterno ir e vir. E todos nós estamos nessa gangorra. Pense nisso.
99121-1460