AFONSO RODRIGUES

Critique a si mesmo

“Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não a estéril, que nos aborrece e nos mata, que não reflete nem discute, que abate por capricho ou levanta por vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada... Será esse o meio de reerguer os ânimos, promover os estímulos e guiar os estreantes”. (Machado de Assis)

O mais racional é criticar o ato e não o praticante. Um gesto que vai fazer você ser mais sensato no criticar. Nada de arrufos na crítica. Nem todos estamos com razão, na medida em que pensamos que estamos. O que já é um erro que merece ser criticado. O ser humano é o mesmo em todo o mundo. Temos os mesmos gestos, as mesmas atitudes e vai por aí. Vamos cuidar mais de nós mesmos para podermos cuidar melhor dos outros. Em vez de criticar procure mostrar para o outro que ele deve aprender que o erro é uma lição de vida. Assim você estará criticando sem criticar. Pare de gritar e tentar mostrar para o mundo que você é o cara certo. Porque isso já coloca você no grupo dos errados. Somos todos aprendizes da vida. Cada momento da vida é um momento para ser vivida na sala de aula da racionalidade. E tudo de que necessitamos para nos aprimorarmos está dentro de cada um de nós. “O reino de Deus está dentro de nós”.

Estamos nos despedindo do ano de 2024, sem observar que é ele que está se despedindo de nós. Que é ele que não irá mais voltar. Enquanto nós voltaremos, sabe-se quantas eternidades, para nos despedirmos de tantos outros anos. Então vamos festejar e viver feliz cada momento dos festejos de despedida. Refleti um pouco sobre isso, ontem pela manhã, caminhando pelas ruas da cidade. Os enfeites de Natal já estavam se apagando no desmontar acelerado. Mas, o mais importante é que fomos muito felizes nas festanças que vivemos com muita alegria e felicidade. Então vamos refletir mais sobre o poder da felicidade. É verdade que não podemos evitar os maus momentos, mas não devemos perder tempo com os maus. O que nos leva a não perdermos tempo com as críticas aos que consideramos maus. Quando criticamos o ato, e não quem o praticou, estamos enviando uma lição que pode, muito bem, orientar o errante a respeitar nossa opinião. E não há quem respeite orientações que vêm através de gritos e críticas.

Quando o Abraham Lincoln era Senador, certo dia um adversário falou que ele era um político de duas caras. Ao que Lincoln respondeu, virando-se para os colegas: “Os senhores acham que se eu tivesse outra cara iria sair por aí com essa”? a crítica do adversário tornou-se uma piada malformada. Cuidado quando criticar. Pense nisso.

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