Das redes sociais ao retrocesso As redes sociais e aplicativos de compartilhamento fazem com que todos estejamos conectados de alguma forma, da dona de casa ao profissional liberal, do mecânico ao professor, do analfabeto ao doutor, o que nos permite avaliar o nível do intelecto das pessoas. E a conclusão que podemos tirar é que uma parte dos internautas não consegue escrever corretamente o básico nem interpretar texto. É uma grande preocupação que serve de alerta.
Até os que têm formação superior sentem dificuldade para escrever uma publicação de cinco linhas sem erros crassos ou mesmo sem pontuação correta, muita vezes com ausência de vírgulas e outras pontuações que deixam os textos com várias interpretações ou mesmo que obrigam quem está lendo a ter que adivinhar o que aquela determinada pessoa quis expressar.
Tal realidade demonstra que nossa educação vai muito mal, o que explica a degradação do Brasil de uma forma geral, com a idiotização das pessoas que não conseguem mais discutir pacificamente os problemas, fazendo com que se dividam em esquerda e direita, cada um fechado em seus extremismos e sectarismos, sem possibilidade de uma discussão que permita encontrar uma saída para nossas crises crônicas.
Esse processo de babaquização ficou exposto mundialmente nos vídeos de torcedores brasileiros, na Rússia, que cercaram mulheres russas e, aproveitando-se do fato de as estrangeiras não entenderem nada de português, gravaram as mulheres sendo induzidas a repetirem termos de baixo calão, de conotação pornográfica. E não eram analfabetos nos vídeos. No grupo havia ao menos um advogado, um tenente da Polícia Militar e até ex-secretário de Educação.
A deseducação brasileira “forma” esses tipos de cidadãos, que crescem achando normal ser machista, agem sempre na esperteza, que creem que posição social é estar acima de todos, que a esculhambação geral faz parte de nosso caráter nacional. Como as escolas não estão produzindo nem transmitindo conhecimento como deveriam, professores acabam dedicando boa parte de seu tempo debatendo xenofobia, racismo, gênero, orientação sexual etc. Não que esses debates não sejam importantes. Longe disso.
O problema é que a escola não tem mais tempo para a produção de outros conhecimentos e habilidades que vão possibilitar às futuras gerações o desenvolvimento de um país que forme bons profissionais, que fomente pesquisadores, produza tecnologia e conhecimentos que vão gerar riqueza, emprego e renda. Estamos regredindo numa velocidade à luz das redes sociais.
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