Jessé Souza
De olho no rio 06 05 2015 951
De olho no rio – Jessé Souza* Passear de caiaque é um esporte relativamente barato para os benefícios que ele proporciona (não custa mais que R$10,00 a hora), além de ser ecologicamente correto, pois não emite poluição, uma vez que ele é movimentado apenas pela força dos braços. Mas esse passeio pode ser um instrumento para fazer as pessoas refletirem a partir do contato direto com a natureza. Ao navegar pelo Rio Branco é possível ter noção de que existe outra realidade por aquele setor da cidade, uma vez que o nosso principal rio circunda a cidade. É possível enxergar, por exemplo, que existem muitas famílias que dependem economicamente da exploração do turismo, dos esportes aquáticos, dos passeios de barcos e de venda de bebidas e comidas no fim de semana na Praia Grande e em outras praias públicas nos demais afluentes. Enquanto se passeia de caiaque, é possível refletir com outro olhar, com uma visão que integra o respeito ao meio ambiente às atividades que precisam que nossos mananciais de água potável sejam preservados, já que é do Rio Branco que a maior parte da Capital roraimense é abastecida, além de outros municípios. Se Boa Vista nasceu e cresceu às margens desse rio, é a partir dele que está o desafio do futuro dessa cidade habitada por pessoas que precisam aprender a conciliar desenvolvimento social e econômico com o meio ambiente. Somente a preservação permitirá que este rio se mantenha vivo, servindo para abastecer a população e fonte de renda para muitos. Porém, ao longo do rio, é possível observar os primeiros sinais de agressão, que precisam ser parados de forma urgente, por meio de políticas públicas articuladas e de consciência para que o cidadão que produz lixo possa recolhê-lo em qualquer circunstância, principalmente se estiver na praia ou praticando atividades esportivas ou de lazer. Quem enxerga Boa Vista a partir das águas do rio Branco consegue notar que a ocupação humana avança, por isso é preciso que as pessoas analisem a realidade de Roraima a partir do olhar lançado de Boa Vista em direção às águas do Rio Branco, enquanto ainda é cedo. Quem sabe mais pessoas consigam ter uma nova visão do que queremos ser daqui para frente, principalmente diante de tantas agressões ao meio ambiente. Sabemos, que são necessárias políticas públicas que incluam o Rio Branco, pois só assim poderemos nos orgulhar e dizer que somos cidadãos boa-vistenses com competência para conviver em uma cidade que tem no rio o princípio de tudo, fonte de água potável e instrumento de geração de renda para todas as gerações futuras. O tempo urge! *Jornalista [email protected]