Jessé Souza

Delacao Friboi e a imprensa 4062

Delação Friboi e a imprensaEm tempos de rede social, onde mentiras se tornam verdade numa velocidade impressionante, a “delação Friboi” acabou por mostrar que a imprensa tradicional pode fazer a diferença quando se trata de monitorar o centro do poder. A divulgação do esquema envolvendo os outrora sacrossantos Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (PMDB) fez acender a chama da imprensa que o Brasil precisa.

A internet tornou-se um campo infestado de inverdades que acabam contribuindo para um país de acéfalos e analfabetos políticos. Daí surge a necessidade de se ter uma imprensa que separe o joio do trigo – para usar uma expressão bem popular -, que possa carimbar a informação com o selo da credibilidade, contribuindo para o debate e a cidadania.

Sem esse compromisso que dá sentido à imprensa, as pessoas vão se envolvendo em superficialidades em que o debate é substituído pela agressão quando surgem as divergências ideológicas. Essa guerra gratuita vem sendo alimentada nas redes sociais, como mentiras trabalhadas pelo que ficou conhecido como “fake news”, instrumento utilizado principalmente pelos conservadores e ultradireitistas de todo o mundo.

Nesse momento de apocalipse político, há a necessidade de os veículos de comunicação social sejam verdadeiramente instrumentos para monitorar o poder, uma vez que os governantes só agem quando sabem que estão sendo vigiados por uma imprensa combativa.

A imprensa tradicional, com destaque ao impresso que está migrando há um certo tempo para a internet, vem resistindo a esses ventos fortes da superficialidade das redes sociais, que varrem a consciência crítica dos cidadãos e fazem aflorar a pequenez dos seres humanos ensimesmados em seus preconceitos e ignorância.

A divulgação, com detalhes, das delações premiadas por meio da imprensa devolve essa esperança de que podemos, sim, manter um jornalismo que contribua com a moralização do país e a consciência crítica de seus leitores. Afinal, não há democracia sem uma imprensa livre. Quando os governantes autoritários chegam ao poder, a primeira providência a ser tomada é tentar silenciar os jornalistas.

Temos muita faxina a ser feita neste país infestado pela corrupção. E a imprensa tradicional precisa retomar seu papel combativo e direcionado a ser o guardião da verdade, que ficou em xeque com o avanço das mentiras na internet. O chamado Quarto Poder precisa tomar a dianteira nessa desratização que o Brasil tanto precisa.

*[email protected]: www.roraimadefato.com