Opinião

Depende de como a vemos 13229

Depende de como a vemos

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Bendita crise que me faz dar mais importância à vida”. (Mirna Grzich)

O mundo não pode parar. E nós fazemos parte dele. Então vamos manter acesa a fogueira da vida. E por que não? Não se deixe levar por nenhuma crise que possa estar azucrinando sua vida. Vamos nos preparar para encarar todas as crises que ainda virão, para nos mostrar quem realmente somos. A triste verdade é que nunca estamos preparados para as crises.

Eu estava aqui neste papo quando olhei para o portão. A árvore mais frondosa se balançava como se estivesse dançando com o vento. E já sabemos que quanto mais forte o vento, mas forte se torna a árvore. Parei e fiquei namorando os movimentos em todas as árvores que eu conseguia ver, rua a fora. Um exemplo notável que a natureza põe à nossa vista para que aprendamos. E não aprendemos. Mas vamos aprender.

Do início do século XX para cá, já tivemos várias crises. E em todas elas vivemos os mesmos blá-blá-blás que temos e ouvimos hoje. Nada mudou. Mas as mudanças dependem de cada um de nós. Então vamos fazer nossa parte para que estejamos preparados para a próxima crise, sabe-se lá quando ela virá. E nada de pessimismo. Olhe-se sempre no seu espelho interior. Porque é nele que você se vê como e o que você realmente é.

Vá refletindo sobre isso e procurando se ver como você é. Porque por melhor que você seja, há sempre o que melhorar. Se não fosse assim o mundo não melhoraria. E ele só melhorará se melhorarmos como seus habitantes. Não espere que o mundo faça por você o que você deve fazer por ele. Você é responsável pelo mundo. Ou você acredita nisso, ou continuará marionete de você mesmo.

Você conhece a história de Louise L. Hay? A sua biografia é um dos maiores exemplos de como devemos nos respeitar no que somos. Que é o que precisamos para sermos melhor. Construir com amor, sobretudo a si mesmo. Porque só quando amamos nós mesmo, amamos os outros. Não devemos ficar creditando ao destino, os nossos desencontros na vida. Tudo que acontece na vida faz parte da vida. Os erros e as crises vêm para nos ensinar a tomar a vereda certa. E é só isso. Simples pra dedéu.

Onde quer que você estiver, esteja consciente de que está trabalhando para aprimorar a vida. E isso está na sua postura. Porque não importa nem interessa quem você é. O que importa é que você estará sendo observado, ou observada, por alguém. E não há como sair dessa. Então esteja sempre atento a você mesmo, para ser você. Viva sua vida com amor. E o amor não permite desvio de caminhos. Ninguém comete uma irregularidade por amor, mas sempre por desvio mental. Pense isso.

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Governo Intervencionista Militar 

Marlene de Andrade 

 “O ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça” (Provérbios 17:23)

 

A intervenção militar de 1964 proporcionou aos brasileiros um tempo de muita paz. Não se ouvia falar em assaltos a bancos e nem existia a roubalheira aos cofres públicos orquestrados por políticos corruptos e psicopatas. Portanto, o Regime Militar veio para nos livrar do comunismo assassino, no qual só se dá bem quem faz parte da “panelinha” e um dos exemplos é a Venezuela, a qual  submete o povo venezuelano a pobreza e  fome total. 

As Forças Armadas defenderam nossa nação e obviamente o povo brasileiro, pois os comunistas estavam prestes a tomar o poder.  Essa intervenção não foi um golpe contra o governo comunista de João Goulart, o qual de santinho não tinha nada e sim uma defesa à nossa Pátria. Ora, só não sabe quem não quer que os militares ainda nem tinham realizado essa intervenção quando o covarde João Goulart fugiu para o Uruguai deixando a cadeira da Presidência da República vazia. Alguma coisa tinha que ser feita, sendo assim, os militares, democraticamente, agiram.   

Os comunistas, ou seja, ditadores, queriam fazer do nosso país uma república  aos moldes, entre outros, de Mao Tse-Tung.  O Brasil àquela altura estava mergulhado num total lamaçal até que houve, então, a Intervenção Militar, que foi colocando o Brasil no eixo certo.  

Depois que os militares, em 1985, entregaram o governo aos civis, tudo começou a desandar novamente e não me venham dizer que as Forças Armadas mataram inúmeros políticos de esquerda porque isso não é verdade e tanto é que, José Dirceu, Caetano Veloso, Dilma, FHC, Lula, Gilberto Gil e entre outros, Chico Buarque, estão aí vivos para quem quiser vê-los.   

Com a saída dos militares do governo a prostituição governamental começou novamente até chegar aos dias do Lula e Dilma com inúmeros crimes como: mensalão, mensalinho, mortes estranhas, inclusive a de Eduardo Campos e Teori Zavascki, dinheiro na cueca, malas de dinheiro encontradas no apartamento de um político, roubo na Petrobras, obras caríssimas realizadas, por Lula, em vários países da África e América Central com dinheiro do povo brasileiro e como não bastasse, a compra pela Dilma de uma refinaria em Passadena, na Califórnia, toda enferrujada, levando a Petrobras a um enorme prejuízo.

E o pior é que a Dilma foi inocentada porque a justiça entendeu que ela assinou os papéis, dessa compra, porque foi “enganada”. Outro absurdo é que o STF não tirou os direitos políticos da Dilma, o que caracterizou golpe constitucional. Ainda bem que, pouco a pouco, essa gangue está sendo desmontada pelo atual Governo Federal.  

 

Marlene de Andrade 

Médica Especialista em Medicina do Trabalho-ANAMT/AMB/CFM 

Técnica em Segurança do Trabalho-SENAI/IEL 

CRM-RR 339 RQE-341 

Pautando a sociedade: em memória do guerreiro Alvino Andrade

Evandro Pereira

Ser do povo indígena Wapichana, natural do estado de Roraima, permite-nos criar uma rede de relações fraternas e profissionais que atravessam fronteiras. Fronteiras terrestres, por estarmos em uma das tríplices fronteiras brasileiras. E fronteiras entre o mundo indígena e do mundo dos brancos, porque com muita luta chegamos até aqui e permanecemos indígenas.

Nosso mundo foi abalado pela presença do branco, que há 500 anos promoveu a submissão e o colonialismo. Entretanto, desde lá, temos feito resistência e ao longo dos séculos, desenvolvemos a consciência de que é possível conviver em harmonia com todos dos povos. Para isso, é preciso justiça, alteridade, diálogo e ocupação de espaços de luta. A Covid-19, pandemia mundial que transformou nosso século, vitimou muitos líderes indígenas, sobretudo, nossos anciões, os nossos profetas, nossos livros humanos, nossa sabedoria ancestral. As variantes desta doença continuam a assustar o mundo.

Aprendemos que o mundo moderno com suas tecnologias seriam uma ameaça a nossa existência, mas também uma oportunidade. Ameaça porque, em geral, a ambição do branco sempre foi dominar a terra, usurpá-la e consumir. Oportunidade, porque por meio
das novas tecnologias, podemos afirmar ao mundo, nosso pertencimento, nossas raízes fincadas na terra em que crescemos e nos reproduzimos. Nossa sacralidade ancestral.

Os últimos dois anos, mesmo com o avanço da vacinação, tem sido especialmente cruéis contra as populações indígenas. Foram muitas perdas. Uma delas foi do professor Macuxi, militante, meu amigo e irmão: Alvino Andrade da Silva, falecido no dia 20 de junho de 2020, aos 59 anos, vítima de complicações do Covid-19. Deixou esposa, dois filhos e muitos admiradores de seu trabalho.

Naquele mesmo mês, no dia 15, havíamos também perdido para a Covid-19, o líder indígena Dionito José de Souza Macuxi, aos 52 anos. Alvino nasceu na comunidade do Boqueirão, em Alto Alegre. Foi atuante no processo político de demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, que após longa batalha judicial, culminou com a homologação em área contínua em março de 2009.

Era formado em filosofia/teologia pelo Centro de Estudos de Comportamento Humano (AM) e em Sociologia pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). Alvino participou de modo decisivo na formação de muitas outras lideranças e profissionais indígenas, contribuindo para a criação e a realização de ações afirmativas no ensino superior: lecionou na UFRR e na Universidade Estadual de Roraima (UERR); participou da proposta de criação do Instituto de Formação Superior Indígena da UFRR, o Insikiran; foi Assessor Especial do Reitor da UERR.

Também coordenou o projeto E’ma Pia, plano base para ingresso de estudantes indígenas de graduação na UFRR, por meio do Processo Seletivo Específico para Indígenas. Além de tudo isso, participou da elaboração do Programa Território da Cidadania das Terras Indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos. Publicou um livro em italiano, participando de várias publicações na temática indígena.

Alvino deixou muitas obras e amizades. Fica aqui a saudade e minha homenagem a este guerreiro das causas indígenas, sempre prestativo, generoso e carismático. Alvino, presente!

Sociólogo, ex-coordenador da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores indígenas de Roraima e membro do Comitê Pró-cultura de Roraima