Bom dia,

Hoje é quinta-feira (06.07). O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, que na verdade é um colegiado formado pelos próprios diretores da instituição, fixou, ontem, a Taxa Selic em 2% ao ano, a menor já estabelecida no país. Como nem todos os leitores/leitoras da Parabólica são versados em economia faz sentido dizermos algo sobre este momento histórico. A Selic – que é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais-, serve para remunerar a maioria dos títulos da dívida pública do governo federal. Uma redução de 0,25% como a feita ontem pelo COPOM, significa uma redução anual de cerca de R$ 40 bilhões de reais na conta do pagamento de juros incidentes sobre a dívida pública do governo federal brasileiro, que se aproxima de R$ 4 trilhões. É esse é o primeiro efeito para as contas públicas.

O nível de 2% ao ano da Selic também pode significar que os bancos, desencorajados de aplicar em títulos do governo podem aumentar a oferta de crédito às empresas e às pessoas, exatamente o que o governo quer para tentar reanimar a economia. Mas, isso é uma tendência pois se eles, os bancos, continuarem a avaliar como muito arriscado emprestar ao público em função do cenário de crise geral da economia, podem preferir guardar seu capital em caixa, ou aplica-los em outros títulos que podem incluir aplicações financeiras em títulos indexados à moedas estrangeiras. De qualquer forma, é uma das expectativas do governo.

Outra possibilidade trazida pela redução da taxa Selic é a redução das taxas de juros cobradas sobre outros empréstimos, decorrente da maior oferta de crédito feita pelos bancos. Também não passa de uma expectativa, uma vez que o sistema bancário e financeiro brasileiro funciona em mercado oligopolizado – os dez maiores bancos controlam mais de 80% do mercado-, o que significa que eles têm poder de controlar as demais taxas de juros. Talvez por isso, a ata da reunião do Copom deixou aberta a possibilidade da taxa Selic, ser ainda mais reduzida. As questões estruturais ainda são as principais amarras que deixam a economia do país no atoleiro. E o governo precisa entender isso.

CANDIDATURA 1

Correligionários do pré-candidato à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), Marcos Jorge (Republicanos), garantiram a Parabólica que a manifestação do deputado federal Jonathan de Jesus (Republicanos) sobre as eleições municipais foram no sentido de fortalecer a candidatura do ex-secretário de Planejamento e ex-ministro da Indústria e Comércio. Segundo eles, Jonathan de Jesus teria a intenção de mandar o seguinte recado: diante das dificuldades de coligação vamos para a campanha, mesmo que sozinhos. A um repórter que lhe perguntou sobre a possibilidade de recuo, Marcos Jorge teria dito: “Nunca discutimos recuo entre nós (eu, Mecias e Jonathan)”.

CANDIDATURA 2

A deputada federal Sheridan Oliveira (PSDB) disse ontem, à Parabólica, que está curada da covid-19, e que chega à próxima semana a Boa Vista para programar o lançamento de sua candidatura à Prefeitura da Capital. Ela disse que pretende ampliar rapidamente a conversa com outros partidos na busca de um amplo entendimento para criar as condições de governabilidade do município e de onde sairá indicação do vice de sua chapa. Sheridan disse que já está com a formação da equipe de campanha bem adiantada.

COLIGAÇÃO

A direção nacional do PSB já avisou ao presidente regional do partido, o ex-prefeito Iradilson Sampaio, que a coligação com o Solidariedade, do deputado federal Ottaci Nascimento, só sairá se os socialistas indicarem o nome da vice. Não há, segundo fontes da Parabólica, possibilidade de recuo, no sentido de renunciar à vaga para acomodar o interesse de outros partidos da coligação. “Se o acordo não for cumprido, nós estamos dispostos, até mesmo, a lançar uma candidatura majoritária”, disse Iradilson Sampaio. Nos bastidores da política local corria a possibilidade do nome para compor a chapa com Ottaci Nascimento vir a ser indicado pelo pastor Isamar Ramalho, da Assembleia de Deus.

INFIDELIDADE

Advogado eleitoral procurou a Parabólica para contestar a nota “INFELIDADE”, publicada na edição de ontem da Coluna, sobre a declaração de apoio do deputado Jorge Everton (MDB) ao pré-candidato Ottaci Nascimento (Solidariedade). Segundo ele, não há norma que proíba o apoio a candidato de outro partido, o que está protegido pela liberdade de expressão. De infidelidade partidária não se trata porque não há desfiliação. Ademais, caso o partido resolva expulsar o parlamentar por qualquer razão que seja, isso em nada afetará o seu mandato. Está aberta a polêmica.

PEQUENOS

Sobre a multidão que acorreu a dois hipermercados na terça-feira (04.08), uma leitora mandou mensagem, via whats, fazendo a seguinte narrativa: “Tenho um pequeno estabelecimento comercial e todos os dias fiscais da prefeitura passam umas quatro vezes para ver como estamos funcionando. Se mais de duas pessoas estiveram no interior da minha loja, eles reclamam e mandam sair. Pelo que soube, não tinha ninguém da prefeitura fiscalizando o funcionamento dos dois hipermercados. Para ele tudo pode, mas os pequenos sofrem pressão”.