Driblando com o engodo Como iremos enfrentar uma campanha eleitoral atípica em todos os níveis, este ano, os políticos estão se agarrando ao que podem para arrancar votos dos eleitores. Em Roraima, a promessa de enquadramento na União de ex-servidores do Território Federal tornou-se uma promessa veemente nas mídias locais por parte de alguns parlamentares, alimentando esperanças até mesmo daqueles que tiveram vínculos precários, como comissionados e cooperados, com o Governo do Estado e a Prefeitura de Boa Vista.
É muito difícil que esses tipos de ex-servidores consigam algo, pois estaria sendo reeditado um “trem da alegria” em um momento crítico da política brasileira, com crise financeira e falta de recursos para bancar mais esse ônus aos cofres públicos federais. Os cortes estão ocorrendo em todos os setores essenciais, então por que o governo iria bancar uma contratação daqueles que nunca foram servidores efetivos?
Estão ocorrendo, sim, alguns enquadramentos, mas de pessoas que continuam efetivos no governo e prefeitura. E pode até ocorrer o enquadramento de outros, mas não será na base desse oba-oba que está saindo da boca de alguns parlamentares. Quem quiser ser enganado, mais uma vez, que siga acreditando nessas promessas, pois o histórico dessa mentira é antigo.
Os ex-servidores dos bancos já extintos (Banroraima e Baner) são exemplos de um engodo repetido há pelo menos três décadas. Eles vêm sendo enganados desde que as instituições bancárias faliram nas décadas de 80 e 90, respectivamente. A primeira mentira da época era um pedido de reopção de enquadramento, que caiu no esquecimento até de quem foi enganado. De lá para cá, nada aconteceu.
É bom que ex-servidores que não têm mais vínculo ou que prestaram apenas alguns meses ou poucos anos de serviço de forma precária não se deixem enganar, pois o que está acontecendo hoje é mais um jogo de engana para conseguir os votos de quem acredita em fadas e gnomos (assim como crer a Xuxa).
Por enquanto, a esperança de ser enquadrado é alimentada por listas tímidas que são anunciadas como se fosse a vitória em uma final da Copa do Mundo. É a tática do conta-gotas justamente para ludibriar aqueles que querem se apegar em alguma esperança, principalmente dos que querem ganhar a boquinha de um cargo federal sem nunca ter merecido, a exemplo de quem sequer consegue comprovar vínculos com documentos. Que ninguém se deixe enganar. O jogo do engana está em campo.
*Colaborador [email protected] Acesse: www.roraimadefato.com/main