Bom dia,
Hoje é segunda-feira (20.12). O servilismo de muitos brasileiros ao regime internacional de meio ambiente produz realidades difíceis de explicar, do ponto de vista econômico, político e do interesse nacional. Exemplo típico dessa subserviência é a questão energética do país, cujo potencial de produção de energia através de aproveitamento de hidroelétricas não chega a 50%. Enquanto os países mais desenvolvidos do mundo tentam mudar suas matrizes de energia elétrica com fontes alternativas ao consumo de combustíveis fósseis, e não conseguem tanto êxitos, nós aqui contrariamos a racionalidade e a oportunidade de transformar nosso país num forte competidor internacional num mercado globalizado. A razão principal para que digamos isso é que o Brasil tem condições naturais para ter a matriz energética mais barata e limpa, dente todos os grandes países do Planeta.
Apesar desse servilismo, muito dele comprado pela força do controle ideológico que vem de fora, o Brasil tem mais de 60% de sua energia elétrica proveniente de hidroelétricas, e só não ampliou ainda mais essa participação por conta dessa história de usinas hidroelétricas a fio d’água, uma balela inventada por ambientalistas sob o argumento de diminuição do impacto decorrente de construção de barragens, que torna a produção de energia dependente absoluta das chuvas. E o país que tem total possibilidade de produzir a energia que precisa de uma fonte barata e limpa, obriga sua população apagar bandeira vermelha, uma sobre tarifa, para financiar o funcionamento de termoelétricas movidas a diesel, caras e poluentes, necessário para evitar o colapso elétrico. Quanta irracionalidade!
E nesse sentido Roraima é um laboratório de experiências para mostrar esse servilismo a que os brasileiros se prestam. Ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o engenheiro elétrico Raimundo Costa Filho fez uma estimativa do potencial de aproveitamento de hidroelétrico possível de ser feito que chega a quase dois milhões de megawatts, suficientes para abastecer dez vezes mais o atual consumo do estado. Energia que poderia ser vendida para o restante do Brasil, se em quatro anos pudesse ser concluída a construção do Linhão de Tucuruí, cujo início continua sendo absurdamente protelado, sob argumentos absolutamente insustentáveis. E que não se queria responsabilizar os Wamiri-Atroari pela protelação.
BOLSONARISMO?
Para o bem, ou para o mal, diz-se por aqui, que Roraima é um dos estados mais bolsonaristas do país. Por conta disso, apesar da ausência de pesquisas feita por institutos acreditados, autoridades sanitárias do estado começam a desconfiar que a baixa taxa de vacinação local – hoje nem 40% da população foi vacinada com duas doses-, é devida, principalmente, a recusa da população em imunizar-se por conta de exemplo que vem do Palácio do Planalto. Por conta disso, essas autoridades estarão preparando uma campanha de chamamento da população para comparecer aos postos de vacinação a cargo das 15 secretarias municipais do estado. Entre outras coisas, essas autoridades temem pelo vencimento do prazo de validade das vacinas estocadas.
MAIS
Segundo o próprio secretário estadual de Saúde, Leocádio Vasconcelos, a fila de espera por cirurgias eletivas no estado já ultrapassou oito mil pessoas. A estimativa correta, segundo o secretário, vai ser feita quando os pacientes utilizarem o aplicativo recentemente criado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), para fazer o recadastramento. Leocádio Vasconcelos garantiu que uma empresa já foi contratada para fornecer médicos, daqui e de outros estados brasileiros, e que essas cirurgias – que já estão sendo feitas numa média de 10 por dia – alcançarão um ritmo de 40 por dia, a partir de janeiro do ano que vem.
LINHÃO 1
Se as poderosas forças do ambientalismo, que são aliadas aos grandes interesses econômicos dos que ganham com o isolamento de Roraima, não conseguirem atrapalhar, tudo indica que poderá chegar a bom termo a negociação entre o governo federal/Consórcio TNE com os índios Wamiri-Atroari sobre a construção do Linhão de Tucuruí. O último impasse, que levou o Ministério Público Federal do Amazonas a pedir a suspensão da Licença de Instalação concedida pelo Ibama ficou por conta da diferença entre os valores oferecidos pelo governo/Consórcio TNE e àqueles pedidos pelos índios.
LINHÃO 2
O governo federal/Consórcio TNE ofereceu aos índios 82 milhões de reais como indenização pelos impactos ambientais, dos quais 27 foram considerados irreversíveis pelos técnicos do próprio governo, enquanto os Wamiri-Atroari exigem quase o dobro do que foi ofertado, ou seja, R$ 160 milhões. O impasse ficou por conta do Consórcio TNE não aceitar bancar esse custo adicional, e da impossibilidade legal do governo federal de repassar dinheiro diretamente aos índios. Por conta do impasse, tanto os empresários quanto algumas autoridades do setor elétrico brasileiro já admitiam a hipótese de deixar a questão para ser resolvida pelo próximo governo.
LINHÃO 3
Ontem, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o deputado federal Édio Vieira Lopes (PL) que preside a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, anunciou ter encontrado a solução para revolver o impasse sobre a diferença de valores oferecidos pelo Consórcio TNE e aquele pedido pelos Wamiri-Atroari. Para tanto, Édio Lopes já protocolou uma emenda à Medida Provisória (MP) Nº 1.078/21 – que autoriza o BNDES a conceder empréstimo de R$18 bilhões às concessionárias de energia elétrica no país por conta dos prejuízos causados pelo uso da bandeira tarifária vermelho-amarela-, acrescendo R$ 90 milhões destinados ao Consórcio TNE. Esses recursos serão suficientes para bancar a diferença de valores, que levaram à suspensão de Licença de Instalação relativa ao início da construção do Linhão de Tucuruí.