Bom dia,

Hoje é segunda-feira (14.03). O governador Antônio Denarium (PP) foi entrevistado ontem, domingo, no programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3. A pauta da entrevista era para falar da recém-inauguração do anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR), evento ocorrido na última sexta-feira (11.03), com a presença do ministro da Saúde Marcelo Queiroga, mas o governador falou de tudo, de suas obras concluídas e por concluir; da economia do estado; da atualização de pagamentos dos salários de servidores; da contratação e progressão deles; e de corrupção de governos anteriores.

Como vem fazendo desde o início de seu governo, que começou em dezembro de 2018, quando foi empossado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) como interventor federal no estado, Antônio Denarium repetiu que encontrou a administração estadual caótica, verdadeiro cenário de terra arrasada, com salários dos servidores em atraso, greve de várias categorias; dívidas acumuladas de cerca de oito bilhões de reais – dos quais já pagou R 1,9 bilhão, nesses 40 meses de sua administração-; e uma máquina administrativa tomada por corrupção endêmica. Citou explicitamente desvio de dinheiro público na construção do anexo do HGR e em verbas federais destinadas à manutenção da BR-174 e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) destinados à construção e recuperação de estradas vicinais no estado.

O governador disse que encaminhou aos órgãos de fiscalização do estado, especialmente ao Ministério Público Estadual (MPE) tudo o que foi apurado de irregularidade e desvio de dinheiro público nas duas administrações estaduais que lhes antecederam. Aliás, essa é uma narrativa que Antônio Denarium utiliza desde o início de sua posse, quer como interventor ou como governador eleito, sem que até hoje, transcorridos quarenta meses, o MPE-RR tenha confirmado o recebimento dessas apurações, ou que destino foi dado a todas elas.

Embora o governador cite explicitamente o Ministério Público do Estado como o órgão que recebeu as denúncias de corrupção praticada por seus antecessores, na verdade, se houve a presumível negligência na apuração dos fatos e punição de eventuais culpados, o problema é muito mais amplo e atinge toda a estrutura de órgãos que deveriam fiscalizar a aplicação de dinheiro público no estado. Não é pouco o dinheiro que o contribuinte roraimense paga anualmente para tê-los, que atinge facilmente a casa dos R$ 400 milhões em cada exercício fiscal. É muita grana para quase nenhuma eficácia.

FEDERAÇÃO

Bartolomeu Silva, o Bartô – artista plástico, ativista indígena e microempresário; da etnia macuxi-, é candidato ao Senado Federal pelo PSOL, que deverá formar uma federação de partidos com o Rede Sustentabilidade. Aqui, o Rede é liderado pela deputada federal Joênia Wapixana, que deverá disputar a reeleição. Ontem, o senador amapaense Randolfe Rodrigues anunciou que, de fato, PSOL e Rede firmarão uma federação partidária para apoiar a candidatura de Lula da Silva à presidência da República. São mais dois partidos de esquerda, que para sobreviver engrossarão o “puxadinho” do PT, agora explicitamente, pelos próximos quatro anos.

POSIÇÃO

Entrevistado no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, ontem (domingo), Bartô fez críticas duras contra a omissão do governo federal no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas. Disse que qualquer exploração de recursos minerais em reservas indígenas deve ser precedida de consulta às populações indígenas como manda a Constituição Federal. Afirmou também que se eleito senador vai lutar pelo fim do marco temporal de 05 de outubro de 1988 para o reconhecimento de áreas ocupadas por indígenas.

PODEMOS Essa é de bastidores. A semana será marcada por mudanças no cenário político/eleitoral roraimense. O ex-secretário estadual de Articulação Municipal e Políticas Urbanas, o ex-deputado federal Luciano Castro, vai deixar o PP (Partido Progressistas) ao qual foi recém-filiado com direito a festa e tudo.  Castro se filiará ao Podemos, com direito a solenidade que ocorrerá em Brasília, nesta quarta-feira (16), e presença da presidente nacional da sigla, a deputada federal por São Paulo, Renata Abreu. No mesmo dia, será anunciado o novo diretório do Podemos em Roraima, que terá candidatos a deputados estaduais e federais nas eleições de outubro próximo. Ao Senado Federal, o Podemos terá como candidato o auditor fiscal de tributos estaduais Ozeas Colares.

ACIRRADA

Aliás, a campanha ao Senado Federal promete. Na sexta-feira, o ex-senador Romero Jucá (MDB) fez divulgar por suas redes sociais um vídeo onde quis aparecer como o responsável pelos recursos federais obtidos em 2013 para a construção do anexo do HGR. Em resposta, o deputado federal Hiram Goncalves (PP), pré-candidato ao Senado Federal desmentiu ex senador.

SUSPENDEU

O empresário Marcello Guimarães que já plantou 1.200 ha de mogno africano em Roraima faz quase três paralisou novas plantações. Tudo por conta da exigência da Fundação Estadual de Meio ambiente e Recursos Hídricos (FEMARH) que lhe exige, segundo ele, sem respaldo legal, a apresentação de Relatório de Impacto Ambiental para os novos plantios. O empresário disse em entrevista a Rádio Folha FM 100.3, que a medida poderá travar a expansão do agronegócio em Roraima. “Afinal, se exigem da minha empresa terão de exigir de todos os empresários rurais que plantam grãos no estado em áreas contínuas ou não, superiores a 1.000 hectares”, disse Guimarães.