É uma questão de hábitos
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Primeiro fazemos nossos hábitos e depois os nossos hábitos nos fazem”. (John Dryden)
Você costuma trocar sua peruca, nos dias certos? Eu me perco nas datas. As mulheres sempre trocam as perucas nos cabeleireiros, e homens também. Eu sempre troquei a minha, no barbeiro. Já é uma questão de hábito. Ontem troquei a minha. Fazia três meses que eu não a trocava. E tudo por conta de uma cirurgia “terrível” que fiz. Foi apenas um cortezinho assim. Mas o médico me disse pra eu ficar noventa dias sem fazer esforços. Mas eu sou teimoso, e fui ao barbeiro, ontem. Foi legal. É que minha peruca é chata pra dedéu. Os cabelos são rebeldes e quando crescem dão um trabalho danado, pentear. E já estavam crescidos porque fazia três meses que eu não os cortava.
Cheguei à barbearia e o barbeiro estava sozinho. Cumprimentamo-nos e não nos conhecíamos. Sentei-me e ele perguntou como seria o corte. E respondi que ficaria por conta dele. Foi a maior furada. Ele pegou uma maquininha e perguntou se aquela seria boa. Respondi que ficaria por conta dele. Outra furada. Quando saí da barbearia fiquei com receio de assustar as crianças, pelas ruas. Minha peruca chata ficou toda espalhada pelo chão da barbearia.
Quando cheguei para o almoço, o pessoal ficou me olhando e logo, adivinha quem, perguntou:
– O que foi isso? Onde estão seus cabelos?
– Esqueci minha peruca velha. Ela ficou encima da cadeira do barbeiro.
– Ah… sei sim. Peruca velha. Eu gostava mais daqueles cabelos brancos, do que dessa cabeça sem cabelos.
Rimos e fiquei na minha. Quando chegava um neto ou filho, eu perguntava: gostou na nova peruca? A resposta sempre foi um riso. Mas o mais interessante foi à noite. Salete, Melissa e Misse, estavam conversando à mesa, na área da frente. Entrei no quarto e não acendi a luz. Cheguei à janela e fiquei com a cabeça encostada na grade da janela. De repente, a Misse quase pulou da cadeira e gritou: ah…ah… nossa que susto! Todos se viraram, riram e adivinha quem falou sério: Custava ter acendido a luz? A Misse ficou sem graça, mas as coisas voltaram ao normal.
Hoje, quando me levantei, pela manhã fui ao banheiro e quando me olhei no espelho foi que percebi que a Misse estava certa. Até eu teria me assustado se a luz do banheiro estivesse apagada. Mas tudo bem, só não precisa se assustar. Se não me reconhecer faça-me o favor de ficar à vontade, se não me cumprimentar. Vou aproveitar a “prisão domiciliar” da pandemia e ficar em casa até a velha peruca voltar ao normal. Mas ela vai levar uns sessenta dias para voltar ao normal. Mas vai voltar bem branquinha. Pense nisso.
99121-1460
Firmes nas Provações
Debhora Gondim Tiago 1:2 Provações, a etimologia desta palavra vem do Latim PROBATIO, que é prova, exame, experiência. Tendo como significado ato ou efeito de por à prova. Como o próprio significado nos faz refletir, é em meio às provações que nossa fé e nosso caráter são postos à prova e revelado.
Deus nos prova, colocando em situações difíceis para ver onde está nosso coração. Se estiver voltado para Ele ou para o pecado, questionamentos, murmurações, rebeldia e incredulidade. È nas lutas, aflições que nossa confiança Nele é testada. Somos colocados no deserto do sofrimento para ver se seremos firmes, se confiamos mesmo em Deus. Se construirmos nossa casa na areia ou na rocha, Cristo (Mateus 7:24 e 25). A história de Jó está repleta de provações, no qual Deus permitiu, mesmo ele sendo considerado por Ele íntegro. Apesar de justo ele teve sua fé e seu caráter testado, com a permissão de Deus. Foi refinado como o crisol (recipiente que recebe metal, ouro e prata, aquecidos em temperatura até 1.500. Isto é necessário para retirar as impurezas e assim torna-los mais valiosos, através da limpeza que recebia). Assim, Deus faz conosco, a fim de nos tornar puros e nos santificar em meio às provações. Veremos a seguir dois resultados que as provas produzem, são elas: 1. Fé Aprovada:
Abraão é considerado o pai da fé. Ele provou ter fé quando Deus o chamou para ir em busca da terra que lhe foi prometida (Hebreus 11:8); quando Deus pediu o seu filho Isaque, mesmo tendo esperado 25 anos para tê-lo em seus braços, como Deus havia prometido, ele não questionou (Hebreu 11:17). Abraão em esperança creu, em meio às circunstâncias que iam contra toda a esperança (Romanos 4:18) e os propósitos que Deus tinha para ele se cumpriram. A fé é aquela que produz perseverança (Tiago 1: 3 e 4). Quando ela é genuína o crente continua confiando em Deus, caminhando sempre em frente, contendo uma fé inabalável. Mesmo quando a dor não passa, a doença não é curada, o desemprego e as dificuldades financeiras persistem, mesmo em meio aos lutos e crises existenciais. Paul Tripp traz em seu livro, Sofrimento: Esperança Evangélica quando a Vida não faz Sentido, a seguinte frase: “Nossa esperança não está em entender por que Deus traz dificuldades as nossas vidas”. 2. Caráter Aprovado:
É quando a vida nos causa desconfortos que nosso caráter é provado. Você deve se lembrar de experiências dolorosas que mudaram o seu caráter para melhor. Eu lembro-me das minhas, inclusive, estou passando por uma neste momento na área da saúde. As dores são instrumentos de Deus para quebrar o nosso orgulho e arrogância da autossuficiência. Por experiência sei que Deus as usa para refinar nosso caráter, mesmo que existam situações que seremos postos em uma fornalha ardente ou seremos como crisol. Claro que o transformar não está nas provações, mas sim no agir do Espírito Santo em meio a elas. Ele as usa para nos moldar (Salmos 66:10; Daniel 11:35, 12:10; Zacarias 13;9). Não ficaremos no estado de provação para sempre, mas o suficiente para não sairmos do mesmo jeito. Por fim, mantenhamo-nos firmes nesta rocha que é Cristo, redirecionando nossa vida e renovado nossa mente para ouvir a Sua voz com mais clareza, sabendo que nossos princípios e valores serão avaliados nas provas. Devemos valorizar estes momentos de construção e crescimento de uma fé e um caráter aprovado por Deus. Passemos por elas lembrando a promessa de que Deus estará sempre conosco em meio às lutas, tendo tudo que realmente precisamos, não nos faltando nada (Mateus 28: 20; Josué 1:5). Por isso, encontremos o caminho da alegria da nossa salvação e aceitemo-las com alegria e maturidade de saber os possíveis motivos de estarmos vivendo-as. Perseverando até o fim, firmes em quem Jesus é (Tiago 1:12), o que resultará em glória, quando Ele for revelado em seu retorno (1 Pedro 1:7). Teóloga e Professora