AFONSO RODRIGUES

Em frente sem olhar para trás

“Leia todos os dias alguma coisa que ninguém esteja lendo. Pense todos os dias em alguma coisa que ninguém esteja pensando. Faça todos os dias algo que ninguém teria a loucura de fazer. Não há nada pior para o espírito do que fazer sempre parte da unanimidade”. (Christofer Morley)

Se cada um de nós fizer sempre sua parte como ela deve ser feita o mundo mudará para melhor. Cada um de nós tem o poder de fazer o melhor, sem competições. É só saber o que deve fazer. E por que temos que ficar a vida toda tentando fazer o melhor de acordo com orientações dos que nem sempre sabem fazer? Corta essa, cara. Vamos ser sempre o melhor, no que somos. E para isso temos que melhorar todos os dias. É só nos valorizarmos no que somos. E para isso precisamos saber mais sobre nós mesmos. E o caminho está aberto, e o mapa está em nossas mentes. O que é simples pra dedéu.

Alguém já disse que “O ser humano é o único animal que primeiro precisa destruir para poder construir”. Não sei se podemos sair dessa, mas, vamos tentar. Quem sabe, ainda um dia descobriremos quem realmente somos. Vou dar uma paradinha neste assunto, porque aquele cara está olhando muito para mim. Todos os dias ele faz isso duas vezes, uma pela manhã e outra à tardinha. E ele continua ali, me olhando como se estivesse me repreendendo. E eu sei o porquê do aborrecimento dele. Só que eu não vou me aborrecer nem lhe perguntar qual é o problema. Mesmo porque eu acho que não há problema.

Todos os dias ele chega e fica batendo no portão do vizinho, ali na frente. Ele pula, como se estivesse tentando tocar a campainha do portão. Mas não consegue. Continua tentando, o que geralmente irrita os cachorros aqui no meu quintal. Os caras latem até me aborrecerem. Mas fico na minha, porque já notei que é o latir dos meus cachorros que acorda o vizinho. Automaticamente ele abre o portão e o cara entra. Ainda não tive oportunidade de falar com o vizinho, mas vou agradecer, e ele vai rir muito. É um grande amigo meu. Amigo de velhos tempos em que atuávamos no desenvolvimento cultural de Roraima.

Tudo bem. Vamos falar sobre o cara que bate muito no portão. É um cachorrão bonitão e com focinho de esperto. Porque experto ele não é. Se fosse, abriria o portão, sem incomodar seu dono. E você já deve ter percebido como eu admiro o comportamento dos cachorros. Já fiz várias experiências e todas deram certo. E o período mais importante foi na Ilha Comprida, em São Paulo. O que observei no comportamento desses caras enriqueceu-me na experiência com os animais, e por isso respeitá-los no que eles são. Observe-os. Pense nisso.

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