Bom dia,

Hoje é quinta-feira (05.08). Quem ouviu ontem, quarta-feira, o programa Bom Dia Roraima, da Rádio Folha FM 100.3, apresentado pelo jornalista Natanael Vieira todos os dias úteis da semana, pela manhã, pode constatar o quanto está dividida a sociedade brasileira – e a roraimense não está fora disse divisão-, com relação a forma como deve ser enfrentada a questão da pandemia de Covid-19. Com intensa participação popular, uma sindicalista da área de educação pública ligou para o programa para criticar a decisão de alguns governos estaduais e municipais – inclusive do estado de Roraima e do município de Boa Vista-, de determinar a volta das atividades escolares presenciais na rede pública. A sindicalista defendia a tese de que essas atividades só deveriam voltar à normalidade quando toda a população estudantil estivesse vacinada contra o vírus chinês e suas variantes.

Assim que a ligação da sindicalista terminou, um pequeno empresário do ramo de transporte escolar ligou para a FM 100.3 para desabafar. Disse que faz dois anos sem trabalhar, sem meios para sustentar sua família e que muitos como ele tiveram que vender seus veículos por não conseguirem quitar as parcelas do empréstimo que fizeram para adquiri-los. Lembrou os milhares de trabalhadores e trabalhadoras das áreas de limpeza, conservação e merenda escolar que ficaram desempregados desde que as escolas púbicas foram fechadas, além de tantos outros postos de trabalho perdidos por conta desse fechamento. E disse não entender porque quase todas as atividades já voltaram à normalidade, citando exemplo de parques, restaurantes, lanchonetes, locais visitados por pais na companhia dos filhos, enquanto os professores se recusam a voltar ao trabalho. “É que eles, independente de aulas presenciais, têm seus sagrados salários depositados todos os meses. Assim é fácil ficar parado”, finalizou.

Para além dos interesses corporativos de cada um, já não é possível ignorar os prejuízos incalculáveis que a suspensão das aulas presenciais trouxe à educação no Brasil, desde a fundamental até a superior. Todos os trabalhos acadêmicos já publicados indicam que os efeitos perversos da paralização das aulas, como se disse ainda incalculáveis, serão sentidos por anos a fio por toda a juventude brasileira, com reflexos no desenvolvimento econômico e tecnológico do país, com flagrante queda na produtividade do país. A hora é de começar a recuperar o tempo perdido. Voltemos as aulas já, evidentemente tomando todas as medidas preventivas preconizadas pelas autoridades sanitárias.

FAZENDO A DIFERENÇA

A posse exclusiva – os outros ministros só tomarão posse noutra solenidade-, de Ciro Nogueira (Progressistas) na chefia da Casa Civil da Presidência da República foi um ato cheio de significado político. O Salão Nobre do Palácio do Planalto ficou apinhado de políticos – para usar as palavras do próprio presidente da República-, incluindo governadores até agora distantes do governo, sanadores, deputados federais e dirigentes de partidos políticos. Antes mesmo de tomar posse como ministro, Ciro Nogueira, cuja mãe assumiu seu lugar no Senado Federal, já costurou várias medidas de caráter social -alguns as chamam de populistas-, até mesmo contra resistência do poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre essas medias está o aumento para R$ 400,00 do Bolsa Família, ainda este ano.

VALE GÁS

Na esteira da onda de preocupação com a pobreza que parece ter assaltado o Palácio do Planalto, ontem, em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Norte, o presidente da República anunciou que a Petrobrás está ultimando os estudos para criar um programa assistencial com o objetivo de minorar o gasto das famílias pobres com o gás de cozinha. A ideia até agora esboçada é a de distribuir um botijão de 13 kg, às famílias carentes inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal. Segundo Bolsonaro, o programa começará a ser executado ainda este ano. Tudo em nome da popularidade perdida. 

RÁPIDAS

Nunca mais se ouviu falar na construção do Conjunto dos Servidores, anunciado com barulho ainda no governo de Suely Campos. À época marcaram até o início da obra. ### Quatro dos mais poderosos ministérios da Esplanada dos Ministérios em Brasília estão sob o comando de políticos nordestinos: Casa Civil (senador Ciro Nogueira-PI); Ministério das Comunicações (deputado federal Fábio Faria-RN); do Desenvolvimento Regional (ex-deputado federal Rogério Marinho-RN); e do Desenvolvimento Regional (deputado federal João Roma-BA). ### O prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), parece estar enfrentando dois adversários poderosos: o inverno rigoroso e falta de autonomia para governar. Tudo para repetir o que fizeram com Iradilson Sampaio. Quem tem aliado assim, não precisa de adversários. ### A indicação de uma nova presidente para a Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), traz de arrasto uma pergunta: depois do fechamento do Matadouro Frigorífico (Mafir), o que ainda tem para fazer lá? ### Aliás, com a falência da Centrais Energética de Roraima (CERR), o governo de Roraima tem dois cadáveres administrativos insepultos. Até hoje o Departamento Estadual de Estradas (DERR) continua sorvendo dinheiro público. ### Até amanhã.