AFONSO RODRIGUES

Encontre-se na volta

“A alma humana é como a água: ela vem do céu e volta para o céu, e depois retorna à Terra, num eterno ir e vir”. (Goethe)

Todos já sabemos que somos todos imortais, nossa embalagem é que morre. Ela, sim, tem prazo de validade. E como já sabemos que vamos voltar, não temos por que nos preocupar com as idas. Simples pra dedéu. Mas vamos ser sensatos, vivendo nossas vidas como preparação para a nova vinda. E nunca sabemos como ela será. Mas sabemos que vivemos num processo de evolução racional. Então, vamos viver racionalmente. E só há uma maneira de viver feliz: é sabendo viver. E a alegria é o mais eficiente instrumento para a música espiritual. Vamos viver com bastante alegria. Pare de ficar torcendo o nariz para casos que lhe pareçam fúteis ou inúteis. Se você prestar um pouco de atenção, verá que há algo em você, que você não percebeu e que poderia ter feito você feliz. Embarque nessa. Você é o timoneiro do barco da sua vida. “Ninguém, além de você mesmo tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim”.

Goethe também disse que: “A alegria não está nas coisas: está em nós”. Afaste-se do medo. Nada é mais poderoso do que você, sobre você mesmo, ou mesma. Busque a alegria dentro de você mesmo. Preste mais atenção às coisas à sua volta. Por mais simples que elas sejam sempre há alguma coisa nelas que podem fazer você sorrir. Não desperdice seu dia com coisas ou acontecimentos desagradáveis. Já falei pra você que sou daltônico. Embora meu daltonismo não seja tão grave, já passei por momentos que fizeram os outros rirem, e ri com eles. Éramos ainda muito jovens, eu, meus irmãos, e os colegas. Normalmente, nos fins de semana íamos ao cinema, juntos. Naquela tarde estávamos no cinema, quando o Adoval, meu irmão, quase gritou: “Que é isso, cara? Olha só! Você está com uma meia preta e outra azul”! Olhei e percebi que havia realmente uma diferença nas minhas meias. E como não distingui qual era a preta e qual a azul, continuamos rindo, já que o filme ainda não tinha começado. Até os das cadeiras ao lado também riram. Mas logo o filme começou e paramos de rir.

Não me lembro quantas décadas já se passaram desde então, mas ainda sorrio quando me lembro daquele momento. Sem querer, fiz meu irmão, e amiguinho, felizes com o que poderia ser um vexame, mas foi um momento alegre para mim e para os que riram. Nada de medo. “O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se, basta a simples reflexão” (Machado de Assis). Pelo menos sei que sou igual a todos, respeitando as diferenças. Faça isso e você será feliz. Pense nisso.

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