JESSÉ SOUZA

Estado de Roraima chega a 35 anos com o mesmo desafio na sua principal rodovia

BR-174 foi decisiva para a colonização de Roraima e a consolidação da fronteira Norte (Foto: Divulgação)

A população de Roraima celebra, neste 05 de outubro, os 35 anos de criação do Estado a partir da promulgação da Constituição de 1988. E não se pode falar desta importante data sem lembrar a crítica situação da BR-174, que ao longo dos 80 anos de Território Federal foi considerada o “cordão umbilical” de Roraima.

Na atualidade, a rodovia continua com importância vital para o Estado, sendo apontada como a espinha dorsal na infraestrutura e, do ponto de vista estratégico para a Região Norte, fundamental para a integração nacional e sul-americana. Possui 970 Km de extensão, que vai de Manaus (AM), no trecho sul, a Pacaraima (RR), no trecho norte, na fronteira  com a Venezuela,

A importância de lembrar das condições da principal estrada de Roraima está no fato de que uma rodovia sem manutenção afeta não apenas a realidade local, mas da Amazônia de uma maneira geral, especialmente porque pela BR-174 é realizado o transporte de pessoas e riquezas, o que significa reflexos na economia, na segurança das pessoas, no setor de turismo e outros setores.

Chama a atenção o fato de que a rodovia é utilizada por grandes exportadores de alimentos, incluindo aí o agronegócio, cujas carretas contribuem para deteriorar a malha viária. As exportações para Venezuela atingiram 274 milhões de dólares em 2022. No entanto, nem os próprios empresários, muito menos os políticos que levantam a bandeira do agro e de grandes empresários, fizeram algo nos últimos quatro anos para evitar que a principal rodovia roraimense chegasse ao nível crítico de hoje.

Se em décadas passadas a abertura da BR-174 foi decisiva para a colonização de Roraima e a consolidação da fronteira Norte, um marco importante no desenvolvimento da região, hoje esta rodovia se reveste de importância estratégica para o desenvolvimento dessa região fronteiriça, principalmente porque a 174 se conecta com a BR-401, que dá acesso à República da Guiana, que por sua vez se prepara para ser uma potência petrolífera.

Portanto, nestes 35 anos de criação do Estado, com a principal rodovia roraimense em lastimáveis situações, então esse é o resumo que podemos ter de Roraima nessas últimas três décadas e meia, onde os políticos cuidaram mais dos seus interesses do que do desenvolvimento de Roraima. Não podemos fugir dessa infame imagem. E só nos resta renovar a esperança de que isso possa mudar, da mesma forma que viemos acreditando desde os tempos de Território Federal.

*Colunista

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