Bom dia,
Hoje é segunda-feira (17.01). É uma vergonha. Para dizer o mínimo. Ontem, domingo, que no entardecer trafegou pela BR-174, no trecho entre o igarapé do Aizinho e o igarapé Água Boa, presenciou um espetáculo deprimente e aterrador: imensas labaredas de fogo tomavam completamente as duas margens daquela rodovia federal, que é amais importante via de acesso de Roraima com o restante do país. Um incêndio, quase certo criminoso, matava a já reduzidíssima fauna e microfauna; e transformava em cinzas a maltratada flora, formada por árvores arbustivas, capim e buritizais; nosso típico lavrado. Na área torrada ficam o aterro sanitário, que hoje é quase um lixão a céu aberto, e um dos postos de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal.
Indo para Boa Vista, na margem esquerda, fica situada um grande área pertencente ao Exército do Brasil, tida como necessária para a realização de manobras militares. Este triste, e evitável, espetáculo repete-se todo ano, e já é símbolo da incompetência dos órgãos públicos que deveriam, e têm condição, de evitá-lo. Ontem, ainda no início da tarde, quando as labaredas ainda eram pequenas, e a força dos ventos reduzida, não se viu qualquer ação desses órgãos no sentido de apagá-lo. Não precisa ser especialista para saber que combatida à tempo a tragédia seria certamente evitada.
E órgãos para fazer isso não faltam. Temos em primeiro lugar o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), que é federal; o Corpo de Bombeiros Militar do Estado; a Defesa Civil do Estado; e, finalmente, as corporações do Exército sediadas em Boa Vista, que chega aos milhares de homens, sendo facilmente possível deslocar uma pequena guarnição para proteger o próprio patrimônio da instituição. Mesmo assim, ninguém faz nada, o que no limite, pode caracterizar prevaricação por parte de seus dirigentes.
O fogo seguramente começou na margem da BR-174, e o capim que está quase invadindo o pista de rolamento da estrada é, seguramente, um convite para a ação do criminosos, que sabem permanecerão impunes. Daqui da Parabólica já chamamos a atenção do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) para essa situação lamentável. Faz alguns meses, o superintendente daquele órgão federal disse na Rádio Folha que as empresas contratadas para dar manutenção na BR-174, também eram responsáveis para fazer a roçagem em suas margens, mas não estavam realizando o serviço porque os valores pactuados nos contratos estavam defasados.
Ora, se verdadeira a justificativa do dirigente local do DNIT; e não há por que duvidar disso, existe no mínimo, o indício de que houve falhas no processo licitatório para a contratação dessas empresas. O que surpreende é que após quase um ano o problema de realinhamento dos preço contratados não se tenha realizado. A legislação permite isso desde que não fique dúvidas de que o subpreço ofertado não tenha sido uma estratégia para vencer o pleito licitatório. É simples assim.
De qualquer forma, o que resta evidenciado é que, como muita coisa neste país -é só lembrar da insegurança pública da população-, existem muitos órgãos no Brasil para realizar a mesma tarefa, e quando ela é feita fica muito distante da eficiência e eficácia desejadas. No caso dos incêndios no lavrado e na floresta de Roraima, uma ocorrência previsível anualmente nada é feito, especialmente, preventivamente. Não dá para justificar.
CADÊ?
Pois é, amanhã, terça-feira (18.01), faz um mês desde que o Instituto Butantan, brasileiro da gema, deu entrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de um pedido para a autorização de uso pediátrico -com uso em criança a partir de três nos-, da vacina Coronavac, já em utilização em vários países, inclusive, latino-americanos. Até agora, e após três pedidos de informações adicionais, a Anvisa não deu qualquer sinal de que irá aprovar o imunizante. Para a multibiliardária Pfizer -que diz só ter 20 milhões de doses disponível para atender a demanda de 40 milhões do Brasil-, o processo foi simples, sob alegação de que a vacina já estava sendo utilizada em outros país.
MEDIDAS ADICIONAIS
Em entrevista, ontem, a Rádio Folha FM 100.3, no programa Agenda da Semana, o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), disse que o comitê municipal de combate à pandemia da Covid19 vai se reunir, com tem feito normalmente, esta semana para avaliar o quadro sanitário do município. De qualquer forma, segundo sua avaliação pessoal, não devem ser tomadas novas medidas sanitárias pela Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). O prefeito diz reconhecer que muita gente não vem cumprindo as medidas sugeridas pelas autoridades sanitárias, mas diz confiar numa política de conscientização para convencer mais gente de que elas necessárias e eficazes.
DRENAGEM
Ainda durante a entrevista concedida a Rádio Fola FM 100.3, o prefeito de Boa Vista disse que trabalhos de drenagem na Capital dependem muito da existência de emendas de parlamentares ao orçamento da União. Ele citou o caso do bairro Anísio Teixeira, cujos trabalhos de drenagem -uma promessa sua de campanha-, vão ser iniciados brevemente com recursos de emenda conseguida pelo deputado federal Haroldo Cathedral (PSD).