Jessé Souza
ETs cordeiros e Instagram 20 02 2015 643
ETs, cordeiros e Instagram – Jessé Souza* Em Roraima, os políticos pensam que todos têm o nariz virado para cima, prontos para morrerem afogados com os pingos da primeira chuva. Estão tentando criar na cabeça das pessoas que o Estado começa a viver uma nova fase na política, principalmente no que diz respeito àqueles que se autoproclamam “independentes” na condução da política. Não se pode chamar de novo quem está enraizado no poder, se beneficiando de todos os governos que foram responsáveis por deixar o Estado nas atuais condições de dificuldades. E o mais espetacular deste sofisma é tentar fazer desses personagens uma fachada de “novas lideranças”, os quais agora estariam sendo alcançados por uma luz superior, os transformando de antigos beneficiários do toma-lá-dá-cá em fiéis escudeiros da fiscalização do bem público. Cumprir o papel de fiscalizador não tem nada de extraordinário, uma vez que parlamentares em todas as esferas são eleitos com esta missão. Se não atuaram como deveriam no passado, significa que não estavam cumprindo com suas missões constitucionais. Logo, estão tomando a decisão de trabalhar de forma correta com quase duas décadas de atraso, no caso daqueles que vêm se reelegendo ao longo desse tempo. O que o cidadão almeja é que os parlamentares cumpram com seu papel. O que não se pode admitir é que o velho comece a ser pintado como novo, com a nítida intenção de montar um quadro político desfocado da realidade, disfarçando as responsabilidades daqueles que estão no poder há anos com os desmandos dos governantes que empurraram Roraima para o buraco. Toda cena política está focada em direção a 2016, quando estará em disputa a Prefeitura de Boa Vista. Logo, a política partidária exige que as ludibriações comecem cedo para que a memória curta do eleitor seja submetida a uma lavagem cerebral o quanto antes. O cidadão que paga impostos, que sofre as consequências dessa política ultrapassada que deixou Roraima na situação de terra arrasada, precisa ficar muito atento. Não se pode deixar que a falta de memória continue sendo o fator decisivo na hora de avaliar os representantes políticos. As eleições que se passaram foi um duro golpe naqueles que sempre estiveram habituados a comprar o voto do eleitor como única forma de se manterem no poder. Como as máquinas governamentais foram vencidas, então eles precisam se recriar como forma de sobrevivência política. Não foram os ETs que destruíram o Estado. Nem se trata de um castigo divino. O que estamos vivenciando é resultado de anos de desmando, tudo devidamente apoiado por todos aqueles que se beneficiaram dos desmandos políticos. Nesse jogo de cena, não há nada de novo. Existe tão somente uma nova pele de cordeiro lançada por cima dos lobos, como se fosse um filtro de Instagram. *Jornalista [email protected]