Os cavaleiros do apocalipse nas organizações
Não deixe que o ambiente de medo ajude a criar verdadeiros sabotadores de projetos e pessoas.
Quem ainda não cruzou na vida com uma pessoa que parece trazer consigo a “carga do negativismo”, o “profeta das mas notícias”, ou aquela pessoa que para tudo tem uma palavra que coloca o outro para baixo? Por incrível que parece esse tipo de ser vem dando cria nas organizações. Costumo chamá-los de “Cavaleiros do Apocalipse” um ser repugnante e que tem como principal objetivo na vida vender a desgraça e a desmotivação.
Uma das explicações para a existência desses seres é a descoberta de que eles vivem num mundo que nada dá certo, que todas as pessoas têm que viver segundo os seus conceitos e preconceitos e, o pior de tudo isso, é que são conceitos ultrapassado e seus preconceitos os coloca como verdadeiros homens da caverna. Mas não podemos ignorar a sua capacidade destrutiva, que é algo impressionante.
Vejamos exemplos do dia a dia de nossas organizações que ajudaram você a identificar esse perfil.
1. Quando você recebe um novo colaborador na empresa, normalmente os colegas querem que ele se sinta o mais à vontade possível e incluído na equipe, mas o Cavaleiro do Apocalipse chega no local e já vai usando algumas frases chaves: “CUIDADO, aqui não parece o que essas pessoas estão querendo vender para você”; “Aqui tem muita PROMESSA, mas não cumprem nada com a gente”; “Esse teu sorriso não vai demorar muito, vai logo ser substituído pelo CHORO”; “O chefe aqui só tem a cara de bonzinho, mas é o cão em corpo de gente”; “Teu salário não vai pagar o teu sacrifício”; “Caso surja uma outra oportunidade pega com unhas e dentes porque aqui não vale a pena”. Poderíamos encher páginas e mais páginas de tantas outras frases desastrosas que contaminam o ambiente.
2. Quando a empresa resolve fazer atividade de endomarketing aproximando os colaboradores com palestras e ações de qualidade de vida, o ser das trevas vem com mais algumas pérolas: “Lá vem isso de novo, isso é só pra enrolar a gente e não tem resultado algum, fazem só para tomar tempo da gente”; “Tudo que esse palestrante vai falar eu já sei, não vai agregar nada em mim, isso é uma perda de tempo”; “Eles pensam que estão enrolando a gente, mas vou aproveitar e dormir o evento todo”.
3. Quando um colaborador resolve falar com o ser do lado negro da força sobre um possível crescimento profissional, ele destila todo o seu veneno: “Como pode você que entrou um dia desses já ser promovido e eu que dou meu sangue pela empresa não ser lembrado? “Essa empresa só valoriza quem não presta”; “Não sei nem o que estou fazendo aqui e preste atenção que isso é apenas um prêmio de consolação e nunca mais vão lembrar de você”.
Com as três situações exemplificarás acima, chegamos até nos questionar se esse ser é da terra ou vive em outra galáxia, mas infelizmente ele vive entre nós e tem uma alta taxa de procriação. Estão por todos os cantos do mundo levando a sua infelicidade e querendo trazer mais gente para esse submundo. As empresas e, nós como seres humanos, devemos estar atentos a isso. Quando estamos motivados nós contagiamos o grupo, quando estamos desmotivados acabamos contaminando pessoas e ambientes, nos tornamos tóxicos as vezes sem saber e é quando a luz amarela em nossas vidas deve acender.
Normalmente essas pessoas trazem consigo frustrações acumuladas por anos. Tem dificuldade de relacionamento em casa e no ambiente de trabalho. Não se adapta ao trabalho em equipe. Não comemora conquistas, nem as por ela própria alcançada. Não sabe distinguir ameaças de oportunidades. Mas a pior de todas as características é o comportamento rasteiro e traiçoeiro.
Mas se são seres que estão se multiplicando e não temos como evitar, qual a saída? A pergunta é um tanto quanto intrigante, mas temos que ter firmeza no convívio com essas pessoas. Caso sua empresa tenha um bom trabalho de recrutamento e seleção, poderá ocorrer a identificação desse perfil antes da contratação. Mas caso escape e se revele nos dias seguintes a contratação, tente de todas as formas trazer essa pessoal para a luz. O ser humano tem como uma das maiores carências a atenção e com uma bom diálogo e aconselhamentos as pessoas conseguem se destravar, conseguem ver o mundo de forma diferente e aprendem a vê-lo pelo lado da empatia, ou seja, se colocando no lugar do outro.
Somos mais de 7,8 bilhões de habitantes na terra, alguns lugares com regras bem definidas, ambientes democráticos, alguns outros a gestão pela força e a separação clara de dois conceitos que permeiam nossos ambientes. Um é o MEDO normalmente acompanhado da condução por força e que usam uma frase bastante danosa para as organizações: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Esse tipo de ambiente é tóxico e é a grande sala de parto dos CAVALEIROS DO APOCALIPSE. Nesses ambientes as pessoas se retraem por medo e se tornam grandes sabotadores do seu trabalho e do trabalho do próximo. O outro conceito é o RESPEITO, ambientes em que os cavaleiros do apocalipse se sentem muito mal. Primeiro que esse ambiente é harmonioso, tem pessoas motivadas, para cima, que buscam resultados e que sabem comemorar o sucesso de TODOS e usam frases simples no seu dia a dia como por exemplo: “Posso ajudar você?”; “Parabéns pelo seu trabalho”, “Obrigado por fazer parte da minha vida”. Todas essas frases e forma respeitosa tem o mesmo efeito do crucifixo frente a um vampiro, sugador da energia de pessoas e ambientes.
Outra característica forte dos cavalheiros do apocalipse é ser “professor de Deus”, aquela pessoa que sabe de tudo, que nada irá somar em matéria de conhecimento ou experiência. É o famoso repolho, que cresce se fechando, sem acesso, sem disposição para aprender e o pior de tudo convicto na sua ignorância.
Precisamos olhar o outro com empatia, que na citação de João Doederlein nos leva a reflexão: não sentir empatia apenas pelo outro, mas sentir com o outro, quando a gente lê o roteiro de outra vida. É ser ator em outro palco. É compreender. É não dizer: “Eu sei como você se senti”. É quando a gente não diminui a dor do outro. É descer até o fundo do poço e fazer companhia para quem precisa. Não é ser herói. É ser amigo. Acrescentaria apenas que é não ser casca, mas sim sentimento, não é se comparar a Deus, mas sim a uma das melhoras obras dele, isso é ser GENTE.
Por: Weber Negreiros