A lição que a derrota nos ensina
Numa disputa o que menos importa é a força, a estratégia faz a diferença e ao invés de alimentarmos nossa miopia de mundo, deveríamos reforçar nossa visão de que se todos participarem de uma competição, a vitória vem com mais facilidade. Mas quando o ego se faz presente, você chegará a conclusão que você tem um exército de muita gente e de pouca qualidade para buscar e se comprometer com o resultado.
Pode parecer lógico a afirmação do nosso artigo de hoje, mas tem muita gente que tem dificuldade em entender que os resultados que alcançamos ao longo da nossa vida nada mais são do que as colheitas que temos que fazer. Voltamos a alguns temas que já abordamos por aqui, mas hoje vamos aumentar o leque e entender melhor que lições são essas, tão importantes, para que possamos nos manter de cabeça erguida.
Em primeiro lugar temos que entender que a vida é uma grande arena, onde espaços são disputados e o lugar da excelência é ocupado por poucos, mas disputados por muitos. Que algumas frases de impacto devem ser ouvidas, mas bem analisadas, como por exemplo: “Em um jogo ou competição o importante é competir e não necessariamente ganhar”. Me respondam, vocês já ouviram alguém comemorar o segundo colocado de um torneio de futebol? o segundo lugar de um pódio de fórmula 1? O segundo lugar em uma eleição majoritária? A resposta é simples: NÃO. Sabem por quê? Porque nos acostumamos com líderes, pessoas que se destacam, que são referências no que fazem. Em síntese as pessoas gostam de pessoas que têm sucesso e sucesso não tem outro significado na percepção de quem nos olha do outro lado da rua, se não o de que ocupamos lugares de destaque, ou seja, nada mais do que ser VENCEDOR. Mas claro que não vou pedir radicalismo de ninguém em relação a frase, mas acredito que ela possa ganhar uma nova redação: “Em uma competição o importante é competir, com lealdade, ética, respeito, humildade e dentro das regras impostas as quatro linhas, mas temos que estar preparados no tamanho do nosso sonho, ou seja, se pensarmos pequenos, vamos ocupar o lugar proporcional ao nosso desejo, se sonhamos grande e nos preparamos para ele, só tem um lugar para nós, o primeiro lugar no pódio e portanto, o SUCESSO”.
Outra frase que me chama bastante a atenção é a aquela que muitos usam para esconder a sua incompetência. “Eu já fiz a minha parte, já fiz o possível”. Essa é uma frase de derrotados, de pessoas que resumem a sua vida ao tamanho de uma régua de 30 cm que quando chega ao fim dessa medida se dá por satisfeito e parece que o seu sonho foi alcançado. Mas o que acontece na realidade é um comportamento que nada mais é do que o comodismo total, o medo de expor as limitações do ser humano e da reafirmação da lei do menor esforço. Quando ouço alguém dizendo que fez a sua parte, uma certeza já vem a minha mente: “a missão está incompleta”. O todo é feito de partes, mas as partes são complementares e se comunicam entre si, ou seja, eu dependo do outro para atingir meus objetivos. Mas as pessoas são egoístas, acham que ter se dedicado parcialmente é a garantia do sucesso. Que ser um bom ouvinte e um péssimo escutador lhe levará ao sucesso. O problema do egoísmo é que ele carrega consigo a fuga da responsabilidade, que nada mais é do que jogar sempre no outro a culpa do problema que é de todos os envolvidos. Enquanto o ser humano tratar problemas ou desafios como lotes em um condomínio, teremos pessoas mais preocupadas com o jardim do vizinho do que com os problemas estruturais de um condomínio. Somos afeitos a achar defeito, mas contribuímos muito pouco em solucioná-lo. Para essa última frase daria também outra redação: “Estou fazendo a minha parte, dentro do meu possível, mas atento as necessidades de quem está me ajudando e sei que com a união e a responsabilidade, o possível se realizará de forma fácil e o impossível só demora um pouco mais, mas nós conseguimos realizar”.
E claro não poderia deixar de falar dos famosos cavaleiros do apocalipse, que são os porta vozes da desgraça alheia e do pessimismo mundial. São aqueles que quando você resolve fazer uma dinâmica com colaboradores para dar um UP no setor de vendas, vem e solta uma pérola: “Lá vem, palestra de novo? Só enrolação, não vai mudar nada na minha vida e nem na de ninguém”. Infelizmente essa é uma das frases que mais ouço. Esses seres que procriam numa velocidade impressionante, são os vampiros de energia, aqueles que fazem questão de nutrir seu negativismo com a energia do outro. Chegam nos lugares e nada de criativo ou inovador é compartilhado por ele. Sempre se coloca como o porta voz das notícias ruins, muitas delas criadas na sua própria cabeça e distante da realidade do ambiente. Essas pessoas têm um déficit de humildade, respeito e gratidão pelo próximo, ou seja, tudo que construíram ao longo das suas vidas – vendo apenas as conquistas e esquecendo o fracasso – foi por obra única e exclusivamente sua, sem a participação ou ajuda de ninguém. São aqueles que propagam frases dos professores de Deus, como por exemplo: “Eu já sabia que isso ia acontecer” ou “Eu avisei, mas ninguém me ouve”, frases que nada contribuem na solução dos problemas. Para essas pessoas, temos que lamentar sua postura, buscar formas de na organização ou na vida da gente, eliminar esses seres que são danosos e procurar multiplicar as pessoas que acreditam que juntos sempre somos mais fortes do que individualmente. Essas pessoas têm que entender a importância da informação transformada em conhecimento e respeitar as habilidades e competências dos outros. Caso pudesse mudar esse comportamento por meio de uma frase, diria: “Resuma a sua vida a sua insignificância e veja no sucesso do outro uma fonte inesgotável de aprendizado que poderia ser mais bem aproveitada, caso você deixasse seu egoísmo, egocentrismo e a mania de se comparar a Deus e passar a ouvir, escutar e ajudar”.
Lembre-se a tartaruga lenta pode vencer a lebre, o mais estrategista vence o que se acha imbatível e mais rápido. O peão pode vencer o rei, basta analisar seus movimentos no tabuleiro. Passamos a vida toda aprendendo a engolir elefantes e a se engasgar com mosquito, a prova cabal de que invertemos prioridades e deixando as oportunidades irem embora. Olhamos para o mundo e nos limitamos a ter a visão de uma viseira e deixamos de viver bons momentos com pessoas que estão bem próximas da gente. Então temos que entender que desistir, pode ser uma decisão, mas como escolha é uma das piores a fazer. Desistir da vida é assumir que viemos ao mundo para perder tempo e roubar o tempo dos outros, e o pior de tudo isso é que acabam roubando energia e o sonho de quem poderia ser feliz.
Por: Weber Negreiros