Falando de Negócios

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OS CONFLITOS ÉTICOS DAS 48 LEIS DO PODER

FAÇA OS OUTROS TRABALHAREM POR VOCÊ, MAS SEMPRE FIQUE COM O CRÉDITO

Não faça de ninguém um “imbecil útil”, pois na lei da vida que é maior do que qualquer lei do poder, diz que tudo o que plantamos um dia iremos colher, por isso sempre dê o melhor de si e pense que todos que estiveram sob o seu comando, um dia podem lhe comandar e eles não lembraram da posição de comando que você tinha, do belo salário que recebia ou mesmo das grifes que você ostentava, eles lembrarão apenas da forma como você os tratava. Por isso, trabalhe em equipe, valorize sua equipe, reconheça os talentos e você nunca mais será esquecido.

No nosso artigo da semana vamos tratar de uma das leis que reforçam um conceito que combato que é tratar as pessoas apenas pelo valor de utilidade, ou seja as pessoas são consideradas úteis, necessárias enquanto podem render algo para o outro, enquanto possam ser usadas como verdadeiros “imbecis úteis”.

Por isso a sétima lei do poder, das 48 leis de Robert Greene merece uma análise uma pouco mais aprofundada, no que tange os impactos nos princípios éticos e morais de nossa sociedade.

Lei 7: Faça os outros trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito

Use a sabedoria, o conhecimento e o esforço físico dos outros em causa própria. Não só essa ajuda lhe economizará um tempo e uma energia valiosa, como lhe dará uma aura divina de eficiência e rapidez. No final, seus ajudantes serão esquecidos e você será lembrado. Não faça você mesmo o que os outros podem fazer por você.

Confesso a vocês que é um tanto quanto intrigante e desconfortável ler essa lei, porque as pessoas criam mais, produzem mais, rendem mais, se comprometem mais, comemoram mais, defendem a sua marca, quando elas se sentem participantes e parte de um projeto maior e não apenas como meros coadjuvantes que são vistos como o “cocô do cavalo do bandido”.

Nessa lei se evidencia com muita clareza uma postura vil de quem não está tão preocupado em formar um time vencedor, e sim um comando onde os talentos não sejam valorizados, que os resultados não sejam comemorados por todos e que o famoso EU ganha sempre o papel de ator principal, e os outros são apenas os outros.  

Ao avaliarmos os resultados obtidos apenas com a dissimulação de quem está no comando, criamos estruturas em bases de areia, pois o mundo não tem canto, o mundo gira e uma hora as pessoas descobrem que foram apenas usadas na construção de um projeto de poder. Só que o poder obtido dessa forma ele é passageiro, não se sustenta, além de ser um fábrica de discórdia e criadora de inimigos.

Aqui, mais uma vez vem a baia um dos melhores conceitos que temos sobre formação de equipes, a chefia versus a liderança. Essa lei não se aplica a líderes natos. O líder é motivador, inclui as pessoas como parte integrante e importante de todos os projetos, comemora as conquistas com todos e não de forma solitária, quer aplausos para todos e não apenas para ele, responde quando é perguntado de quem é a ideia, ele não demora de bate pronto responde: A IDEIA É NOSSA, DA NOSSA EQUIPE.

Do outro lado, temos a figura do chefe, aquele que se impõe com a famosa frase: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Essas pessoas podem até apresentar resultados, mas o custo é alto para a equipe, pois ao invés do comprometimento pela admiração ao comandante eles preferem temer o chefe e executar a tarefa, mas mais por obrigação do que qualquer criação de vínculo.   

O trabalho em equipe é a prova do questionamento da aplicação prática desta lei. O comprometimento da equipe com o trabalho gera o reconhecimento por parte dos gestores, e é motivo de admiração pelos colegas, podendo contribuir ativamente para o crescimento na empresa e alcance dos resultados — como por exemplo: um aumento salarial ou mesmo um salto na hierarquia da empresa por meio de uma promoção, fato esse que credita líder um grande poder de mobilização e aproveitamento de talentos.

Temos que saber separar o joio do trigo. Existem pessoas totalmente focadas no resultado obtido pela equipe e comemorado por todos, mas do outro lado temos os APROVEITADORES, aqueles que, como o próprio termo diz, se aproveita das situações e das pessoas para se beneficiar. O aproveitador forma laços de amizade com base no interesse, especialmente com indivíduos que estão em evidência e lá na frente os descarta.

Quando uma pessoa aproveitadora se aproxima de você, não é fácil perceber as suas intenções. Aproveitadores co
stumam tratar todos bem para nutrirem os seus vínculos. Dessa forma, conseguem prejudicar os outros de modo sorrateiro.

A identificação da pessoa aproveitadora acontece com o tempo. Você compreenderá as verdadeiras intenções dela a partir das experiências e conversas partilhadas. Ou seja, somente com a convivência é possível saber se uma pessoa está tentando tirar proveito de você ou não.

Existem alguns traços que merecem atenção e facilitam a identificação de aproveitadores de plantão, como por exemplo, adoram encher novos amigos de elogios vazios e sem fundamento; vivem extrapolando os limites pessoais, ou desrespeitá-los de propósito; manipulam para conseguir alcançar seus objetivos; falam de você para outras pessoas buscando arranhar a reputação do outro; tem dificuldade em respeitar o sentimento do próximo; cobram demais e adoram transferir responsabilidades; tem dificuldade de manter o pacto de retribuição de carinho e respeito; adora se infiltrar para buscar informação e usá-la a seu favor; força intimidade para criar laços; dificilmente comemora a vitória ou o progresso do outro e como principal característica o pensamento egoísta com foco em suas necessidades apenas.

Fechando esse nosso sétimo artigo sobre as 48 LEIS DO PODER faria apenas algumas adaptações, baseada nos argumentos acima apresentados:

Conquista a admiração de quem trabalha com você e o crédito do resultado será compartilhado, mas o reconhecimento da liderança será seu.

Use a sua sabedoria, mas não use as pessoas. O conhecimento e o esforço físico de todos na busca de resultados devem ser reconhecidos, aplaudidos e premiados. Somente peça a alguém o que você sabe e tem capacidade de executar, pois isso lhe traz o respeito e a admiração da equipe.  O resultado alcançado como fruto do trabalho de uma equipe bem comandada dará uma aura divina de eficiência, rapidez e o crédito a um bom líder jamais será esquecido. No final, todos que participaram do projeto serão lembrados juntos com você. Faça você e a sua equipe o que for possível para alcançar os objetivos. Juntos sempre seremos mais fortes do que o egoísmo da centralização e dos egos inflados.

Por: Weber Negreiros