Falando de Negócios

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OS CONFLITOS ÉTICOS DAS 48 LEIS DO PODER VIII

FAÇA AS PESSOAS VIREM ATÉ VOCÊ – USE UMA ISCA SE FOR PRECISO

As pessoas pensam que o desejo pelo poder não tem limite. Pode até não ter, mas achar que o ser humano é um “rato” a ser encurralado e apanhado em uma ratoeira montada por outro ser humano é no mínimo ignorar uma das leis da vida que mais funciona: “O que fazemos aqui, colhemos aqui”.

No nosso artigo da semana vamos tratar de uma das leis que pode ajudar a desenvolver o lado ruim do ser humano. Uma lei um tanto quanto dúbia.

Você pode ser visto aqui como um grande armador de ciladas, criando cenários e situações que tragam a presa para próximo da armadilha para que depois seja dado um bote mortal.

Vamos falar da oitava lei do poder, de Robert Greene e fazer uma análise sobre o impacto do comportamento humano embasado nessa lei.

Lei nº 8 – Faça as pessoas virem até você – use uma isca, se for preciso: Quando você força os outros a agir, é você quem está no controle. É sempre melhor fazer o seu adversário vir até você, abandonando seus próprios planos no processo. Seduza-o com a possibilidade de ganhos fabulosos – depois ataque.

Trazer as pessoas para próximo ainda é, sem dúvida alguma, um dos grandes princípios do poder, porém atraí-los para abater, parece um tanto quanto desprovido de propósitos que agreguem alguma coisa a alguém. Agora atraí-los por admiração, respeito, postura e reputação, por exemplo, pode ser algo que coloque você em um atalho para o sucesso.

Servir de exemplo positivo deveria ser a grande isca para atrair multidões. As pessoas vão até você para aprender, conhecer, ver espetáculos e levarão seu nome pelos quatro cantos do mundo.

Temos uma lei egoísta, e evidência a estratégia da chegada ao poder a todo custo, inclusive o custo de passar por cima dos outros sem nenhum tipo de pudor.

Como disse Esopo, “Quem trama desventuras para os outros estende armadilhas a si mesmo”. Essa citação nos traz mais uma reflexão, sobre a forma de atingir o poder. Tudo o que você traça no seu plano de poder, pode tranquilamente se aplicar a você. As armadilhas traçadas para o outro podem apanhar você também.

Ao fazermos uma análise sobre o termo ATRAIR veremos que não pode existir dualidade em relação aos objetivos que temos na vida. As pessoas têm como conceitos definidos – mesmo que tenhamos um mundo onde o espaço para o bizarro ganhe cada dia mais espaço – a verdade, a mentira, o bem, o mal, a alegria, a tristeza, o sucesso, o fracasso, a honestidade, a desonestidade entre muitos antagonismos. Uma coisa é definida pela sociedade como uma percepção positiva das pessoas: “o bem sempre vai se sobrepor ao mal”, ou seja, quem usa a verdade como regra se sobrepõe ao mundo da mentira. Quem vê o mundo pelos olhos do otimismo e da superação sempre estará bem a frente das pessoas que escolheram viver na zona de conforto e achar que o mundo é um grande parque de diversões onde o equipamento mais usado é uma escada, que as pessoas constroem achando que a cabeça do outro é um degrau a ser pisado quantas vezes forem precisas para alcançar seus objetivos. Nesse mesmo parque existe um outro brinquedo, chamado de “roda gigante” que é a grande analogia da vida. Ao usar as pessoas para atingir seu plano de poder, em cima de promessas que jamais se concretizarão, encurralando-as para dar um bote, você estará gerando um vínculo entre as pessoas, em cima das suas mentiras e achando que a roda gigante da vida só ficará com você na parte mais alta do seu giro, mas a vida não é assim. O mundo irá lhe cobrar, pois quando a sua cadeira na roda gigante resolver parar na parte mais baixa, você lembrará dessas pessoas, mas, nem sempre, poderá contar com o apoio para lhe devolver a altura que a cegueira causada pela arrogância e a presunção levaram a pensar que seria eterna.

Quando falamos de “estar no controle”, também temos que pensar que devemos estar no controle de nossas vidas e que a vida é muito curta para que vivamos colecionando inimigos ou “imbecis úteis”. Estar no controle nada mais é do que puder dormir e acordar sem nenhum tipo de remorso, sem que você tenha que envergonhar sua família ou amigo ou mesmo que tenha que se esconder pelos péssimos feitos, em virtude ações impensadas, planos camicases e tantas fragilidades de um ser que não combina com o sucesso.

Sucesso é para ser comemorado. Para comemorar é preciso de pessoas. Para termos pessoas é preciso sermos exemplo e para ser exemplo é preciso ser digno.         

No trecho do filme “A Dama de Ferro”, a personagem Margaret Thatcher cita seu pai Alfred Roberts, baseado no texto do escritor, autor e erudito Frank Outlaw que diz o seguinte: “Cuidado com seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações. Cuidado com suas ações, pois elas se tornam hábitos. Cuidado com seus hábitos, pois eles se tornam o seu caráter. E cuidado com seu caráter, pois ele se torna o seu destino. que reforça”. Acredito que esse seria o melhor resumo desta lei, pois desde muito cedo ouvimos das pessoas que gostam da gente que a gente deve pensar sempre no melhor para nós e para quem amamos. Ouvimos muito que “as palavras têm poder”. Ouvimos também que devemos “medir cada passo rumo aos nossos objetivos” e que a forma de agirmos vai gerar o q
ue chamamos de reputação que estará ligado diretamente ao caráter e ao posicionamento que queremos ter frente ao mundo.   

Fechando esse nosso oitavo artigo sobre as 48 LEIS DO PODER faria apenas algumas adaptações, baseada nos argumentos acima apresentados:

Faça as pessoas virem até você – as atrai pelas suas qualidades e não pelos defeitos: Chame o outro para fazer parte do seu time, fazer parte do seu projeto, sonhar junto com você. Quando você serve de exemplo, os outros começam a agir querendo reproduzir suas habilidades e competências. Faça com que seus adversários copiem seus gestos, faça-os a se aproximar pelo exemplo e assim você contribuirá para um mundo mais justo, sem precisar de seduções ou armadilhas onde todos saem perdendo. Lembre-se o seu ataque está na sua competência e não na sua falta de caráter.

Por: Weber Negreiros